O livro “Flora Macerada” – poemas em prosa – anuncia-se na edição
de Sombra Iluminada (1927).
Com essa nova estética SOL ensaia uma escrita moderna, arrojada e diferente
de tudo que vinha sendo feito. Não obstante, alguns contemporâneos do poeta o
consideram modernista, e nessa mesma concepção escreve para a Revista Klasxon a
sua antropofagia.
Pois bem. Em um dos capítulos que podemos ler, publicado na
Revista FON-FON, evoca um poema misterioso, de sombras e catedrais; e visões
tranqüilas que “se fundem na tela fina
dos luares...”.
Em seu discurso – sem preocupações de sintaxe –, manifesta uma
linguagem denotativa-conotativa, para falar da amada, aquela cuja voz
assemelha-se a “um órgão, a morrer na
distancia”, em cujos olhos “velados
de luzes pensativas e pupillas sedosas, brilhavam duas pérolas pálidas”.
São os extremos do amante, que descreve a sua musa como uma deusa
de Antenas: deslumbrante, porém rígida; posta em um pedestal, indiferente e
intocável, dando-lhe vida no mundo da imaginação poética.
Rau Ferreira
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