Foto: Evaldo Brasil, em http://reeditadas.blogspot.com.br/ |
Quem chega à Esperança via Campina, descendo pela rua Patrício Bastos, não suspeita que ali naquele terreno já existiu um projeto de terminal rodoviário. Foi ao tempo do governo Wilson Leite Braga que declarou de utilidade publica uma área de 12.712m2, onde acostumamos chamar de “campo da rodoviária”. A obra estava a cargo do secretário de transporte e obras Sr. Hermano Augusto de Almeida.
Apesar
das intenções amigáveis, houve litígio quanto à desapropriação com depósito
de Cr$ 84.120,00 (oitenta e quatro mil, cento e vinte cruzados) por parte do Estado,
em relação ao imóvel esbulhado, encravado na propriedade Santa Maria (medindo 8.412
m2). Este mesmo terreno foi avaliado judicialmente por Cr$
120.000,00 (cento e vinte mil cruzeiros), justificando assim a recusa da
oferta. Nos debates ainda existia algumas benfeitorias que mereciam igualmente
uma indenização.
Em grau
de recurso o TJPB por decisão unânime reformou a sentença para se estabelecer o
preço justo por metro quadrado, segundo a média ponderada dos laudos periciais.
Desta forma, o valor inicial pulou para Cr$ 449.369,04 (quatrocentos e quarenta
e nove mil, trezentos e sessenta e nove cruzados e quatro centavos), acrescido
de juros de 12% ao ano a contar da dada da imissão de posse (abril de 1986). A posse
definitiva do terreno só ocorreu em 1º de abril de 2004.
Afora
essas circunstâncias a mudança de governo estadual e o “lobby interno”
impediram a construção da sonhada rodoviária. Com o projeto, as agências da
época (São José e Passos) criariam guichês de atendimento neste terminal, o que
aumentaria de certa forma a despesa das empresas. Outra questão levantada
naquele tempo eram os carros de praça (transporte alternativo) que impunham uma
concorrência desleal já que não tinham parada certa, ao contrário dos ônibus
que somente poderiam parar em determinado lugar. Por outro lado, não sabemos o
destino das verbas para a construção da rodoviária de Esperança.
Em todo
caso, a cidade perdeu sua rodoviária e ganhou um campo onde são realizadas
partidas de futebol amador, em especial nos finais de semana. Hoje o lugar foi
urbanizado e possui até uma área para a prática da caminhada.
Rau
Ferreira
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