Pular para o conteúdo principal

Sistema de Luz: Curiosidades

A cidade sempre teve carência de um bom fornecimento de energia, pois desde a década de 40 registrava algumas fabriquetas de calçados e também costureiras e alfaiates que manuseavam suas máquinas de cozer.
Nessa época havia um motor elétrico que produzia energia para iluminar algumas ruas da cidade, que, no entanto eram apagadas por volta das 22 horas.
A empresa de força e luz era particular, mas recebia uma contrapartida da prefeitura. A sua estação estava localizada na rua Theotônio Tertuliano da Costa, por trás do Banco do Brasil, onde se pode ver ainda as chaminés por onde saiam os vapores do motor a combustão.
Na gestão do Sr. Júlio Ribeiro da Silva (xx), o Município subvencionou parte da conta de luz do Distrito de Ariús, hoje cidade de Areial. Nas noites de Natal e Ano Novo, o gerador ficava ligado além do horário previsto, sendo o excesso cobrado. O mecânico oficial do sistema era o Sr. Manuel Avelino Francisco da Silva.
Em 1948, a subvenção da prefeitura de Esperança foi elevada de quinhentos para mil cruzeiros.
O sistema elétrico somente veio a funcionar em horário integral a partir de setembro de 1949, com a edição das leis 28 e 32, promulgadas pelo Presidente da Câmara em exercício, comerciante Manoel Rodrigues de Oliveira, nos seguintes termos:

Art. 1º. – Fica determinado o funcionamento da Luz Pública da Cidade até as 24 horas.
§ Único – Na estação invernosa, o funcionamento da Luz terá início às 17 horas”.

Em 1952, o prefeito Francisco Bezerra da Silva empreendeu esforços para adquirir com recursos municipais um motor elétrico. A compra foi realizada a prazo, sendo o primeiro pagamento no importe de R$ 100,000,00 (cem mil cruzeiros). O novo gerador, destinado ao melhoramento do serviço de iluminação, possuía potência de 200 HP.
A edilidade despendeu um milhão de cruzeiros na aquisição deste equipamento e, quando de sua inauguração, em maio de 53, fizeram-se presentes o governador interino José Américo de Almeida, o escritor José Lins do Rego, e o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Deputado Ivan Bichara. Estiveram prestigiando a solenidade, ainda, o Dr. Oscar de Castro, Diretor de Departamento do Serviço Social, Luiz Ribeiro dos Santos, tesoureiro da LBA, e o Coronel Manoel Ramalho, assistente militar do governo. E os prefeitos: Plínio Lemos (Campina Grande), Armando de Freitas (Areia), Rogério Martins (Alagoa Nova).
A energia advinda da represa de Paulo Afonso/BA, chegou para nós em 10 de fevereiro de 1958. Todavia, a sua inauguração oficial aconteceu em dezembro do ano seguinte, com a instalação da Companhia Distribuidora de Eletricidade do Brejo Paraibano - CODEBRO -, criada pelo governador Pedro Gondim.
Os primeiros passos para a extensão da energia elétrica na zona rural do município, incluindo os distritos, foram dados por Arlindo Delgado (1959/1963).
Nas décadas de 80/90 houve um défit em relação ao fornecimento de energia, o que provocou alguns colapsos. Praticamente todo domingo faltava energia na cidade, e qualquer ameaça de chuvas era motivo para o desligamento da central que ficava na rua José Andrade.

Rau Ferreira

Referências:
- A UNIÃO, Jornal. Edição de 14 de maio. João Pessoa/PB: 1953.
- A UNIÃO, Jornal. Edição de 31 de março. João Pessoa/PB: 1949.
- ESPERANÇA, Legislação Municipal de. Decreto n° 2, de 01 de março. Esperança/PB: 1951.
- ESPERANÇA, Legislação Municipal de. Lei n° 03, de 20 de junho. Esperança/PB: 1952.
- ESPERANÇA, Legislação Municipal de. Lei n° 28 e 32, de 08 e 12 de agosto. Esperança/PB: 1949.
- ESPERANÇA, Legislação Municipal de. Lei n° 7, de 08 de abril. Esperança/PB: 1948.
- ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed. Unigraf. Esperança/PB: 1985.
- ESPERANÇA, Revista 60 Anos de. Editor Assis Diniz, G.G.S. Gráfica, João
- ESPERANÇA, Revista da. Ano I, Nº 02, mar/ maio. Esperança/PB: 1997.
- Revista Aspecto, PASP nº 2 - Edição Especial – 50º de Esperança, Grafset Ltda: 1975.

Pessoa/PB: 1985.

Comentários

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

O Mastodonte de Esperança

  Leon Clerot – em sua obra “30 Anos na Paraíba” – nos dá notícia de um mastodonte encontrado na Lagoa de Pedra, zona rural de Esperança (PB). Narra o historiador paraibano que em todo o Nordeste existem depressões nos grandes lajeados que afloram nos terrenos, conhecidas pelo nome de “tanques”, muitas vezes obstruídos pelo material aluvionar. Estes são utilizados para o abastecimento d’água na região aplacada pelas secas, servindo de reservatório para a população local. Não raras as vezes, quando se executa a limpeza, nos explica Clerot, aparecem “ restos fossilizados dos vertebrados gigantes da fauna do pleistoceno que povoou, abundante, a região do Nordeste e, aliás, todo o Brasil ”. Esqueletos de espécimes extintas foram encontradas em vários municípios, soterrados nessas condições, dentre os quais se destaca o de Esperança. A desobstrução dos tanques, necessária para a sobrevivência do rurícola, por vezes provocava a destruição do fóssil, como anota o professor Clerot: “ esf

Anselmo Costa

O Pod.: Ir.: Anselmo Costa é filho do ilustre desportista José Ramalho da Costa e d. Maria da Guia Costa. Casado com a Sra. Meire Lúcia de Faria Costa, tem três filhos (Rodolfo, Renê e Rainer) e dois netos gêmeos (Guilherme e Gustavo). Nasceu em Esperança no dia 08 de Fevereiro de 1950 e se dedicou ao ramo de Clínica Odontológica em Brasília/DF, onde reside desde 1976. Na maçonaria, teve sua iniciação junto a ARLS Mutirão Nº 11 – GLMDF - em 13 de dezembro de 1986, sendo elevado em 9 de outubro do ano seguinte e exaltado em 17 de junho de 1988. Sua instalação ocorreu em 19 de maio de 2000, tendo exercido o cargo de V.'. M.'. daquela oficina por duas vezes, no período de 2000/2001 e 2009/2011. É membro do S.C.G.33 do R.E.A.A. DA M.R.F.B,.desde 1993, e da Academia Paraibana de Letras Maçônicas, tendo atuado como Juiz do Conselho de Justiça do GLMDF (2002/2005) Idealizou e fundou o Capítulo Mutirão Social Nº 775 da Ordem DeMolay.Or.'. do Guará-DF e Associação Brasil

Versos da feira

Há algum tempo escrevi sobre os “Gritos da feira”, que podem ser acessadas no link a seguir ( https://historiaesperancense.blogspot.com/2017/10/gritos-da-feira.html ) e que diz respeito aqueles sons que frequentemente escutamos aos sábados. Hoje me deparei com os versos produzidos pelos feirantes, que igualmente me chamou a atenção por sua beleza e criatividade. Ávidos por venderem seus produtos, os comerciantes fazem de um tudo para chamar a tenção dos fregueses. Assim, coletei alguns destes versos que fazem o cancioneiro popular, neste sábado pós-carnaval (09/03) e início de Quaresma: Chega, chega... Bolacha “Suíça” é uma delícia! Ela é boa demais, Não engorda e satisfaz. ....................................................... Olha a verdura, freguesa. É só um real... Boa, enxuta e novinha; Na feira não tem igual. ....................................................... Boldo, cravo, sena... Matruz e alfazema!! ........................................