Tropeiro ou condutor de tropas era a designação que
se dava antigamente aos responsáveis por conduzir animais caminho a fora. Na
Paraíba era comum a circulação de cavalos, bois e jumentos fazendo circular a
riqueza em nosso Estado. A cidade de Campina, por exemplo, recebeu uma forte
influência dos antigos tropeiros.
Em seus “caçoares” transportavam alimentos (açúcar
mascavo, aguardente, vinagre, vinho, azeite, bacalhau, peixe seco, queijo,
manteiga etc) e artefatos semi-industrializados. As principais trilhas davam
acesso ao Sertão e Litoral da Paraíba, passando pelos chamados “Brejos”.
O município de Esperança estava na rota dos
tropeiros que aqui se abasteciam de produtos alimentares, levando-os para o
sertão e outros Estados, a exemplo do Rio Grande do Norte. Nestas paragens
também faziam pousadas, seguindo seu rumo tangendo os bovinos e muares.
Os antigos comentavam que esses homens costumavam
pernoitar na rua do Sertão embaixo de seus castanheiros. Era grande o
ajuntamento, talvez por essa razão aquela artéria da cidade tenha se alongado
tanto, sendo umas das ruas mais espaçosas do município. Há relatos, ainda, de
que no final da rua do Boi havia um curral.
Outro motivo se afigura, por sinal, pois sendo
aquela rua paralela à feira livre, que na época acontecia na Manoel Rodrigues,
apresentava boa localização, dispondo de tudo para os viajantes.
O meu avô materno Antonio Ferreira possuiu uma
grande tropa de burros, na qual transportava carne seca e rapadura, se
aventurando nesses carrascais na busca de uma vida melhor. Após enfrentar
muitas dificuldades, conseguiu comprar a propriedade do Cabeço. Mas essa é uma
outra história.
Rau Ferreira
- ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed. Unigraf. Esperança/PB: 1985.
-
Wikipédia: Tropeiros, disponível em http://pt.wikipedia.org.
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