Silvino Olavo |
Silvino Olavo escreve –
em um de seus textos publicados no Diário da Manhã, em setembro de 1923 – à
Itália Jovem. Não que este país tenha sido recém descoberto, muito pelo
contrário, em seu território há uma acrópole de monumentos históricos e sítios
arqueológicos que remontam à antiguidade; mas sobre o seu aspecto jovial e
renascentista pós-Primeira Guerra Mundial.
Esse primeiro grande
conflito da humanidade moderna ocorreu entre 1914 e 1918, trazendo grande
aflição para os povos, inclusive latino-americanos, com o perecimento de
milhares de pessoas e a destruição quase que total de alguns países.
Inicia o seu comentário
dizendo que não reconhece o bem da guerra como estimulante para as raças
heróicas, “A despeito dos filósofos e dos
poetas que acreditam na necessidade da guerra para o advento renovador dos
valores estéticos e sociais do mundo”.
Não obstante acredita na
união, na certeza otimista que soergue um país após uma disputa armada. Dizia-o
ancorado nas evidências e no acerto soez que a Itália ostentava para o mundo
naquele momento da história.
Enquanto os demais países
do eixo europeu protestavam, levantavam bandeiras anti-bélicas contra tudo e
todas as autoridades, a carestia e a queda do câmbio demonstrando assim que as
almas se tornam mais céticas. O povo italiano com maestria e humildade
reconstruía o seu país com heroísmo com um ideal de fé e rejuvenescimento.
A luta nas trincheiras
trouxe-lhe esta lição, elevada por um sentimento de nobreza “E tudo isto se deu sob um véu de discrição
irrevelável (...); não exigiu
auxílios sob a alegação de sacrifícios, porque a causa que estava em jogo era a
sua própria causa – a da civilização”.
Acrescenta que o povo
italiano tem absoluta confiança em sua capacidade de organização, sob a égide
de que a Itália é o mundo moral decantado por poetas e artistas. E acredita que
ela tudo faria para obstar o prosseguimento de incidentes extremos, condenáveis
de outra conflagração, ao passo que evoca a confiança na Itália sempre
renovada, “depositária fiel dos
esplendores helênicos, Custódia da fé e da Civilização, Acrópole moderna da
Arte imperecível, - Roma – Cidade Eterna, Centro irradiante de todos os
fulgores solares da alma latina”.
Assim encerra o nosso
poeta o seu texto no folhetim carioca, no quinto ano do pós-guerra. Em sua
coluna semanal, abordava vários aspectos da cultura, do folclore e do direito
internacional. Neste também foram publicadas suas críticas literárias, que lhe
valeram a publicação de Cordialidade, no ano de 1927.
Rau Ferreira
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