Símbolo de civismo e
auto-afirmação do poder constituído, a banda de música municipal funcionava
ainda como conservatório. As cidades interioranas, na sua maioria, tinham na “bandinha”
a escola formadora de músicos locais.
As bandas tocavam nos eventos
sociais, políticos e religiosos, como ainda hoje acontece. O mestre quase
sempre era um regente vindo de outra cidade, convocado para fundar na Vila uma
filarmônica qualquer.
Esperança mantém a tradição desde
1889, com o professor Juviniano Sobreira. Anos mais tarde, coube ao maestro
Cidalino Pimenta (1910) conduzir os trabalhos; depois veio Pedro Lúcio (1927)
e, mais recente, a José Alves Filho (1985).
Assim, era comum nas cidadezinhas
a pracinha e seu coreto, onde a banda fazia a retreta social.
Os seus componentes aprendiam
partitura, compasso, batida e melodia. Não obstante, a sua composição seguia
padrões militares, quem sabe seja ainda um resquício da primeira que se formou
na Parahyba (1801), pertencente ao Corpo de Infantaria.
Os instrumentos eram o
tambor-mestre, pífanos, tambores, clarinete e fagote. Como tempo, foram
acrescentados outros elementos, a exemplo do sax. O fardamento era calça e
camisa de caxemira com botões dourados e ombreias.
Dos músicos de outrora merecem
menção honrosa: Sebastião Florentino (Basto de Tino), João Veríssimo, Zé Luiz,
Zé Boneca e Pedro Lúcio.
Por muitos anos a banda das
cidades foi referência popular em toda a Parahyba. Quem nunca se arrepiou ao
toque de uma trombeta? Ao ouvir o nosso belo hino nacional, e não sentiu vontade
de marchar? Talvez as novas gerações desconheçam esse sentimento pátrio e
prefiram fanfarras entoando o cancioneiro popular. Cada qual com seu cada qual
e respeitadas as diferenças, as bandas de música sempre serão o conservatório
musical cidalino.
Rau Ferreira
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