Aqui
e acolá a gente fica sabendo das peripécias de Pedro Pichaco e a que trago
agora me foi passada por Sebastião Batista, antigo proprietário do “Bar Noite
de Natal”, que funcionava no pavilhão da Praça Joaquim Pereira (Calçadão) em
Esperança.
Pois
bem. Certa feita Pedro se hospedou num hotel para dormir, mas o dono do bar
avisou que o único cômodo já estava ocupado e perguntou se ele não se importava
em dividir o quarto. A resposta foi positiva, caso contrário a rua seria o
caminho certo, não sendo nada agradável passar a noite ao relento.
Ao
adentrar no quarto, Pedro reconheceu logo o companheiro de longas datas, o qual
tinha a “má fama de pegar no alheio”.
Cumprimentos se passaram e os dois se aprontaram para dormir. Pedro esperou o
colega cair no sono primeiro e, tão logo ouviu os primeiros roncos, pegou o
dinheiro e pôs na bolsa do companheiro, caindo em seguida nas mãos de Morfeu,
embalado por um sono tranquilo.
O
dia amanheceu e, percebendo logo que o amigo estava meio desconfiado, Pedro
pediu licença e colocando a mão na bolsa do colega disse:
- Me dê licença que vou
pegar o meu dinheiro que ficou na sua bolsa.
O
amigo ficou perplexo com tal sabedoria, sugestionando:
- Pague pelo menos a
minha estadia; como é que você me faz roubar sem nem ao menos eu saber que lhe
roubei.
Pedro
saiu às gargalhadas, talvez pensando no adágio popular “seguro morreu de velho”.
Rau Ferreira
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