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A Furna dos Caboclos: novos fatos

 


Tivemos oportunidade de escrever sobre a Furna ou Pedra do Caboclo Bravo que se distancia de Esperança, próximo à Algodão de Jandaíra, cuja propriedade era a extrema da Fazenda Cabeço, pertencente ao meu avô Antônio Ferreira.

Trouxemos uma carta de João Lopes Machado de 1874 e um questionário da Biblioteca Nacional (1881), e transcrevemos as impressões de Irineu Jóffily publicado em seu livro “Notas Sobre a Parahyba” (1892).

Agora novos fatos se apresentam a esse importante sítio arqueológico que reputei igualmente necessário trazer à colação. Tratam-se dos estudos de J. D’ávila Lins, engenheiro do antigo do IFOCS – Instituto Federal de Obras contra as Secas, do Professor Ludovico Schennhagem e de Antenor Navarro, nomes importantes que fizeram a nossa Parahyba.

D’ávila Lins escrevendo sobre “Os Cemitérios Indígenas” fala dos abandonos que há séculos se encontram essas necrópoles, tratando da furna em sua publicação:

“[...]. As bacias hidrográficas do Curimataú e do Mamanguape têm de permeio, no município de Areia, um encadeamento de serrotes, orientados em curva muito aberta de nordeste para oeste, a que os habitantes locais denominam Serra do Algodão, pelas excelsas virtudes de sua preciosa malvácea, em nada interior ao produto do Seridó.

Por sobre esta serra, em ponto bem fronteiro à recente e animada povoação do Algodão, do lado em que se descortina Pocinhos, ao sudoeste, se acha situada a Furna dos Caboclos, consoante o batismo que lhe deram os habitantes daquelas redondezas.

Da furna ao povoado dista cerca de três quilômetros, trafegáveis por uma entrada carroçável de segunda classe, como são quase todas as outras zona do Curimataú.

As degredações multi-seculares do porfiroide tomaram lentamente a feição duma caverna, de acesso alcantilado, cuja entrada, voltada para o sul, tem a forma duma semi-elípse, assentado sobre o seu maior diâmetro de perto de vinte metros de comprimento em plano horizontal.

O diâmetro menor terá provavelmente oito metros de extensão segundo a seção vertical da boca.

Alastrar-se no interior da Furna em grossa cauda certa porção de sílica proveniente das decomposições consantes da pedra, a qual o Aracaty todas as tardes resolve de mistura com os restos mortais de ignorados aborígenes.

Reza ainda a tradição local que os últimos caboclos daquelas paragens inóspitas, rebeldes à conquista dos invasores seus conterrâneos, buscaram para ultimo refúgio essa Furna, em lugar ermo e inexpugnável, e aí, danificados pelo martírio dos vencidos e comprimidos pelo sítio cada vez mais apertado dos civilizados, sucumbiram pela sede e pela fome.

Anos sem conto hão decorrido até hoje e a retirada frequente de despojos humanos ainda não pode limpara aquela gruta sagrada, onde jazem espalhadas com pedaços de fangas e outros adornos apodrecidos numa fragmentação consternadora, tíbias, fêmures, clavículas etc. que só a secura dos ares nordestinos há preservado do extermínio completo”.

O autor clamava a ação do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba na salvaguarda dos materiais arqueológicos que ali se encontravam “à mercê de curiosos irreverentes que em visitas quotidianas as estão subtraindo e desviando do seu violado repouso”.

Meu avô, quando jovem, sob o epiteto de Antônio Guiné (por ser muito bravo) visitou algumas vezes a pedra, chegando a descer no seu interior, onde observou não apenas a ossada humana, como a areia fina mencionada por D’ávila, além de pontas de flechas. Também acompanhou alguns visitantes, que interessado naqueles achados, e na beleza natural da Furna, se aventuravam na subida, porém poucos ousavam descer-lhe até a entrada íngreme, onde se alcançava o fundo por algumas depreciações como se fossem largos batentes.

D´ávila também chamava a atenção para a “numerosidade de inscrições rupestres que se encontram nas pedras isoladas das proximidades de Algodão”, as quais, segundo relato de Irineu Jóffily, foram devastadas por aqueles que lhe precederam em diversas épocas, “lançando os crâneos de serra abaixo”, dos quais alguns foram por ele remetidos ao Museu Nacional.

De fato, naquela época, os meus antepassados já diziam que os visitantes gravaram seus nomes na pedra, como registro de suas visitas, muitas vezes encobrindo as inscrições dos silvícolas, verdadeiros artífices de sua engenhosa representação:

“[...] Não serão elas epitáfios ainda hoje enigmáticos, em que pese a interpretação que lhes têm procurado dar muitos estudiosos do assunto?

A tinta vermelha e indelével continua a resistir à ação do tempo e os riscos caprichosos lá estão a desafiar a nossa inteligência que não os pude interpretar até agora de maneira satisfatória.

Veem-se figuras bizarras de animais, traços geométricos perfeitos, labirintos gregos etc., nos paredões de pedra do Algodão, que sugerem uma vasta e antiquíssima cidade em ruinas, de alvenaria ciclópica, com amplos corredores que se alinham com rara singularidade.

Poucas originalidades no Estado, cujo território conheço, quase inteiramente, me prenderam tanto a atenção, quanto a destes aspectos admiráveis daquelas cercanias.

Eis por que aqui deixo o meu aprelo ao Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, a fim de que se promova uma excursão a esse cemitério indígena, cuja existência já Maximiano Machado nos dá notícia, aliás por ouvir dizer, e com referências inexatas a seu respeito.

Por intermédio de Coriolano de Medeiros, fiz chegar ao Instituto boa quantidade de autenticas amostras de rotulas, maxilares, colmilhos e outras muitas partes de esqueletos humanos que poderão ser apreciados e que recolhi da Furna do Caboclo em recente viagem de estudos para a repartição a que pertenço.

Ao habitante da capital do Estado uma excursão a esse sítio lendário pareceria sumamente agradável pelo ensejo que se lhe oferecia de observar diretamente os encantos surpreendentes do planalto da Borborema, com a sua flora tolhiça e agressiva, que Martins denominou de silva hórrida.

A uma altitude aproximada de 700 metros se desdobra ante a visão do espectador posto dentro da gruta um quadro maravilhoso ao conjunto pela disparidade dos detalhes abrangidos a que não falta o riacho a se enroscar nos taboleiros refertos de cactáceas nem o cordão azulado das serras nos horizontes dilatados.

Ao nordeste da Furna se descobre o bióco formidável da Serra da Caxexa distante vinte e poucos quilômetros.

Ao norte é a Serra das Cabaças, que se distingue a cerca de 15 quilômetros e ao poente, na linha extrema do chapadão, lá está a Serra da Canastra de perfil poligonal muito abnegado.

E ao sudoeste some no oiro da tarde que se derrama nos vales do Curimataú o festivo vilarejo de Pocinhos.

O silêncio impressionante daquelas alturas nos leva a pensar instintivamente naqueles que outr’ora ali palmilharam anos e anos, ignorados do mundo e dos homens que depois lhes haviam de conquistar até os restos mortais numa sacrílega profanação”.

De certo desconhecia J. D’ávila Lins a lenda dos caboclos bravos, que também narrei, a qual tem sido repassada por gerações na minha família, proprietários daquele pedaço de chão que, em tempos remotos, se chamou de “Cabeça de Boi”, e mais recente, simplesmente “Cabeço”.

Quase uma semana após D’ávila Lins publicar as suas impressões sobre a Pedra do Caboclo, foi a vez de Antenor Navarro registrar n’A União, jornal oficial do Estado, as suas impressões sobre aquele ponto culminante da Serra do Algodão.

Para o revolucionário de ’30, e interventor paraibano, a necrópole oferece dois aspectos bem distintos: um histórico e outro turístico: “Do primeiro só um estudo especial poderá permitir conclusões acertadas. É que a furna contém um depósito considerável de ossos humanos. De adultos e crianças. Depósito que há mais de 400 anos vem sendo carregado e que ainda hoje é abundante”.

Escreve Navarro que chegou a conversar com Francisco Braga, à época proprietário dos terrenos da serra, que relatou achados tais como tangas, cocares, flechas e tecidos de origem indígena, duvidando se tratar de um cemitério.

Igualmente, desconhecia Antenor, a lendária história de que os índios conviviam de forma ordeira com uma senhora que criava gados nas imediações da pedra, cedendo-lhe as missangas dos animais quando estes iam ao abate e, num certo dia, não usando do costume a fazendeira, flecharam os aborígenes alguns animais que vieram à óbito, tomando ela a fatídica decisão de chamar alguns capitães do mato que armados de mosquete, cercaram a entrada da gruta, fazendo com que os selvagens morrerem de inanição.

Notadamente, lhe foi narrado outras histórias, a exemplo de uma na qual alguns ladrões, foragidos de Pernambuco com precioso roubo joias se viram obrigados a se esconderem na furna; que na opinião de Antenor, seriam inverossímeis, pois não apenas adultos, mas vestígios de infantes foram encontrados na pedra:

Essa lenda é até certo ponto inverossímil, porque a gruta se ainda é dos tempos dos ladrões parece que é bem anterior a polícia. Depois ladrões não andam assim tão numerosos, nem carregariam crianças. Ela ali fica para alertar a cobiça dos que, como os inventores do motor-contínuo, nada encontram que os desvie de uma ideia fixa”.

Dando ainda como uma segunda hipótese ser a gruta uma espécie de cadeia, na qual restaram apenas as ossadas dos prisioneiros, e mencionando, por fim, que ali fosse um sanatório indígena, onde esses seriam transportados para o local, com a finalidade de buscar cura para os doentes, considerado o ar puro da serra e absoluta salubridade de furna.

E dessa também duvidara o 18º governador da Paraíba, Antenor Navarro de França, que dirigiu os destinos do Estado de 1930 à 1932, quando de sua interventoria:

“Não parece viável. É hipótese de médico. A furna é pequena, talvez não tenha 200 metros quadrados. Terá no máximo 120. E a quantidade de ossos existente é de forma a fazer crer na hipótese de um cemitério.

Deixemos, todavia, esta parte aos entendidos na matéria. A eles o estudo e a imaginação farão surgir como encanto o encadeamento de todos os dados e de todos os argumentos para a verdade, para a verdadeira explicação desses ossuários ciclópicos”.

 O segundo aspecto seria o do turismo, que tanto hoje se reclama “Turismo de Aventura”, no qual pessoas fazem rapel nos paredões de pedra, chamado ao tempo de Navarro de “alpinismo”:

De Areia têm saído caravanas para a serra do Algodão. E há pouco tempo foi uma de 32 pessoas, das quais treze, inclusive mulheres, chegaram a descer até a furna”.

Com o conhecimento que se presume de alguém que enfrentou a íngreme entrada da Furna, escreve Antenor os pormenores da descida da pedra:

“[...] A serra tem aproximadamente 400 metros de altura, quase toda nua, com vegetação local de macambira, xique-xique, coroa de frade, palmatória etc. que em nada auxiliam o excursionista. Até ao pé, vai-se de automóvel. Galgada a serra, pelo seu flanco direito, numa subida, às vezes penosa pelo esforço e pelos espinhos (quem está habituado sente é claro muita facilidade em subir pedras de botina), a vista é soberba, e em tudo como escreveu o dr. Ávila Lins. Caminha-se 400 metros na lombada, em plano mais ou menos horizontal. Pouco antes da outra extremidade, começa-se a descer para o lado contrário da subida. Descida cuidadosa, mas sem perigo. Até um pequeno rego, uma paráclase lateral da rocha. Daí continua-se descalço e para facilitar os movimentos tira-se o paletó. As mãos devem estar livres. Só os que têm prática, levam alguma espingarda, uma máquina fotográfica etc. Desce-se esta rampa em forma de um ângulo diedro, na ignorância absoluta do resto, que é o mais perigoso, pois a vista não alcança senão o abismo. Dá vontade de voltar. Até esse ponto teremos descido pouco mais de sessenta metros. Nos poucos trinta metros restantes é onde está o risco da descida. O guia vai na frente. Chega a primeira pedra base, verdadeiramente a pique, e dela vai instruindo o iniciado na manobra dos pés e dos dedos. Tem-se que virar as costas ao abismo de 300 metros, e firmando-se nas pontas dos dedos, acomodadas numa pequena abertura na rocha, deixar escorregar o corpo e apoiar o pé em outra saliência mais abaixo. Muito cuidado e firmeza nos movimentos. As outras duas pedras, que ficam a seguir, de forma arredondada, são vencidas por escorregamento, a pessoa sentada nelas. Na altura do chão da gruta toma-se a pedra da direita e depois de um certo cuidado nos movimentos, devido à inclinação e às macambiras, chega-se a furna. Na subida variam as manobras, nem sempre determinadas pelo guia. Nesta, oferecem maior dificuldade as pedras arredondadas.

O perigo sempre existe, porque o desequilíbrio ou um escorrego brusco será fatal, pois em baixo estão 300 metros de altura, sem remédio. Entretanto a obediência e a disciplina evitam toda e qualquer probabilidade de um desastre. Sobe sempre um atras do outro, seguindo as instruções que o guia vai ditando. Para, entretanto, dar uma ideia do que a prática e a experiência conseguem, basta dizer que um dos nossos companheiros, habituado à proeza, desceu com a maquina fotográfica numa das mãos e calçado de botinas!

Os paraibanos não precisam, para o seu turismo tropical, mais do que a serra do Algodão. É escusado dizer que uma boa corda de cima até em baixo tira todo o perigo da mesma, e também a graça”.

Por fim temos o relato de Ludovico Schennhagem, consoante indicação do Dr. Demócrito de Almeida, filho de Areia e que era Secretário do Estado, ao tempo em que as reportagens foram escritas para o jornal, acerca das inscrições que haviam no lugar, e que lhe aproveitavam para traçar o antigo itinerário das antigas estradas. Com efeito, o estudo do professor dizia respeito às estradas de penetração que saíam do Rio Grande do Norte até a Paraíba, passando por Cuité, Picuí e Pedra Lavrada, de onde divisava um ramal para a Serra da Borborema, seguindo para o rio Curimataú, até alcançar a Serra dos Caboclos “onde existe uma grande furna larga e alta, com abóboda artística e a forma dum pé humano que era o sinal do pagé”.

Dos três autores citados nesse artigo, este foi o que mais se aproximou da presença dos silvícolas na região:

Ali em redor existiu uma grande aldeia dos Cariris, que os portugueses chamaram com tanta inteligência ‘cabocolos’.

As informações do sr. Dr. Ávila Lins confirmam a minha teoria. A entrada da gruta tem a largura de 20 metros e a altura de 8 metros, formando uma abóboda duma semi-elípse. Em cinco outras estações encontrei ‘casas de pedra’ do mesmo sistema. A forma do pé, cortada na abóboda, indica ‘casa de pagé’, na língua tupi ‘pageú’. A casa foi primeiro uma estação dos mineiros. Depois da saída destes, tomou conta dela o pagé, e desde que a pedra do chão era mole e cheia de areia, o pé ficou na abóboda, onde se conservou. Mais tarde foi destinada a gruta para um ‘caomcim’, quer dizer um cemitério, onde foram colocadas as urnas funerárias. Em muitos lugares pude eu constar que os Tupis cortavam os corpos de pessoas grandes em pedaços, embalsamavam todas as peças com cuidado e juntavam-nas na urna assim que o morto parecia ficar na posição sentada. Além disso acrescentavam diversos objetos, como tangas, cintos de penas, pedras polidas e outros. Depois seguravam o capote da urna com uma liga bem preparada, que tudo demonstra o costume e a arte dos Egípcios, que chegaram junto aos Fenícios e ensinaram os Tupis”.

Esse antigo estudo, que dá conta da passagem dos Fenícios em nosso Estado, há muito vem se discutindo, e não queremos entrar no mérito. Contudo, o professor Schennhagem era um dos abnegados pesquisadores da teoria, chegando a publicar no jornal “A República” de Natal que as estradas de penetração, antes mencionadas, teriam sido construídas pelos Fenícios e seus auxiliares datada de 700 a 500 anos antes de Cristo, explicando a origem do nome rio Curimataú, dando-o como sendo “região dos grandes porcos silvestres”.

Conclui o professor Ludovico que “as inscrições que se acham na vizinhança de Algodão parecem ser do mesmo sistema dos letreiros de Picuí e Pedra Lavrada, dos quais tenho 14 cópias que serão reproduzidas no meu livro”. Não tendo as de Furna do Caboclo, solicita aos seus leitores: “Ficaria grato se pudesse obter também algumas cópias de Algodão, pois agora, residindo no Piauí, não posso logo ir a Areia; só em janeiro vindouro”.

Considerei oportuno trazer à baila as anotações do pesquisador Jônatas Rodrigues Pereira, membro do Instituto Histórico de Campina Grande que muito tem contribuído para a historiografia paraibana.

Fugindo um pouco de sua especialidade, que são as estações ferroviárias, divulgou em seu blog um curioso fato, que nos chamou a atenção:

[...] o Senhor Aprígio Manoel (in memorian), relatou que por volta do ano de 1927, quando ainda jovem, reuniu-se com uma turma de quatro amigos e adentraram na Gruta dos Caboclos e se depararam com quarenta e duas ossadas humanas. Estas apresentavam características de pessoas de pouca idade, provavelmente eram restos dos indígenas sacrificados pelos capitães do mato a mando dos colonizadores na luta pelas terras. Encontraram também um cachimbo, um chicote e roupas tecidas a fio de caruá, uma planta nativa dessa região.”.

Pelo visto, há muito ainda o que se descobrir sobre a Pedra do Caboclo, não apenas sob o aspecto histórico e arqueológico da furna, como também de um provável empreendimento turístico, há muito decantada pelos conhecedores do lugar.

Sobre o turismo, e deixo aqui a minha conversa com Caetano Filho, já falecido, a despeito dessa prática em nossa região.

Sugeri um trajeto que se iniciaria no Sítio Caldeirões, onde há inscrições semelhantes às da Pedra do Ingá; seguindo para a Capelinha das Pedra (a menor do mundo), ambos cidade de Esperança-PB.

Dali, numa viagem curta, rumariam para a Lagoa de Pedra, onde no alto da pedra há um cruzeiro, inscrições rupestres e uma orquídea que apenas floresce na sexta-feira da Paixão. Após alguns quilômetros, em linha reta, seguiriam até se chegar a Gruta do Caboclo, onde se serviria uma refeição aos turistas, terminando aquele agradável passeio.

 

Rau Ferreira

 

Referências:

- A UNIÃO, Jornal. Órgão oficial do Estado. Cemitérios indígenas, por J. Dávila Lins. Edição de 29 de março. Parahyba do Norte: 1927.

- A UNIÃO, Jornal. Órgão oficial do Estado. A furna dos caboclos, por Antenor Navarro. Edição de 06 de abril. Parahyba do Norte: 1927.

- A UNIÃO, Jornal. Órgão oficial do Estado. A furna dos caboclos, por Ludovico Schennhagem. Edição de 24 de abril. Parahyba do Norte: 1927.

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