Detalhe do Cemitério (Foto: Blog Esperança de Ouro) |
O costume de enterrar os mortos
é imemorial, e em Esperança não poderia ser diferente. Mas em 1860 não existam
ainda cemitérios na região. A solução era bem simples: as pessoas ricas eram
enterradas nas igrejas e os pobres nos campos.
Reza a tradição que o cemitério
público teria sido construído em 1862, por ordem do Padre Ibiapina. O local
escolhido era bem afastado da vila e recebeu a denominação de Campo Santo. A motivação teria sido o surto de
Cólera Morbidus que assolou a nossa região naquela época.
Demorou muito tempo até que as pessoas
sepultassem os seus mortos independentes de classe social. Um dos primeiros
túmulos era da família Pedro, de Lagoa de Pedra.
Antigamente existia um caixão grande,
tipo padrão que levava o féretro até o Cemitério. Por esse tempo, os mortos
eram vestidos de "mortalhas", que era uma espécie de roupão, mas
algumas pessoas eram enterradas em redes e outros eram levados em padiolas.
Mais
tarde a prefeitura tratou de fabricar caixões para as pessoas pobres. Eram
feitos de compensado e plástico, em geral roxo, coberto com papelão. Não tinha
luxo, mas servia aos propósitos.
O cemitério Nossa Senhora do Carmo
passou por diversas reformas. Em 1949, por exemplo, foi adquirido um terreno ao
Sr. Manuel Alves da Rocha para ampliação, tendo sido construído uma capela ao
centro.
E no ano de 1963, por iniciativa do
Vereador Dogival Belarmino Costa, através do Projeto de Lei N. 02/63, foi proposto
a aquisição de um outro terreno anexo ao Cemitério, este pertencente a Salvino
Manuel de Maria, medindo 30 de largura por 204 metros de fundo. A seguir
apresentamos o projeto original:
Projeto de Lei n. 2Autoriza o Poder Executivo a comprar um terreno no final da Rua Solon de Lucena, para fim que especifica.A CÂMARA MUNICIPAL DECRETA:Art. 1o. Fica o Prefeito Municipal de Esperança autorizado a comprar um terreno no final da Rua Solon de Lucena, antiga Campo Santo desta Cidade, medindo 30 (trinta) metros de largura, por 204 (duzentos e quatro) metros de fundos, no valor de CR$ 200.000,00 (duzentos mil cruzeiros), ao Sr. Salviano Manuel de Maria a construção de um Cemitério Público Municipal.Art. 2o. É igualmente autorizado o Prefeito Municipal a abrir o crédito especial naquela importância para o fim de que trata o art. anterior.Art. 3o. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.SALA DAS SESSÕES DA CÂMARA MUNICIPAL DE ESPERANÇA, 10 DE DEZEMBRO DE 1963.Dogival Belarmino CostaVereador Municipal
Anos mais tarde, na final década de 90
e início do Século XXI, o local foi novamente reformado. Retirou-se a antiga
capela e construiu-se uma nova no final. O cemitério foi murado em formato de
“L”, e segundo dizem, encontra-se com sua lotação quase completa, havendo
necessidade da construção de um outro.
Apesar de várias empresas que fazem o
serviço fúnebre nesta cidade, não temos cemitérios particulares.
Todos os anos o local é bem
freqüentado por aqueles que visitam os seus entes queridos, sendo
comercializados flores, velas e outros adereços que adornam as catacumbas.
Registre-se que o Município de
Esperança ainda mantém um Cemitério Público em Massabiele.
No detalhe da foto, podemos observar o
estilo colonial do Século XVIII na fachada do Cemitério Público de Esperança.
No excelente blog de Jailson Andrade (Esperança de Ouro) encontra-se o
decreto de autoria do Prefeito Júlio Ribeiro que desapropriou parte de uma
propriedade do Sr. Manuel Alves da Rocha, para reforma e ampliação do Cemitério
Público no ano de 1949. Visite: http://www.esperancadeouro.com/
Rau Ferreira
Referências:
- ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed. Unigraf. Esperança/PB:
1985.
- ESPERANÇA, Câmara Municipal de. Arquivo Público. Esperança/PB:
2010;
- FERREIRA, Rau. Dogival Belarmino Costa. Arquivo pessoal e
familiar. Esperança/PB: 2010.
-Blog Esperança de Ouro, disponível em http://www.esperancadeouro.com/, 02/11/2011
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