Pular para o conteúdo principal

Ismaell Bento e sua pesquisa genealógica acerca das origens de Banabuyé

Documento transcrito por Ismaell Bento

O historiador Ismaell Bento anunciou hoje (16/06) que está pesquisando os assentos de casamento, batismo e óbitos de Esperança que se encontram nos arquivos paroquiais de Alagoa Nova e de Campina Grande. O projeto gira em torno dos registros familiares dos primeiros habitantes que deram origem à antiga Banabuyé, hoje Município de Esperança, no Estado da Paraíba.
Estou levando em conta os casamentos ocorridos no sítio (depois povoado) de Banabuié, e em sítios que hoje compõe o município de Esperança, como Lagoa de Pedra e Lagoa Verde”, disse o mestrando em história, que também participa do Instituto Histórico e Geográfico de Esperança - IHGE.
A pesquisa está sendo feita entre os anos de 1850 até 1908, data de criação da Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho.
Futuramente pretendo publicar um livro com os principais troncos familiares que deram origem a nossa cidade”, acrescentou.
É um primeiro passo para se construir um acervo genealógico municipal, a exemplo dos trabalhos de Péricles Serafim em Remígio, e Francisco Torres no Município de Areia.
Ismaell tem observado que a família Diniz aparece aos montes nos documentos de 1850 a 1865; outros registros dizem respeito aos sobrenomes Barbosa, Granjeiro, Ferreira, Cunha, Pereira e Sales.
Salientou, ainda, que o primeiro vigário a casar alguém neste território foi José Antunes Brandão, seguido de José Apolinário Gomes da Silva, celebrando-se os matrimônios no lugar Banabuié, Sítio Banaboé ou em oratório privado em Banabuié.
A seguir transcrevemos um assento de casamento, com a grafia de sua época, colhida pelo pesquisador junto aos arquivos paroquiais:

Aos dez de julho de mil oitocentos e sescenta e três, no lugar Banaboé desta Freguesia de Alagôa Nova depois de feitas as denunciações do estyllo sem impedimento algum e depois de confessados e examinados em Doutrina Christâ, e dispensadas do impedimento de consanguinidade em que estarão ligados, recebi em matrimônio José Pereira da Costa, com Maria da Conceição, e logo receberão as bençãos nupciais perante as testemunhas Liberato José Carneiro Prefeito do Bonfim, solteiro, e o Capitão Felismino Francisco Fernandes, casado, e moradores desta Fregª e pª constar mandei fazer este assento em que me assinei. O vigarº José Antunes Brandão"

Em relação à antiga Capela cuja construção foi finalizada em 1862, até o ano de 1866 não há qualquer menção, onde se supõe que sua construção tenha se alongado alguns anos. O fato de ainda não haver sacerdote provisionado ou que ainda não tenha sido benta pelo bispo diocesano, estão entre outras hipóteses.
Paralelo a este trabalho foram feitas importantes descobertas, por exemplo, em 3 de outubro de 1867 é citado pela primeira vez Povoado de Banabué, também foi encontrado o assento do casamento de um escravo, colocando em cheque a narrativa de Coriolano de Medeiros de que “o elemento negro deu pouca contribuição” para a formação de nossa gente.

Rau Ferreira

Comentários

  1. Olá! Que bom para nós se houver essa pesquisa dos primeiros moradores ! Nasci na Rua Beleza dos Campos no ano de 1950 onde chega na Capela ! Fomos embora de Esperança no ano de 1956 para Belo Horizonte, e voltei ai no ano de 2007! Adorei ! Tenho parentes em Remígio e Alagoa Grande! Gostaria de saber de nossa Árvore Genealógica! Abraços

    ResponderExcluir
  2. Meu Nome é Wagner Fonseca, filho de Oberto Luiz Gomes da Fonseca, o irmão mais novo "Roberto". Quero muito conhecer essa parte da família; estou em Rio Tinto PB e meu contato é 83 988097095.

    ResponderExcluir
  3. Meu Nome é Wagner Fonseca, filho de Oberto Luiz Gomes da Fonseca, o irmão mais novo "Roberto". Quero muito conhecer essa parte da família; estou em Rio Tinto PB e meu contato é 83 988097095.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

O Mastodonte de Esperança

  Leon Clerot – em sua obra “30 Anos na Paraíba” – nos dá notícia de um mastodonte encontrado na Lagoa de Pedra, zona rural de Esperança (PB). Narra o historiador paraibano que em todo o Nordeste existem depressões nos grandes lajeados que afloram nos terrenos, conhecidas pelo nome de “tanques”, muitas vezes obstruídos pelo material aluvionar. Estes são utilizados para o abastecimento d’água na região aplacada pelas secas, servindo de reservatório para a população local. Não raras as vezes, quando se executa a limpeza, nos explica Clerot, aparecem “ restos fossilizados dos vertebrados gigantes da fauna do pleistoceno que povoou, abundante, a região do Nordeste e, aliás, todo o Brasil ”. Esqueletos de espécimes extintas foram encontradas em vários municípios, soterrados nessas condições, dentre os quais se destaca o de Esperança. A desobstrução dos tanques, necessária para a sobrevivência do rurícola, por vezes provocava a destruição do fóssil, como anota o professor Clerot: “ esf

Anselmo Costa

O Pod.: Ir.: Anselmo Costa é filho do ilustre desportista José Ramalho da Costa e d. Maria da Guia Costa. Casado com a Sra. Meire Lúcia de Faria Costa, tem três filhos (Rodolfo, Renê e Rainer) e dois netos gêmeos (Guilherme e Gustavo). Nasceu em Esperança no dia 08 de Fevereiro de 1950 e se dedicou ao ramo de Clínica Odontológica em Brasília/DF, onde reside desde 1976. Na maçonaria, teve sua iniciação junto a ARLS Mutirão Nº 11 – GLMDF - em 13 de dezembro de 1986, sendo elevado em 9 de outubro do ano seguinte e exaltado em 17 de junho de 1988. Sua instalação ocorreu em 19 de maio de 2000, tendo exercido o cargo de V.'. M.'. daquela oficina por duas vezes, no período de 2000/2001 e 2009/2011. É membro do S.C.G.33 do R.E.A.A. DA M.R.F.B,.desde 1993, e da Academia Paraibana de Letras Maçônicas, tendo atuado como Juiz do Conselho de Justiça do GLMDF (2002/2005) Idealizou e fundou o Capítulo Mutirão Social Nº 775 da Ordem DeMolay.Or.'. do Guará-DF e Associação Brasil

Versos da feira

Há algum tempo escrevi sobre os “Gritos da feira”, que podem ser acessadas no link a seguir ( https://historiaesperancense.blogspot.com/2017/10/gritos-da-feira.html ) e que diz respeito aqueles sons que frequentemente escutamos aos sábados. Hoje me deparei com os versos produzidos pelos feirantes, que igualmente me chamou a atenção por sua beleza e criatividade. Ávidos por venderem seus produtos, os comerciantes fazem de um tudo para chamar a tenção dos fregueses. Assim, coletei alguns destes versos que fazem o cancioneiro popular, neste sábado pós-carnaval (09/03) e início de Quaresma: Chega, chega... Bolacha “Suíça” é uma delícia! Ela é boa demais, Não engorda e satisfaz. ....................................................... Olha a verdura, freguesa. É só um real... Boa, enxuta e novinha; Na feira não tem igual. ....................................................... Boldo, cravo, sena... Matruz e alfazema!! ........................................