Minhas amigas! Há uns tantos
Que vêem um sentido mau nos versos lindos
Que eu vos desfolho como os Gregos desfolham acantos
Sobre a cabeça das suas virgens.
Esses que dizem que os meus versos empana
Voss’alma de crystal, Virgem Parahybana;
- Virgens que eu corôo de rosas e de versos!
Esses que vêem, em chamas sempre acesas,
No vosso altar de Vesta o meu culto pagão,
Certo já vos levaram ao ouvido
Que há nos meus versos outro sentido
Que não seja o de tapizar-vos o chão
Que pisardes, de rosas, como se fôreis princesas...
Ora! Mas esses são criaturas
Tão abjetas como aqueles insetos
Que levam o veneno das pestes
Ao cálice das rosas puras...
João da Retreta – s. o.
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