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Ala-urça e simpáticos |
Este é um dos
registros mais antigos que se tem do carnaval esperancense. Trata-se do blog
"Ala-ursa e seus simpáticos". Não se tem ao certo a data desta
imagem, mas supõe-se que seja da década de 50.
Esperança ainda
tinha seus casarões, dá prá ver que os foliões estão de frente para um comércio
de duas portas, no que se imagina ser o centro da cidade.
O bloco tinha
cerca de 30 componentes, com no mínimo duas Ala-ursas. Diferente do que se vê
hoje, a batucada era acompanhado por um tambor, um banjo e um saxofone. Os homens
vestiam à caráter: camisa pólo e calça brancas. A máscara da Ala-ursa não era
bem feita, mas a sua indumentária estava completa com uma caneca, com que se
pediam alguns trocados no melhor estilo cigano, que sempre foi a sua origem.
Mas a alegria não estaria
completa se não fossem os simpatizantes. Estes que faziam o trajeto eram homens
e meninos. Os “Papa-angús de chicote” faziam a segurança do bloco, evitando assim
que alguém perturbasse os foliões e destruísse a brincadeira. Naquele tempo as
máscaras eram produzidas por Luiz Doido que usava barro ligado: nariz adunco,
queixo recurvado e grandes orelhas.
Não se observa nas
mãos dos carnavalescos o lança-perfume, reservado para as pessoas da elite. O povão
mesmo brincava com farinha de trigo e água para produzir o mela-mela.
O estandarte da
Ala-ursa era o mais simples possível: um letreiro de papel-cartão seguro por um
pau que lhe servia de mastro, com os dizeres: Ala-urça e seus simpáticos. Fugindo
do tema está um índio da tribo Apache, que chegou de última hora para a foto.
Na versão atual,
as pessoas encenam esta aparição vestindo a “pele” de retalhos e com máscaras
em papel machê ou industriais, fazendo a sua arrecadação, quase sempre seguida
por uma multidão de foliões ao som de batucada.
Rau Ferreira
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