Estanislau Pimentel |
Estanislau
Passos Pimentel costumava escrever para a revista carioca “O Malho”, onde
encontramos algumas de suas notas. Replicamos aqui, as mais importantes.
Para
alguém que só pensava no futuro, sem se ater ao presente escreve: “Por que, em
vez de só netos, você não trata de fazer descendentes um futuro mais próximo.
Olhe que o povoamento do solo saber-lhe-ia agradecer melhor e mais
proveitosamente do que nós...”.
A
sua maior nota romântica se pode ver nesse texto:
“A
ti...!
O
desprezo é a maior dor de um coração apaixonado.
-
Quão doce é amar, uma mulher encantadora, quando não é – volúvel!
-
Uma noite de melancolia, faz recordar os dias felizes de outr’ora”.
Para
a mademoiselle J. Brandão, após recepcionar a sua carta confessa: “Vou
escrever-lhe, respondendo melhor as perguntas que me faz, madame”.
Charadista,
o seu nome consta do livro de inscrição para os campeonatos de 1918/1927 produzido
por pelo “Malho”. Eis um pequeno exemplo:
“1
-1. No bar vi o animal cor de laranja. Estanislau Pimentel (Esperança –
Parahyba do Norte)”.
“2-2.
De viagem na embarcação fui, em 24 horas, no departamento grego. Estanislau
Pimentel (Esperança – Parahyba do Norte).
Esta
espécie de enigma era composta por letras disposta em uma palavra ou frase em
ordem aleatória (conceito) e uma palavra-chave que indica o caminho que se
pretende desvendar. Não era nada fácil.
Do
“Índio do Norte” recebeu essa resposta em logogrifo:
“Ao
confrade Estanislau Pimentel:
3-1.
No paúl encontrei um ponto muito paludoso. Índio do Norte (Parahyba do Norte)”.
E
de Brasiléa, no Acre, recebe esta outra charada:
“2-2.
Que feroz! Ao agarrar a mulher pendurou-a na árvore. José da Rocha Barreto”.
Acreditamos
que Estanislau tenha iniciado a vida como professor em Esperança. Na edição 929
da revista, escreve esclarecendo quais os exames que eram necessário para se
prestar vestibular. Na época ainda era preciso sentar praça (servir o Exército)
por pelo menos quatro meses.
Presumimos
que este era assinante da revista. O autor esperancense também escrevia para o “Jornal
das Moças” e para a “Vida Doméstica”, com recortes amorosos para: Rosa Amélia
de Souza, Maria Carneiro, Rosa Rubra, Maria C. e ao “Coração de Prata” diz:
“Para
ser feliz, bastaria achar-me sempre ao teu lado – Parahyba”.
A
partir de 1922 foi servir à pátria no 22º Batalhão de Caçadores de João
Pessoa/PB. Aassim escreve ao seu irmão Ulisses da Vila Militar: “Vivo noite e
dia reflectindo na circunstância de nossa separação”.
Em
dezembro daquele ano já era cabo. Em 1931 é 1º Sargento. Após uma carreira
militar, galgou o posto de suboficial. Era Sargento Instrutor de Tiro de
Guerra, com o codinome “Bemtevi”.
Em
1927 aquele senhor e sua esposa recebiam os parabéns pelo nascimento de uma
criança.
Contamos
com a ajuda dos nossos leitores para corrigir qualquer imperfeição deste
trabalho ou mesmo acrescentar informações necessárias para compor a biografia
deste esperancense.
Rau Ferreira
Fonte:
-
Revistas “O Malho”, “Vida Doméstica” e “Jornal das Moças”. Edições dos anos 20,
disponível na Biblioteca Nacional.
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