Muitos historiadores lançaram mão de suas técnicas para
justificarem o surgimento de povoados e vilas; lugares e espaços habitáveis do
nosso rincão. A seguir apresentamos alguns elementos corográficos mais usuais
na antiga Banabuyé:
Araçá: fruto que possui um
olho, alusão à mirtáceas cuja coroa parece uma pupila. Tanque de pedra removido
pelos indígenas, cujo lajedo aflora na “Beleza dos Campos”, onde está assentada
a segunda menor capela do mundo dedicada a N. S. do Perpétuo Socorro.
Araçagy: literalmente, “rio dos
araçás”. Citada na Sesmaria nº 930 de 16 de outubro de 1789. Nas suas ilhargas,
pegando do nascente para o poente, situava-se a “Data do Riachão de Banaboié”, conhecida na língua do
gentio bravo por “Tanque Grande”. O Araçagy é um dos afluentes do Mamanguape.
Em 1725 corria para o sul com as terras de João de Moraes Valcácer.
Banabuié: corruptela de
Paná-bebui (borboletas fervilhando). Em que pese as diversas grafias, de onde
surgem definições diversas, para o Prof. Clerot “nome dado aos lugares areados, limpos de vegetação onde a água das
chuvas conserva-se por muito tempo umedecendo o terreno onde enxame de
borboletas brancas e amarelas (...) acodem para beber”.
Cabeço: fazenda de criar
gados, localizada na região curimatauzeira de Esperança. Fez parte do espólio
do inventário de dona Maria da Penha França, a quem sucedeu Francisca Celina
Brandão e Deodato Francisco de Sales Pessoa.
Gravatazinho: nome vulgar e diminutivo
de Gravatá (o coroá, rijo), da família das bromélias citado na Sesmaria nº 955
de 24 de janeiro de 1791, onde corria um riacho de mesmo nome.
Lagoa de Pedra: nas proximidades de
Esperança, constituía a sesmaria concedida em 1713 a Mateus de Araújo Rocha
(Tombo nº 107). Era uma fazenda de criação de gados pertencente ao espólio de
Maria da Penha França e que foi adquirida em 1909, pelo Cônego José Antunes
Brandão. Lagoa Verde: divisa dos municípios de
Esperança-Alagoa Nova. Esta sesmaria do “sertão do Paó” foi concedida em 1725,
a Matias Soares Taveira (Tombo nº 199); Logradouro: divisa dos municípios de
Esperança-Remígio, pertenceu ao Capitão Matias Francisco Fernandes.
Mamanguape: vale fechado ou vale
cercado. Essa sesmaria estava situada nas testadas dos herdeiros de Domingos da
Rocha (o Banabuié), concedida em 03 de agosto de 1714 e anotada por Epaminondas
Câmara no “sertão do Paó, ribeira do
Mamanguape (Hoje município de Esperança)”.
Maniçoba: folha da mani (mandioca) e çoba (rosto). Possui um afloramento que vai até o Sítio Araras
(Areial). Na década de 80 foi alvo de disputas de terras. É uma planta da flora
esperancense.
Riachão: pertencia ao Capitão
Manoel de Christo Pereira da Costa, sogro de Joaquim Virgolino. Consta dos
anais da BN que nascia “na povoação de
Banabuié no Município d’ Alagoa Nova e correndo de poente a nascente serve de
limite entre os municípios daquela vila e da cidade, vai, transpondo a serra a
atirar-se no Mamanguape no Município de Alagôa Grande”.
Timbaúba: árvore do timbó (que dá branco ou cinzento),
planta da família das sapindáceas e que tem propriedades ictiotóxicas sob os
peixes quando lançado nas águas. A viúva Anna de Oliveira e seu filho
adjudicaram metade do sítio em 07 de novembro de 1742 (Tombo nº 305), que
confinava pelo nascente com o Riacho do Padre e pelo poente com Cosma Tavares
(Badallo).
Rau Ferreira
Fontes consultadas:
- CÂMARA, Epaminondas. Os alicerces de Campina Grande: esboço
hitórico-social do povoado e da vida, 1697-1864. Edição 3ª. Oficinas
Gráficas da Livraria Moderna: 1943.
- TAVARES, João de Lyra,
Apontamentos para a historia territorial
da Parahyba. Vol. 1. Imp. Official: 1910.
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