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Padre Almeida - primeiro vigário |
Esperança – outrora Banabuyé, 1908. Não passava de uma pequena povoação. O seu templo era considerado um dos melhores e mais belos da região. A capela com duas torres dava as costas para o açude “Banabuyé”, na antiga rua de baixo (atual, rua Silvino Olavo). Situava-se na parte mais elevada da cercania e formava um largo em círculo, onde os colonizadores erguiam suas moradas: casas de beira e bica e taipa coberta de telhas sem um delineamento previamente traçado, obra dos irmãos Antônio, Laureano e Francisco Diniz.
O terreno em que fora construída originara-se da antiga Sesmaria de Banabuyé Cariá pertencente aos descendentes dos Oliveira Ledo, embora as terras que compunha a localidade já fossem conhecidas desde 1757, segundo uma carta existente na Torre do Tombo em Portugal. Contudo, a pequena igreja constituía o centro da irradiação da comunidade, a exemplo de outras vilas que tiveram por origem a missão evangelizadora.
Forasteiros acorriam aquele lugar, cuja posição geográfica era divisa do brejo e sertão. Boiadas cortavam o vilarejo registrando a sua passagem no solo massapé como que abrindo as primeiras avenidas, como a Manuel Rodrigues (antiga Centenário) e rua do Sertão.
A recém criada Paróquia de Esperança engatinhava os seus primeiros passos, erigida que fora por Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques no dia 08 de maio de 1908 A freguesia, muito embora houvesse sido criada naquele ano, não possuía ainda patrimônio. Não havia casa para abrigo do vigário, nem podia garantir-lhe o sustento.
Para dirigir-lhes os trabalhos paroquiais havia sido nomeado o Padre Francisco Gonçalves de Almeida, que foi empossado no dia 08 de junho daquele ano pelo Padre Jeronymo César, vigário de Alagoa Nova auxiliado por Ignácio Ibiapina Sobral – O Padre Ibiapina.
Até aquele momento, o que se elide, é que seus antecessores foram sacerdotes regulares, provavelmente jesuítas ou franciscanos, suas provisões eram originárias de seus próprios superiores e os seus nomes se perderam no tempo, sem alguma tradição. Com efeito, supõe-se que os vigários da vila de Alagoa Nova – a quem pertencia este distrito – davam a assistência religiosa necessária a nossa comuna.
O Padre Almeida era natural de Alagoa Nova/PB, nascido no ano de 1871, filho de Delfino Gonçalves de Almeida e Adelaide Irinéia de Vasconcelos Monteiro, tendo sido ordenado presbítero em 14 de novembro de 1897.
Assim que chegou à freguesia de Esperança, alugou uma casa que lhe servia de residência onde também abrigara seu pai, o Capitão Delfino que padecia de uma moléstia agravada pelos seus 82 anos de idade.
Durante os seus quatro anos de administração paroquial o primeiro vigário de Esperança se esmerou para conservar acesa a fé missionária na sua freguesia, com os parcos recursos que tinha a sua disposição.
Padre Almeida permaneceu na paróquia até julho de 1912, tendo contribuído com o seu trabalho para o fortalecimento da fé católica em Esperança.
Rau Ferreira
Referências:
- CENTENÁRIO, Revista. Ed. Jacinto Barbosa: Esperança, 30 de maio de 2008;
- ESPERANÇA 82 ANOS, Revista. Ed. Jacinto Barbosa: Esperança/PB: 2007.
- ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed. Unigraf. Esperança/PB: 1985.
- ESPERANÇA, Livro Tombo de Óbitos da Paróquia de. Delfino: Registro n° 21 do ano de 1909. Esperança/PB: 1909.
- MEDEIRO, Tarcízio Dinoá. Freguesia do Cariri de Fora. São Paulo/SP: 1990.
- SEVERIANO, Francisco, A diocese da Parahyba. Typ. da "Imprensa". Parahyba do Norte: 1906.
- UCHÔA, Boulanger de Albuquerque. História Eclesiástica de Campina Grande. Departamento de Imprensa Nacional: 1964.
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