Sábado de aleluia, dia do Judas. Pai e um tal de “Pedro” resolveram
confeccionar um boneco como de costume para a malhação. Conseguiram uma série
de retalhos, fizeram o enchimento, colocaram um paletó velho de meu avô Dogival
com um par de luvas e um sapato "sete-vidas". Ao final pregaram aquela
representação no muro, naquela parte da casa que saia na rua do boi para que
todos vissem.
Depois de tudo pronto, os dois se despedem à espera da grande
hora. Pai supostamente entrou para o banho, contudo enquanto o companheiro
desaparecia na esquina do antigo Posto Atlantic, ele derruba o boneco, tira a
roupa e se veste de Judas na espera que alguém viesse roubá-lo.
A boquinha da noite chega o amigo de travessuras. Escala o muro
com dificuldade até ficar em cima, mas quando puxa o Judas é agarrado também!
O boneco ganha vida e segura Pedro que de susto ficou mudo. Com
muito esforço, este começa a gritar "me solta!". E quanto mais gritava
mas firme o Judas agarrava.
Depois de muito tempo, clama: - “Ai meu Deus, me solta!” - Dizia
Pedro já cansado. E a vizinhança começou abrir as janelas para ver o que estava
acontecendo. Pedro foi mudando de cor e triste pedia socorro.
Foi então que minha avó Nevinha abriu a porta da cozinha e gritou:
- Beinha, desce daí com a tua presepada! Meu pai desceu se acabando de rir e
Pedro desse dia em diante nunca mais se aventurou a roubar Judas.
Rau Ferreira
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