Pular para o conteúdo principal

Pia União das Filhas de Maria, Paróquia de Esperança

N. S. das Graças. Imagem da internet
A “Pia União das Filhas de Maria” é uma associação católica de caráter devocional formada por mulheres leigas e instituída sob a proteção da Virgem Maria. Costumam usar vestidos e véus brancos e uma fita (azul para as sócias e verde para as aspirantes) com o distintivo de Nossa Senhora das Graças.
A medalha cunhada a letra M é encimada por uma cruz e abaixo da monograma de Maria há dois corações representando Jesus (por uma coroa de espinho) e Maria (espada atravessada). A parte traseira é adornada por 12 estrelas, onde de um lado se grava a frase: “Maria concebida sem pecado”, e do outro: “rogai a nós que recorremos a vós”.
A organização fraternal remonta à Idade Média (Século XII) a partir de Pedro de Honesti, na igreja francesa de Santa Maria do Porto. Apesar de reafirmada pelo Concílio de Trento (1545-1563), a sua fundação apenas aconteceria com Catarina de Labouré a quem a Virgem apareceu em 1830, cujo manual o Papa Pio IX tornou público em 1848.
A Paróquia do Bom Conselho, do Município de Esperança, instituiu a associação em 08 de dezembro de 1934, dia da Imaculada Conceição. A fundação precedeu um retiro de três dias, sob a presidência do pároco Monsenhor Francisco Severiano (1933/1935), conforme autorização do Arcebispo Metropolitano.
Seguindo-se todas as disposições dos estatutos, elegeu-se a sua diretoria, assim constituída: Celina Coelho (presidente), Francisca Ribeiro (vice), Rachel Rodrigues (diretora), Júlia Santiago (vice), Maria Duarte (secretaria), Elvira Gonçalves (tesoureira), Maria Lacerda (mestre das aspirantes), Severina Bezerra e Elisa Carvalho (consultoras).
Foram aceitas “Filhas de Maria” as senhoras: Maria do Carmo, Maria Celestina, Maria Santina, Rita Soares, Adalgisa Santiago, Romana Maria, Francelina Maria, Hilda Bezerra, Maria Brígida, Corina de Jesus, Maria Vieira, Maria das Neves, Maria Pereira, Maria das Mercês, Augusta Maria, Emília Aguida, Severina Silva, Francisca Silva e Aguida Maria.
Na qualidade de aspirantes: Cecília Alves, Cecília Sobreira, Maria José Torres, Regina Lacerda, Josefa Ribeiro, Corina Pereira, Emília Saturnino, Marieta Coelho, Maria Mercedes Costa, Carmelita Meira e Joana Vieira.
A vida da associação se intensificou a partir da chegada do Padre João Honório de Melo (1937/1951 ), que reorganizou o quadro de sócias e, já no primeiro retiro, ocorrido em 15 de dezembro de 1937, com a presença do Cônego João de Deus Mindelo da Cruz, foram admitidas novas sócias e aspirantes, celebrando aquela data com grande fervor.
Por algum tempo, as Irmãs também foram responsáveis por organizar a festa da Imaculada Conceição, assim como está registrado no Livro de Tombo, relativo ao ano de 1946:
Festa da Imaculada Conceição – no corrente ano realizou-se com esplendor demasiado e magnífico movimento espiritual. Foi a festa da Pia União das Filhas de Maria da Paróquia, que se prepararam com um Retiro espiritual de 3 dias. A nota predominante foi a entrada de 51 moças na Pia União, sendo 19 filhas de Maria – 23 aspirantes e 9 probantes”.

A “Pia União” sempre participou ativamente dos trabalhos da igreja, colaborando nas celebrações da Matriz e contribuindo para o fortalecimento da devoção católica.

Rau Ferreira

Referências:
-        CENTENÁRIO, Revista. Ed. Jacinto Barbosa. Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho. Esperança/PB: 2008.
- TOMBO, Livro de. Paróquia de Esperança. Nº 01, 1908. Esperança/PB.
- Pia União das Filhas de Maria, Site. Disponível em: http://federacaodasfilhas.wixsite.com/, acesso 12/11/2017.

- Pia União das Filhas de Maria, Site. Disponível em: http://piauniaodasfilhasdemaria.blogspot.com.br/, acesso 12/11/2017.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

O Mastodonte de Esperança

  Leon Clerot – em sua obra “30 Anos na Paraíba” – nos dá notícia de um mastodonte encontrado na Lagoa de Pedra, zona rural de Esperança (PB). Narra o historiador paraibano que em todo o Nordeste existem depressões nos grandes lajeados que afloram nos terrenos, conhecidas pelo nome de “tanques”, muitas vezes obstruídos pelo material aluvionar. Estes são utilizados para o abastecimento d’água na região aplacada pelas secas, servindo de reservatório para a população local. Não raras as vezes, quando se executa a limpeza, nos explica Clerot, aparecem “ restos fossilizados dos vertebrados gigantes da fauna do pleistoceno que povoou, abundante, a região do Nordeste e, aliás, todo o Brasil ”. Esqueletos de espécimes extintas foram encontradas em vários municípios, soterrados nessas condições, dentre os quais se destaca o de Esperança. A desobstrução dos tanques, necessária para a sobrevivência do rurícola, por vezes provocava a destruição do fóssil, como anota o professor Clerot: “ esf

Barragem de Vaca Brava

Açude Vaca Brava, Canalização do Guari (Voz da Borborema: 1939) Tratamos deste assunto no tópico sobre a Cagepa, mais especificamente, sobre o problema d’água em Esperança, seus mananciais, os tanques do Governo e do Araçá, e sua importância. Pois bem, quanto ao abastecimento em nosso Município, é preciso igualmente mencionar a barragem de “Vaca Brava”, em Areia, de cujo líquido precioso somos tão dependentes. O regime de seca, em certos períodos do ano, justifica a construção de açudagem, para garantir o volume necessário de água potável. Nesse aspecto, a região do Brejo é favorecida não apenas pela hidrografia, mas também pela topografia que, no município de Areia, apresenta relevos que propiciam a acumulação das chuvas. O riacho “Vaca Brava”, embora torrencial, quase desaparece no verão. Para resolver o problema, o Governador Argemiro de Figueiredo (1935/1940) adquiriu, nos anos 30, dois terrenos de cinco engenhos, e mais alguns de pequenas propriedades, na bacia do açude,

Versos da feira

Há algum tempo escrevi sobre os “Gritos da feira”, que podem ser acessadas no link a seguir ( https://historiaesperancense.blogspot.com/2017/10/gritos-da-feira.html ) e que diz respeito aqueles sons que frequentemente escutamos aos sábados. Hoje me deparei com os versos produzidos pelos feirantes, que igualmente me chamou a atenção por sua beleza e criatividade. Ávidos por venderem seus produtos, os comerciantes fazem de um tudo para chamar a tenção dos fregueses. Assim, coletei alguns destes versos que fazem o cancioneiro popular, neste sábado pós-carnaval (09/03) e início de Quaresma: Chega, chega... Bolacha “Suíça” é uma delícia! Ela é boa demais, Não engorda e satisfaz. ....................................................... Olha a verdura, freguesa. É só um real... Boa, enxuta e novinha; Na feira não tem igual. ....................................................... Boldo, cravo, sena... Matruz e alfazema!! ........................................