Existem muitos “causos” em
torno da figura de Pedro Pichaco, esperancense que ficou conhecido em toda a
Paraíba pela sua sagacidade. Este, sempre que viajava para outros Estados,
retornava à Campina, onde contava seus feitos na Praça do Capitólio em forma de
anedotas misturando realidade e ficção.
Pois bem. A estória que estamos
para contar é uma dessas “aventuras” do velho mandrião e que fazem parte do
imaginário popular.
Em todo o mundo existe gente
ambiciosa, louca para ganhar algum de maneira rápida e fácil. Está fórmula para
o desavisado é mesmo infalível e Pedro não desperdiçava uma boa oportunidade.
Havia em Campina, nos anos 30,
um jornal de grande circulação chamado “O Rebate”, fundado pelo professor Luiz
Gil de Figueiredo. Este cidadão lecionou durante alguns anos em Esperança, onde
também publicou nas páginas d’O Tempo (1932).
Um de seus redatores
mostrava-se mui sonhador. Jogava no bicho e arriscava em tudo quanto era sorte.
Pedro freqüentava a oficina do amigo Luiz Gil com freqüência, onde se valia de
alguns “favores” para imprimir folhetos de curas milagrosas e cartões de
apresentação com que maquinava seus golpes. Percebendo a “fraqueza” do revisor,
apresentou-lhe certa feita uma pedra insinuando desconhecedor da sua importância:
- amigo, encontrei nessas minhas andanças uma pedra brilhante e como
estou a precisar de uns acertos com seu patrão gostaria de repassar –
disse.
O funcionário mostrando-se
ingênuo, porém “astucioso”, comprou o objeto pagando valor irrisório apenas “para não perder a amizade”. Pouco tempo
depois estava ele em um ourives avaliando a jóia, onde recebeu a notícia de que
aquilo não passava de um minério sem valor. Imediatamente pôs-se a procurar
Pedro, e encontrando-o no Beco do 31 com outros amigos, objetou o destrato:
- Pedro, isso aqui não é brilhante coisa alguma é uma pedra sem valor!
- E
quem disse que era valiosa? Eu deixei bem claro que era uma pedra brilhante e
pode olhar bem que ela brilha!
Os presentes puseram-se a rir e
o jornalista saiu cabisbaixo com aquela situação em que nada podia fazer. O
fato é que depois desta venda Pedro não mais pisou na redação d’O Rebate.
Como diria a personagem Chicó: sei não, só sei que foi assim!
Rau Ferreira
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