Pular para o conteúdo principal

A educação no município de Esperança.

Escola "Irineu Jóffily" (1932)


Segundo o historiador esperancense João de Deus Melo, o primeiro professor da povoação de Banabuié, foi o Sr. José de Morais Magalhães, nos idos de 1872. Já em 1885, a Sra. Aurora Maria Albuquerque Lima era nomeada professora interina da cadeira de instrução primária do ensino misto, ambos recebiam seus proventos da Tesouraria Provincial.
O professor Juviniano Augusto de Araújo Sobreira, filho do também educador Manuel Gomes de Araújo Sobreira [1], nasceu em 1855, na Fazenda Cabeça de Boi, e foi proprietário de um externato na cidade de Esperança. Sua esposa, prestou igualmente relevantes serviços à educação esperancense.
Consta ainda que em 1889 Maria Augusta Sobreira de Carvalho, recebia do Tesouro Provincial o aluguel de uma casa para funcionamento do Ensino Misto de Instrução Primária, onde também lecionava.
Em 1915 a família de Silvino Olavo decide morar em Esperança, tendo o nosso poeta as suas primeiras lições com Joviniano e Maria Augusta Sobreira.
A cadeira masculina de Instrução Primária foi criada em 23 de abril de 1918, através do Decreto Lei nº 926, pelo Governo do Estado. E em 02 de abril de 1919, por força do Decreto Estadual nº 1.012, a cadeira feminina. Já a cadeira Elementar de Instrução, teve origem no Decreto Estadual 1.468, de 22 de fevereiro de 1927.
Não obstante os esforços do governo do Estado, a Paróquia também declinava grande preocupação na formação do povo esperancense. E antes mesmo da criação do Ginásio Diocesano pelo Monsenhor João Honório, inaugurado por Dom Palmeira em 1957, já se tinha uma Escola Paroquial para as crianças pobres.
A professora Lídia Fernandes tomou posse do cargo de regente da cadeira mista da Vila em 03 de março de 1927, nomeada pelo Mons. Milanez, Diretor de Instrução Pública do Estado. E em 19 de abril de 1928, foi a vez da Sra. Rachel Cunha assumir o cargo de adjunta da cadeira mista. Já Nauta Costa prestou seu compromisso aos 19 dias do mês de março de 1929.
A eles sucederam, tomando posse no dia 1º de junho do ano de 1931:
- Luiz Gil de Figueiredo, professor efetivo da cadeira noturna do sexo masculino;
- Celina Coelho de Carvalho, professora efetiva da cadeira noturna do sexo masculino;
- Jacyra Câmara de Araújo, professora da cadeira rudimentar rural do Sítio Lagoa Verde;
- Izabel Henrique da Silva, professora da cadeira rudimentar rural do Sítio Arara;
- Alzira Carmem de Araújo, professora da cadeira rudimentar rural do Sítio Lagedão;
- Nair Passos Silva, professora adjunta interina da cadeira rudimentar do Sítio Pintado;
- Amélia Torres, professora adjunta interina da cadeira rudimentar do Sítio Pintado;
- Elvira Lima, professora adjunta interina da cadeira rudimentar do Sítio Lagoa de Pedra;
- José Cerqueira da Rocha, professor adjunto interina da cadeira rudimentar da Vila;
Já aos 16 de outubro de 1931, tomou posse a Sra. Hilda Cerqueira Rocha, adjunta da cadeira elementar mista da Vila, antes pertencente a Sra. Ana Gabínio de Carvalho.

Com a criação do Grupo Escolar “Irineu Joffily”, pelo Decreto nº 288 de 1932, nomeou-se a Sra. Maria Emília Cristo da Silva, primeira professora, seguido pelos colegas: Lídia Fernandes, Sílvia Sobreira Coelho, Esdras Urbano, Adília Urbano, Cila Souto, Maria Emília Virgolino, Oneide de Luna Freire, Luiz Alexandrino, que também foi diretor por muito tempo.
No detalhe da foto, a Escola Estadual “Irineo Joffily” em foto de 1935.

[1] Falecido em 1883.

Rau Ferreira

Fonte:
- “Livro do Município de Esperança”; Ed. UNIGRAF, 1985, p. 43/44;
- Pequena Biografia do Poeta Silvino Olavo, por Roberto Cardoso - Jornalista. Cisnes/ Sombra Iluminada – 2a Edição, 1985 – p. 3/5;
- A vida dramática de Silvino Olavo, autoria de João de Deus Maurício, João Pessoa/PB, Unigraf, 1992.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Exposição de Helle Bessa

  Por Ângelo Emílio da Silva Pessoa*   Nessa Quinta-feira (12/06/25), na Galeria Lavandeira (CCTA-UFPB), tive a honra e o prazer de comparecer à abertura da Exposição "Impressões Contra o Fim", da artista plástica Helle Henriques Bessa (1926-2013), natural de Esperança (PB) e que tornou-se Freira Franciscana de Dillingen, com o nome de Irmã Margarida. Durante anos foi professora de artes nos Colégios Santa Rita (Areia) e João XXIII (João Pessoa). Helle Bessa era prima da minha mãe Violeta Pessoa e por décadas convivemos com aquela prima dotada de uma simpatia contagiante. Todos sabiam de seu talento e que ela havia participado de exposições internacionais, mas sua discrição e modéstia talvez tenham feito com que sua arte não tenha ganho todo o reconhecimento que merecia em vida. Anos após seu falecimento, as Freiras Franciscanas doaram seu acervo para a UFPB e foi possível avaliar melhor a dimensão de seu talento. As falas na abertura destacaram seu talento, versatilida...

Sitio Banaboé (1764)

  Um dos manuscritos mais antigos de que disponho é um recibo que data de 1º de abril do ano de 1764. A escrita já gasta pelo tempo foi decifrada pelo historiador Ismaell Bento, que utilizando-se do seu conhecimento em paleografia, concluiu que se trata do de pagamento realizado em uma partilha de inventário. Refere-se a quantia de 92 mil réis, advinda do inventário de Pedro Inácio de Alcantara, sendo inventariante Francisca Maria de Jesus. A devedora, Sra. Rosa Maria da Cunha, quita o débito com o genro João da Rocha Pinto, tendo sido escrito por Francisco Ribeiro de Melo. As razões eram claras: “por eu não poder escrever”. O instrumento tem por testemunhas Alexo Gonçalves da Cunha, Leandro Soares da Conceição e Mathias Cardoso de Melo. Nos autos consta que “A parte de terras no sítio Banabuiê foi herdade do seu avô [...], avaliado em 37$735” é dito ainda que “João da Rocha Pinto assumiu a tutoria dos menores”. Registra-se, ainda, a presença de alguns escravizados que vi...

Padre Zé e o Cinquentenário da Escola das Neves

Quando a Escola das Neves, que funcionava na Capital paraibana, completou cinquenta anos, o Padre Zé Coutinho escreveu uma emocionada carta que foi publicada no Jornal O Norte em 13 de novembro de 1956. O fundador do Instituto São José iniciou os estudos primários no Colégio Diocesano Pio X, quando aquele educandário funcionava como anexo ao Seminário Arquidiocesano da Parahyba. Depois matriculou-se no Colégio N. S. das Neves, naquela mesma cidade, pois ainda havia uma seção para estudantes do sexo masculino. Retornou, depois, para o Pio X para fazer o curso secundário. A missiva – endereçada a Benedito Souto – trazia o seu depoimento sobre aquele tradicional educandário: “Também, fui aluno do Curso Masculino, de Julho de 1906 a Novembro de 1907, ao lado de Alceu, Antenor e Mirocem Navarro, Mário Pena, Paulo de Magalhães, João Dubeux Moreira, Ademar e Francisco Vidal, Otacílio Paira, Mário Gomes, Gasi de Sá e tantos outros” – escreveu o Padre Zé. Era professora a Irmã Maria Anísi...

As festas de S. João (1933)

  Jornal “A União”   Constituíram um verdadeiro acontecimento as festas sanjoanescas nessa florescente vila serrana. O programa das mesmas, que foram realizadas em benefício da Caixa Escolar “Joviniano Sobreira”, ficou a cargo de 3 comissões, assim distribuídas: Comissão Central: Drs. Sebastião Araújo, Samuel Duarte, Heleno Henriques, Luiz de Gonzaga Nobrega, Manuel Cabral, Srs. Júlio Ribeiro, Theotônio Costa, Manuel Rodrigues, José Souto, Severino Diniz, Theotônio Rocha e Pedro Torres, Sras. Esther Fernandes, Firmina Coelho Nobrega, Virgínia Cunha, Elvira Lima, professora Lydia Fernandes e Severina Sobreira; comissão de organização – Srs. José Carolino Delgado, José Brandão, Sebastião Rocha, José Rocha, Antônio Coêlho, Fausto Bastos, José Passos Pimentel, Miguel Felix, João Santiago Ulisses Coelho, Francisco Bezerra, Claudino Rogério, Francisco Soares; comissão de ornamentação – senhoritas Noemia Rodrigues, Marieta Coelho, Dulce Paiva, Hilda Rocha, Oneide de Luna Freire...

Dica de Leitura: Badiva, por José Mário da Silva Branco

  Por José Mário da Silva Branco   A nossa dica de leitura de hoje vai para este livro, Badiva, voltado para a poesia deste grande nome, Silvino Olavo. Silvino Olavo, um mais ilustre, representante da intelectualidade, particularmente da poesia da cidade de Esperança, que ele, num rasgo de muita sensibilidade, classificou como o Lírio Verde da Borborema. Silvino Olavo, sendo da cidade de esperança, produziu uma poesia que transcendeu os limites da sua cidade, do seu Estado, da região e se tornou um poeta com ressonância nacional, o mais autêntico representante da poética simbolista entre nós. Forças Eternas, poema de Silvino Olavo. Quando, pelas ruas da cidade, aprendi a flor das águas e a leve, a imponderável canção branca de neve, o teu nome nasceu sem nenhuma maldade, uma imensa montanha de saudade e uma rasgada nuvem muito breve desfez em meus versos que ninguém escreve com a vontade escrava em plena liberdade. Silvino Olavo foi um poeta em cuja travessia textual...