Reportagem Especial
Nesse
“Túnel do Tempo” fizemos uma retrospectiva do município de Esperança ao ano de
1909. A principal fonte de que nos valemos encontra-se no livro A Parahyba,
Vol. II, editado pela Imprensa Official.
Há
quase um ano a Paróquia do Bom Conselho havia sido erigida por ato do Bispo da
Parahyba Dom Adauto Aurélio de Miranda, nomeando o padre Francisco Gonçalves de
Almeida nosso primeiro pároco, que tomou posse no dia 08 de junho do ano findo.
A nossa igreja era um “moderno e vasto templo”.
Segundo o Almanak
Administractivo (1908), Esperança aparecia como uma pequena povoação ao lado de
outras, como Lagoa de Remígio, Arara, Riachão, Pilões de Dentro, Pilões de
Bananeiras, além de Tacima, Belém e Caiçara. Mas permanecia ligada a cidade de
Alagoa Nova.
Todavia, por esse tempo já demonstrava
a sua forte inclinação para o comércio. A esse respeito apresentamos o quadro
do imposto da feira, que era superior ao próprio município do qual fazia parte:
Produto do imposto da feira de
Alagoa Nova - 631$000
Produto do imposto da feira de
Esperança - 641$000
Produto do imposto da feira de
S. Sebastião - 101$000
Aliás, a feira de Esperança era
“quasi igual à da villa, no seu
desenvolvimento mercantil, apezar de ter maior numero de casas commerciais”
(sic), sendo o seu desenvolvimento na seguinte ordem: 1° - Esperança; 2° - S. Sebastião de Lagoa de Roça e 3° - Matinhas.
O tributo arrecadado em
Esperança dificilmente retornava em benefício de sua gente, à exceção de um
tanque (reservatório d’água) que era de servidão pública, cujo governo
municipal alagoa-novense gastara 300$000 na sua recuperação no ano anterior
(1908).
Por essa mesma época, a
população da Parahyba estava estimada em 457.232 habitantes (Censo de 1890).
Contudo, observa o autor “É de
notoriedade vulgar a imperfeiçâo deste recenseamento não podendo servir de base
segura para se precisar a cifra” (Almanak Adminisctrativo: 1908, p. 144).
Registrava também produtores
rurais, destacando-se o Capitão Manoel de Christo Pereira da Costa (Riachão), Antonio
Frutuoso (Cajueiro) e José Donato, que mantinha uma máquina de descaroçar
algodão.
Segundo aquela publicação, tínhamos
apenas uma fazenda de criar gados, pertencente ao Cônego José Antunes Brandão,
no lugar Lagoa de Pedra. E à exceção
de uma servidão pública
construída em Esperança e outra na povoação de Matinhas, todos os açudes eram
de propriedade particular.
Na vila existiam duas aulas, do
sexo masculino e feminino, a primeira com frequência de 15 e a segundo de 20
alunos matriculados.
As vias de comunicação eram
franqueadas ao trânsito público por meio de cavalos e carros de bois, sendo as
principais estradas: a que parte de Alagoa Grande para os sertões do Estado e a
que vinha de Campina Grande para Areia, beneficiadas pelo Dr. João Tavares,
prefeito de Alagoa Nov,a que “mandando
alargar o seu leito, tornou-a em condições de dar passagem a dois carros que
por ventura nelle se encontrem, e mandando construir 1 1 boeiras, (algumas
duplas) facilitou escoadouro ás águas sem prejuiso do transito” (A
Parahyba: 1909, p. 635).
E a firma comercial de
propriedade de Theotônio Tertuliano da Costa, denominada “Loja das Noivas”.
Instalada desde 1897, apresentava completo sortimento de miudezas, chapéus,
calçados, perfumes e aviamentos.
Rau Ferreira
Referências:
- ADMINISCTRATIVO, Almanak. Mercantil e
Industrial do Estado da Parahyba para o ano de 1908. Imprensa Official: 1908;
- ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed.
Unigraf: 1985;
- FISCO, Revista. N. 364 (Setembro). Ano
XXXVII. João Pessoa/PB: 2008;
- NOVO TEMPO, Jornal. Ano IV, nº
23 – Nov/Dez, Edição Especial: 1995.
- O TEMPO, Jornal.
Ed. Typ. O Tempo. Esperança/PB: 1934;
- PARAHYBA, A. Volume 2.
Imprensa Official: 1909;
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