Ao
amigo José Mário da Silva Branco
Louvai
ao Senhor ó terra inteira
Louvai-o
por sua grandeza
A
Ele pertencem a realeza
e
sua obra primeva:
A
sabedoria, mestra faceira
Luiz
no escuro sempre acesa
Apresenta-se
a quem queira
Se
deliciar de suas proezas.
E
revelando Deus a sua maneira
De
infinita bondade e beleza
Faz
contumaz e ligeira
A
louvação da natureza.
Rau
Ferreira
José Mário da Silva
Branco, escritor e crítico literário, teceu alguns comentários acerca deste nosso
singelo poema “Louvação”.
De fato, foi uma
análise profunda, que foi além do saltério, para captar o sentido bíblico por
trás dos versos. Eis as ponderações do colega da ALCG - Academia de Letras de
Campina Grande:
"Em seu clássico livro ‘Introdução à Semanálise, a teórica da
literatura’ Julia Kristeva afirma que o texto literário é um mosaico de
citações, um modo como o texto se insere na história, e é por ela atravessado.
E arremata a referida ensaísta: todo texto é antes de tudo um intertexto.
Para Affonso Romano de Sant'Anna, em ‘Paródia, Paráfrase & Cia’, a
intertextualidade se operacionaliza de múltiplas formas, distinguindo-se a que
se efetiva de modo latente e a que o faz de modo explícito.
Tendo em mira a reflexão do criador de ‘O Canibalismo Amoroso’, visualizo
na ‘Louvação’ engendrada por Rau Ferreira um diálogo intertextual explícito com
o código bíblico, mais precisamente o que ocupa as páginas do Saltério
hebraico, tesouro especial de orações e louvores do povo de Deus da Antiga
Aliança, memoráveis documentos de fé e testemunho vivo da peregrinação de
Israel em seu caminhar com Yavé.
Aqui, no texto em tela, a função apelativa da linguagem cartografa a
solene convocação para que todos os seres humanos, em todas as geografias,
louvem a Deus, e o exaltem por seus poderosos feitos.
A ênfase recai sobre a dimensão criadora do Senhor, que, com o poder da
sua Palavra, não somente trouxe a existência tudo quanto ainda não existia,
como também espalhou, no Grande Livro da Criação, as suas indeléveis impressões
digitais.
Os salmos oito e dezenove corroboram essa verdade, assim como a carta aos
Romanos, de autoria do apóstolo Paulo, em sua argumentação introdutória, aquela
em que o timoneiro do Cristianismo aponta, dentre outras coisas, para a
indesculpabilidade dos homens em face da deliberada atitude de rejeição que
eles tiveram em relação à Revelação Natural de Deus.
O poema de Rau Ferreira adere, explicitamente, à cosmovisão exponenciada pelo
sacro texto de que se valeu para construir a sua ‘Louvação’.
A Beleza, a Bondade, a Infinitude e a Sabedoria divina também são códigos
temáticos que perpassam o texto, aos quais se associa uma tonalidade
celebratória, passível de ser evidenciada na leitura oral do texto, dado que a
tonalidade, conceito originário do universo da música, quando transportado para
a territorialidade literária, diz respeito, segundo o mestre Alfredo Bosi, a
uma dimensão afetiva que recobre as camadas da expressão.
Os mais recentes escritos de Rau Ferreira têm incursionado pelo mundo
numeroso e multiplicado dos horizontes bíblicos, do qual ele tem extraído
motivos, motivações e inspiração para o seu lírico cantar da vida, sublime
romance escrito pela invisível, mas real, não do Criador” (José Mário).
José Mário é Membro
das Academia Campinense e Paraibana de Letras; e na atualidade, o maior nome
das letras em nosso Estado, com projeção nacional.
Não bastassem esses
predicados, é um homem de Deus, evangelizador que tem convertido muitas almas
do pecado da morte.
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