Choveu! Renasce a esperança em todos nós. Ela, a esperança, é prima-irmã
da caridade e um poeta não pode dispor – nunca! – desse gesto gratuito de amor!
Esperança terra boa e de boa gente, árvore nova cujos frutos hoje em dia
alegram toda a Paraíba.
No teu passado não tão distante – lyrio verde da Borborema –
homens cultos elevaram-na aos cimos do parnaso e fizeram-te encantadora e
próspera. A água abundante que cativou os índios banabuyés e nossos primeiros
colonizadores ainda refresca essas paragens.
Por aqui afluências o Riachão, o Araçagy e
outros tantos rios e riachos perenes que banham nossas terras; não é à toa, que
muitas das propriedades denominam-se por lagoas: Lagoa Comprida, Lagoa
da Marcela, Lagoa de Cinza, Lagoa de Pedra, Lagoa do Sapo, Lagoa dos Cavalos,
Lagoa Verde, Lagoinha das Pedras... apenas para citar algumas delas.
A revista do IHPG denunciava, em 1911, a problemática da escassez deste
liquido tão precioso neste município; mas somente agora, um século depois, nos
apercebemos desta gravidade.
Encampamos o antigo Banabuyé. Aterramos a Lagoa da
Porta e não se vêem mais os chafarizes em funcionamento. A rua Alfredo
Régis, que alagava em tempos de inverno, não mais abunda.
Não fomos previdentes e o lyrio resseca. É certo que
desde cedo aprendemos a conviver com as chuvas perenes, construindo cacimbas e
cisternas. Mas não foram suficientes para uma população que cresce
exponencialmente acompanhando o ritmo de um comércio em evolução.
A campanha da fraternidade alertava há pouco para o descaso com os
recursos naturais e o futuro da humanidade. Sem água não teremos futuro!
Esperamos por uma solução viável: adutora ou barragens,
tanto faz, o importante é matar a nossa sede.
Rau Ferreira
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