A tradição de uma filarmônica em Esperança é
imemorial. Segundo consta, em tempos remotos denominava-se Música de Banabuyé e já existia em
1889 (Almanak Administrativo).
Aliás, aos 24 de janeiro daquele ano noticiava A Gazeta do Sertão que a
filarmônica havia sido convidada para tocar na vila de Alagoa Nova, onde
ocorreu um desagradável evento. Um cidadão daquelas paragens resolveu perturbar
o ensaio da música sendo preso pelo Delegado Paulino Rodrigues Pinto e
encaminhado ao Juiz Municipal Joaquim Eloy Vasco de Toledo.
Há notícias de que esta banda tenha tocado também
em Areia e Remígio. Assim diz o jornal “O Democrata”:
Terminou
a primeira festa da Padroeira, Nossa Senhora do Patrocínio. A novena correu
animadíssima, sobretudo nas últimas noites. No dia da festa houve missa
cantada, e procissão à tardinha. Foi imenso o concurso de fieis. A excelente banda de música de Esperança, ali
tocou, agradando geralmente” (14/11/1894, grifo nosso).
Pelo histórico concluímos que a sua organização se
deve ao professor Joviniano Sobreira, que mantinha
uma aula de música na cidade com alunos ilustres, a exemplo de Silvino Olavo e
do próprio filho Elysio. Este cidadão faleceu em 1905, na cidade de Campina
Grande. Mas pelo visto, a semente da música permaneceu no nosso município tanto
que, em 1910, a banda era regida pelo maestro Cidalino
Pimenta (foto), segundo o fascículo Música: orquestras e bandas da
Paraíba, editado pelo jornal A União.
Banda de Esperança,
regência Cidalino Pimenta
|
Institucionaliza em 1925 com a nossa emancipação e
reaparece em 1927 regida pelo Maestro Pedro Lúcio, apresentando-se em dias
cívicos e festivos e funcionando como Escola de
Música para jovens.
Filarmônica 1o. de
Dezembro - década de 50
|
No ano de 1973, ela foi regulamentada pela Lei
Municipal nº 274. E em de 1985, ganhou o primeiro lugar da Gincana Cultura
“Descubra a Paraíba”, executando o hino popular da capital paraibana - Meu
sublime torrão -, sob a regência do major José Alves Filho.
Fazem parte da sua história músicos como José Luiz
e Joaquim Soldado.
Rau Ferreira
Fonte:
- CÂMARA, Epaminondas. Datas Campinenses. Ed.
Departamento de Publicidade: 1947;
- CÂMARA. Epaminondas. Os alicerces de Campina
Grande: esboço histórico-social do povoado e da vida, 1697-1864, 3ª Edição.
Livraria Moderna;
-
ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed. Unigraf: 1985;
- O DEMOCRÁTA, Jornal. Areia, 14 de novembro.
Parahyba do Norte: 1894;
-
PARAHYBA, Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Estado da. Anno II.
José Francisco Moura (Org.). Parahyba do Norte: 1899;
-
RIBEIRO, Domingos de Azevedo. Música: orquestras e bandas da Paraíba. Coleção
História da Paraíba em Fascículos. A União Editora: 1997;
-
SERTÃO, Gazeta do. Órgão democrático. Campina Grande, 31 de Janeiro. Parahyba
do Norte: 1890;
- SILVA FILHO, Lino Gomes (da). Síntese histórica
de Campina Grande, 1670-1963. Ed. Grafset: 2005;
- SOUZA, Inácio Gonçalves de. Esperança e sua
gente. Esperança/PB: 1994.
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