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Antônio Conselheiro. Imagem: Wikipédia |
Você já ouviu falar em Canudos? Esse movimento
libertário, liderado por Antônio Conselheiro, no interior da Bahia, prometia
uma revolução social, com distribuição de terras e socialização dos haveres,
numa região dominada pelo polígono da seca; também conhecido “movimento
separatista”, chamou a atenção do governo federal, que deslocou tropas do
exército para combater os revoltosos nos anos de 1896 e 1897.
Após saírem vencidas, as tropas nacionais, em
três expedições, com o apoio de fazendeiros e da igreja, sob forte pressão,
conseguiram aplacar aquela comunidade em um verdadeiro massacre, com a morte de
20 mil sertanejos e destruição total do arraial.
Antônio Conselheiro ainda hoje é mistificado
no sertão, cuja figura icônica é lembrada em documentários, novelas e filmes
como um religioso que antevê o futuro e profere sentenças como: “o sertão vai
virar mar, e o mar vai virar sertão”.
Pois bem. Em nossas pesquisas encontramos um
telegrama publicado no jorna “A União”, em que o povo de Esperança manifesta seu
apoio ao final daquela guerrilha, adiante reproduzida:
“Redação “União”. Povo Esperança dá parabéns
acabamento Canudos. Foi muito festejada notícia havendo discurso onde orou Dr.
Pedro Assis. Viva a República. Os Habitantes” (A União: 16/10/1897).
A exemplo de tantas outras revoluções, e
movimentos separatistas brasileiros, deflagrados no Nordeste, não foi desta vez
que a região se tornou independente.
A prospera Vila de Esperança, embora
dependente de Alagoa Nova, mantinha uma subdelegacia, a cargo de José Donato de
Maria; era sede ainda do 2º Juizado de Paz, na pessoa de Thomaz Rodrigues. José
Pereira Brandão – Santos Cacheiro – exercia a função de agente fiscal, escrivão de paz e professor de instrução
primária. Manoel Rodrigues de Oliveira fazia parte do Conselho Municipal em
Alagoa Nova e, assim florescia a velha “Banabuyé”, destacando-se de sua
cidade-mãe, inclusive nos impostos, cuja arrecadação era a maior.
O seu povo, ao menos ao que parece,
mostrava-se ciente dos acontecimentos do cenário nacional, manifestando adesão
a esta ou àquela corrente política. A publicação n’A União demonstra esta
tenacidade.
Aquele movimento libertário, segundo rumores,
tencionava invadir as cidades vizinhas e, rumar para a Capital, para depor o
governo republicano, instalando a “nova” monarquia.
Rau Ferreira
Referência:
- A UNIÃO,
Jornal. Ano IV, N° 869. Edição de 04 de agosto. Parahyba do Norte: 1896.
- ALVES, Ednaldo.
Guarabira – um olhar sobre o passado: 2007.
- FERREIRA, Rau.
História da Comarca de Esperança. Memorando n° 005/2012 – DII – Circular de 23
de fevereiro. TJPB. Esperança/PB: 2012.
-
LAEMMERT, Almanak. Volume III. Rio de Janeiro/RJ: 1925.
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