Eu
menina, costumava passear pela chamada rua da lagoa, lá tinha Dona Rita, mãe de
Da guia, ela costumava se sentar no gramado em frente a sua casa pra contar
histórias, a meninada adorava, havia ali perto também um cortume, era um odor
forte que aqueles couros exalavam, mas logo ali perto tinha a casa de Fogo
Eterno, uma senhora que tinha esse nome por ser ruiva, ela costumava passear
com os cães de Gigi nas tardes ensolaradas. Na casa dele por sinal, tinha uma palmeira que tem um cheiro forte
lembrando sempre que o verão está próximo e o natal também, perto de cá tem
uma, gosto de passar por lá. Esses espaços já não existem mais, não tem a grama
de frente a casa da Rita, ela mesmo já não está mais lá fumando seu cachimbo,
nem tem os cães e Fogo Eterno, mas ficaram para sempre na minha lembrança.
E
nas voltas que o mundo dá, foi passeando ontem com o Zeus, que descobrimos ser
quase cego que vimos uma senhora ruiva como aquela da terrinha, caminhava com
quatro cães de pequeno porte e toda a imagem e o cheiro voltou como um sensor
tivesse sido ligado. Cães e gente boa, histórias e cheiros bons fazem parte de
mim agora, e onde estiverem obrigada pessoas por fazerem minha infância ter
sido tão linda.
Ana
Débora Mascarenhas
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