1. Origem
Maria
Hilda Batista Soares Natural de Esperança-PB, o pai, Francisco Batista Júnior
(seu Chiquinho), e a mãe, Maria da Costa Júnior (Dona Sula), seu “berço” era
humilde, como ela mesma definia, mas sua família era tradicional e de “brazão”,
pois dela surgiram pessoas grandes personalidades que se destacaram à nível de
Brasil, ela citava Silvino Olavo e Samuel Duarte.Também em entrevista gravada
em áudio às 22 hrs numa sexta-feira do dia 20.07.2007 falou sobre a “Árvore de
Esperança”, pois a sociedade esperancense possui um mesmo “tronco” na base de
sua genealogia.
2. Experiências na Rainha da Borborema
Por volta
de 1936 seus pais vão morar em Campina Grande-PB e por lá recordou 8 à 10 anos
de suas vivências, seu pai chegou a trabalhar no comércio local mas foi à sua
mãe que costurava roupas que ela atribuía heroicamente tê-la sustentado em boas
escolas, o ambiente social era agradável, a consideravam inteligente, tinha
aulas onde aperfeiçoava sua jovem e bonita voz com muita música e cantos. Aprendeu
muita coisa boa e participava de atividades relacionadas às artes em especial. Ensaiou
acompanhada pelo maestro Capiba.
Volta
para Esperança com essa “bagagem” lá adquirida. O próprio “Coral de Suzete” das
grandes maestras conhecida em toda Campina
Grande, lhe deu inspiração para a Escola Cantório.
Foi nesse
ambiente de Mais efervescência cultural da Rainha da Borborema que ao ouví-la
cantar, um vizinho, tipo ilustre desconhecido e proprietário de um circo que
estava na cidade, pediu ao seu pai que a mesma integrasse a sua “trupe” que
viajaria mundo afora, mas em uma época de muitos tabus e com os cuidados e
conveniências da família em quererem a filha por perto, agradeceram, mas não
aceitaram o convite.
Sua participação nos eventos sociais de
Esperança-Pb se deu através de 18 Festas de Padroeiras, Festas de Debutantes, Festas
do Ano, entre outras. A Festa “Baianas x
Camponesas” foi muito “linda” dizia ela, e ficou na memória de muitos
contemporâneos.
3. Vida profissional e atuação nobre
Empregou-se
no comércio; trabalhou muito em prol do projeto de construção do que viria a
ser o Colégio Estadual Monsenhor “José da Silva Coutinho” e àquela época a
sociedade esperancense em peso contribuía para festas cujo rendimento
financeiro seria destinado à construção desta instituição de ensino.
Funcionária
pública por cerca de 40 anos na escola Irineo Joffily, inspetora de alunos e
ensinou na alfabetização de séries iniciais. Foi através da organização de um
grande desfile de 7 de setembro que casou a admiração do então Secretário de
Educação do Estado, José Loureiro que de imediato lhe afirmou que
providenciaria sua efetivação no serviço público.
Ela viveu
os tempos da “sociedade sadia” como costumava expressar, ficou muito pensativa,
triste com o cenário que se apresentava à juventude atual, muita violência, muitos
problemas da realidade do país que lhes afetariam as vidas, mas sua mensagem
era que deveríamos procurar a positividade: “Seja juventude que vala a pena, não
seja juventude que dê pena”.
Sugeriu a criação da Secretaria de
Eventos: Certa vez em reunião com o recém-eleito na época, prefeito Luiz
Martins de Oliveira, ao indagar-se o que faria para aproveitar a capacidade de
organizar eventos do empresário artístico leosildo Honorato.
Foi noiva de um piloto de avião
(Gilberto Araújo da Silva) que tempos depois seria herói e sobrevivente do voo
Varig RG-820 e do voo Varig 967 conhecido por desaparecimento misterioso.
Mas quem levou seu coração às alturas
do matrimônio foi um pacato cidadão e também de boa índole, Martinho Soares dos
Santos.
Como bem
definiu (Rau Ferreira: 2009) ELA “Viveu intensamente os anos de ouro da
juventude brasileira...”
Ela tinha um sonho... A construção de
casas populares para pessoas que não tivessem moradia própria, seria através de
financiamento bancário,não era para enriquecimento próprio era uma finalidade
social pois se identificava com a luta das pessoas para terem seu próprio
espaço,afinal de contas ela conseguiu o seu através do Montepio,espécie de
Minha Casa Minha Vida de outras épocas para funcionários públicos do estado.
Despediu-se de nós, literalmente, seu
último olhar contemplativo ao redor em seguida acenou para todos os que estavam
em volta do seu leito, entre eles o Padre João, sua presença foi um pedido
dela, manhã de sábado 14 de fevereiro do ano de 2009.
Martinho Júnior
Historiador e fundador da Cadeira nº 09 do
IHGE
cuja patronesse é Hilda Batista, sua genitora
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