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Mostrando postagens de setembro, 2017

Lembranças do grande astro

Antônio Marcos no CAOBE “Menina de trança...”. Esses foram os primeiros acordes do show beneficente acontecido no antigo Cine São José, na avenida Manoel Rodrigues de Oliveira. Há uma semana o cantor estava hospedado em Esperança, na rua do Cemitério. Alguns amigos me chamaram para conhecer o astro, que muitas vezes podia ser visto na calçada ou no basculante daquela residência. Não fui. Achei piegas demais. Na época não me dei conta da oportunidade que perdi de conhecer um dos maiores cantores brasileiros. No dia anterior, no Clube Campestre, ele jogou bola com alguns esperancenses, na quadra de futsal. Uma menina se aproximou do empresário Leosildo Honorato pois queria agendar um espetáculo para angariar fundos para uma cirurgia ortopédica. Ao ouvir de longe aquele pedido, o cantor logo se prontificou: Eu faço! É só você dizer quando. E assim foi marcado o show que lotou as dependências do cinema. A garota conseguiu o dinheiro para corrigir o seu problema na perna. Estão c

Esperancense é eleito para a ALCG

Compartilho com os amigos o texto do Secretário da Academia de Letras de Campina Grande, Acadêmico Bruno Gaudêncio, informando o resultado das Eleições da ALCG: “Na última sexta-feira, dia 15 de setembro, tivemos eleição para preenchimento de três cadeiras vagas na Academia de Letras de Campina Grande. Foram eleitos o professor e crítico literário José Mário da Silva para a cadeira de Ronaldo Cunha Lima e o pesquisador e biógrafo Rau Ferreira para a cadeira de Paulo Galvão . Como houve um empate técnico entre os escritores e historiadores Itamar Sales e Paulo Cavalcante, para a cadeira de José Laurentino, teremos um segundo turno no próximo mês. Em destaque alguns registros da eleição - Bruno Gaudêncio ”. A Academia de Letras de Campina Grande - ALCG, foi fundada em 1981 com a finalidade do estudo, pesquisa e divulgação de atividades litero-culturais na Paraíba; possui 40 cadeiras simbólicas cujos candidatos se submetem a um longo processo, desde a inscrição, homologação e, fi

Pedro Pichaco e a venda garantida

Pedro Pichaco sempre aprontava das suas, conseguindo se desvencilhar graças a sua sagacidade. Esta é mais uma daquelas histórias que permeiam o imaginário popular, não obstante já tenha o mandrião consagrado grandes façanhas como “O homem que vira macaco”. Pois bem. Certa feita apareceu Pedro na feira de troca em Esperança, espaço conhecido pela comercialização de coisas usadas. Lá você encontra de tudo, de bicicleta a furadeira; de pneu de carroça a disco de vinil. Bem perto há uma barraca de cachaça, uns  meninos jogando peão e as “damas” chegadas da noite que vão em busca de velhos agricultores angariando algum tostão pobre. Nesse cenário chega Pedro com uma vitrola oferecendo-a a pouco réis. O produto era vistoso: rádio e toca-discos, armário de madeira, alto-falante de 12 polegadas, com tampa e tudo. Zé de Facheiro que frequentava o ambiente, logo se interessa pra fazer um agrado a mulher. Ajustado o preço, coloca Zé a radiola num carro de mão e vai prá casa todo satisfeito

O Romance de Esthelyta

Esperança também é marcada por suas trágicas paixões. Ainda ecoam por essas ruas os cantares de Esthelyta, evocando o seu amado. Quando moça, perdeu a virgindade por acreditar numa falsa promessa. O casamento prometido nunca aconteceu, vangloriando-se o rapaz da sua conquista. Ela era a jovem mais bonita da cidade, de uma família tradicionalista. A mãe foi o tabernáculo sagrado daquela confissão, mas não demorou muito até que o pai ficasse sabendo de sua aventura pela boca miúda de alguns fofoqueiros. Interna-la em um convento seria uma opção, se o pai não fechasse os ouvidos aos conselhos da esposa, espancando e colocando a menina para fora de casa. Esthelyta então foi morar na capital, instalando-se em casa de uma parente que acolheu a pobre moça. A sua beleza encantava os homens da capital, chamando a atenção de um poderoso político. O cruel destino jogou-a em suas mãos, passando a residir em um apartamento alugado onde recebia o seu querido provedor. Vivia daquilo que ele lhe

Ode à Esperança (poema de Graça Meira)

Graça Meira Na data de meu natalício, fui agraciado com um belo poema de Graça Meira, esperancense de grande desenvoltura poética, que escreveu uma ode em homenagem ao nosso livro “Banaboé Cariá”. Com prazer, publico estes versos que foram, inicialmente, postados em sua página social no Facebook: ODE À HISTÓRIA DE ESPERANÇA Autora: MARIA DAS GRAÇAS DUARTE MEIRA Baseada no Livro “Banaboé Cariá” do escritor  Rau Ferreira   I Quando Deus vos criou, esplêndida terra Do resplendor do céu Ele imaginava Os rios, riachos, as pedras e a Serra Da Borborema, rica, fértil e sussurrava: “Pedra serena, de lajedo e poços d’água Vossos indígenas foram-se com mágoa As vossas terras aguadas vão até Outros açudes, outras serras, outras águas Que com certeza encontrarão Banabuié. Tomei-vos num puxão de Alagoa Nova Pra serdes independente, bem viçosa E vos soltei em meio às grotas verdejantes Em meio a répteis, batráquios e avoantes No meio de grutas, de buraco, até de cova!

Nilson Rodrigues: Card 1962

A imagem que ilustra esta postagem é um cartão postal (post card) de 1962, que foi enviado de Londres por Nilson Rodrigues ao amigo Martinho Soares. Escrevia o conterrâneo, filho do nosso primeiro prefeito, dando conta de seu curso de pilotagem de avião à jato, lembrando ainda de seu Adauto Rufino: “ Martinho, Estou há quase três meses aqui na Europa, tirando aulas de avião a jato. Chegarei ao Rio na próxima semana. Lembranças ao Adauto Rufino. Um abraço. Nilson Londres, 18/08/1962”.                         Segundo o historiador Martinho Júnior, Manuel Rodrigues tinha um projeto de um aeroporto para Esperança. O político inclusive colocou suas terras a disposição, caso houvesse interesse. Buscou apoio junto às personalidades locais, porém ninguém quis aderir a esta ideia que, na sua opinião, seria um grande impulso ao desenvolvimento do Município. Então seu filho tornou-se um piloto de avião e sócio da empresa de aviação aérea chamada Cruzeiro do Sul. "Nil

Velhas tradições: banho de rua

No tempo em que o Município não tinha água encanada, era comum os entregadores de porta em porta, com seus baldes e carroças fazendo a distribuição do líquido precioso para os mais abastados. A rua principal – Manoel Rodrigues – a do Sertão e a rua do Boi eram beneficiadas por esses prestadores de serviço. A água provinha do Banabuyé, do poço da igreja ou dos Tanques do Araçá e do Governo. Na década de 70 houve o saneamento, chegando a encanação da companhia de água nos grotões de Esperança. Mas o que pouca gente lembra, apesar de ser um fato bastante comum, era que alguns comerciantes dispunham do chamado “banho de rua”. Naquela época, quando a seca imperava, se improvisava os banhos públicos em bares e casas com uma caixa d´água e chuveiro feito de funil ou, em determinados lugares, com um balde perfurado para que a água fluísse pela gravidade, dando um banho em quem pretendia gastar alguns tostões. Assim ficaram famosos os banhos de Severino Pareia, na rua Matias Fernandes; de

Um conto de Cândido Raimundo

Cândido Raimundo Freire era um fazendeiro rico, foi o primeiro agricultor a ter um rádio o que na época era sinônimo de prestígio. Tinha muitos trabalhadores e era considerado um bom patrão. Certa feita, ao fazer a paga semanal foi informado por um dos seus empregados de nome Tibúrcio havia sido preso na cidade. Tibúrcio tinha uma família grande, oito ou nove filhos. Era esforçado na lida do campo, mas tinha muitas bocas para alimentar e acabou preso acusado de pegar uma galinha. Assim que seu Cândido soube foi a procura do delegado, pagou-lhe a fiança e o tirou da cadeia. Em seguida, perguntou: - Por que você fez isso? - Se o senhor visse os filhos passando fome, pedindo algo para comer não faria o mesmo? Disse-lhe Tibúrcio. Ouvindo isso o fazendeiro perguntou: - Mas você quer trabalhar? - Quero sim senhor – respondeu o agricultor. - Bem, acabei de comprar uma cinqüenta de terra que comprei no Lagedão e quero que você tome conta pra mim, plantando batatinha. Isto