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Sensorial, por Ana Débora Mascarenhas

Eu menina, costumava passear pela chamada rua da lagoa, lá tinha Dona Rita, mãe de Da guia, ela costumava se sentar no gramado em frente a sua casa pra contar histórias, a meninada adorava, havia ali perto também um cortume, era um odor forte que aqueles couros exalavam, mas logo ali perto tinha a casa de Fogo Eterno, uma senhora que tinha esse nome por ser ruiva, ela costumava passear com os cães de Gigi nas tardes ensolaradas. Na casa dele por sinal, tinha  uma palmeira que tem um cheiro forte lembrando sempre que o verão está próximo e o natal também, perto de cá tem uma, gosto de passar por lá. Esses espaços já não existem mais, não tem a grama de frente a casa da Rita, ela mesmo já não está mais lá fumando seu cachimbo, nem tem os cães e Fogo Eterno, mas ficaram para sempre na minha lembrança.
E nas voltas que o mundo dá, foi passeando ontem com o Zeus, que descobrimos ser quase cego que vimos uma senhora ruiva como aquela da terrinha, caminhava com quatro cães de pequeno porte e toda a imagem e o cheiro voltou como um sensor tivesse sido ligado. Cães e gente boa, histórias e cheiros bons fazem parte de mim agora, e onde estiverem obrigada pessoas por fazerem minha infância ter sido tão linda.

Ana Débora Mascarenhas

Fonte: Blog http://asvoltasqueomundodar.blogspot.com.br/

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