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Basto de Tino e José Coêlho, ilustres poetas esperancenses

Lembramos aqui os ilustres poetas esperancenses do passado: Sebastião Florentino e José Coêlho, a quem faremos uma breve homenagem de sua obra.
Sobre Sebastião Florentino - "Basto de Tino" - não temos muito a dizer. Em nossas pesquisas encontramos uma pequena referência no livro “50 Anos de Futebol e etc.”, de Francisco Cláudio de Lima.
Segundo o autor, ele fez parte da diretoria do Palestra Futebol Clube, agremiação surgida entre 1935 e 1937, e que teve grandes jogadores como Piaba, Biu Porto, Zé Simão e Negrinho Liberato. E também compôs o seu hino, que por sinal era muito bonito.
Segundo depoimento do saudoso Martinho Soares dos Santos, o obelisco construído sob o lagedo do Tanque do Araçá, na Beleza dos Campos e popularmente conhecido como “Capelinha”, possui hino próprio sendo uma composição do músico Sebastião Florentino, “Basto de Tino”, em homenagem à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Assim é que o grande músico e violinista Basto de Tino nos deixou essa pequena quadra:

HINO DO PALESTRA FUTEBOL CLUBE

Palestra, palestra, Clube invejado,
Clube da pontinha desse esporte amado
A cantar, sempre a cantar
Esse hino, hino de glória
Para exaltar nossa vitória...

(Sebastião Florentino)

Já o professor José Coêlho da Nóbrega é citado como grande orador na obra “Esperança em verso e prosa”, de Inácio Gonçalves de Lima.
Oriundo de uma família tradicional, editor do jornal “Gillette” que circulava nas festas da padroeira de nossa cidade, e parente da inesquecível professora Celina Coêlho e do Ex-prefeito Antonio Coêlho, possuía uma mente brilhante, contava histórias de aventuras e declamava poesias. Foi um dos intelectuais mais influentes de nossa cidade, destacando-se ainda por ser um ótimo animador de quadrilhas.
São de sua autoria os hinos do América Futebol Clube e da vizinha cidade de Areal, ambos em parceria com sua filha Vitória Régia Coêlho.
Eis algumas de seus poemas:

MÃE                                                                                            EXORTAÇÃO

Mãe, túmulo de sofrimento                                                            Quem te conheceu, ó minha terra
E berço de toda alegria                                                                  Quando era inda pequenina
Laboratório de bálsamo                                                                 Vê transformada a tua sina
Que a medicina não cria.                                                                De clima de paz para o de guerra
                                                                                                      E nesta dura verdade se encerra
(Prof. José Coêlho)                                                                        Não há compreensão e nem amor
                                                                                                      Cada um que cante o seu valor
                                                                                                      Embora cegue o que dentro de si medra
                                                                                                      Cego! Atira a primeira pedra
                                                                                                      Se não te julgas pecador
                                                                                                 
                                                                                                      (Prof. José Coêlho)
Pesquisa: Rau Ferreira

Fonte:
- 50 Anos de Futebol e etc., de Francisco Cláudio de Lima, Ed. Rivaisa, 1994 - p. 17/18.
- Esperança em verso e prosa, de Inácio Gonçalves de Souza, produção independente, 2000 - p. 17 e 50;
- “Obelisco Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”, monografia escrita por Martinho Soares dos Santos Júnior, Especialização em História do Brasil, orientadora Professora Maria José Oliveira, UEPB – 2004;
- Revista Centenário da Paróquia, Editor Jacinto Barbosa, 30 de maio de 2008.

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