A instituição do júri em nosso
país possui um forte apelo popular. Talvez pelo fato de ser constituído por
membros da sociedade este Tribunal muitas vezes surpreende em seu julgamento.
Em Esperança muitos tribunos
ocuparam a banca da defesa com brilhantismo, mas o caso que ora se apresenta diz
respeito ao saudoso advogado Raimundo Yasbeck Asfora e foi
registrado por Moacyr Andrade em seu livro “Vultos Paraibanos”.
Narra o autor que um militar
induzia um jovem a se render, pois se encontrava embriagado e praticando
desordens na cidade. Todavia este tentou contra a vida do miliciano que foi
obrigado a fazer uso de sua arma tirando-lhe a vida.
Autuado e processado, o soldado
foi a júri tendo Raimundo Asfora assumido a sua defesa em plenário. A família
da vítima estava presente e assistia ao julgamento. Na sua oratória o advogado
em razão do seu ofício verbalizou o procedimento anti-social e desordeiro do
jovem relatado nos autos. E a atitude pacifista e de autodefesa do acusado, provocando
certo tumulto em especial nos parentes do morto.
Seguindo-se a fala, o defensor expôs
os perigos de uma sentença condenatória naquele caso. O policial em questão
representava a ordem pública a quem buscava resguardar em favor da sociedade,
tendo inclusive arriscado a própria vida com este objetivo. A sua condenação
representaria por fim a falência da autoridade policial e das formas de se
manter a segurança e ordem a serviço do povo.
A esta altura não só os
familiares do falecido como todos os presentes estavam convencidos e premiavam
o gesto louvável do policial.
Rau Ferreira
Fonte:
-
ANDRADE,
Moacyr. Vultos paraibanos. Rg Gráfica e Editora, Campina Grande/PB: 2001, p.
72/73;
-
RHCG:
Raimundo Asfora, disponível em http://cgretalhos.blogspot.com.
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