Pular para o conteúdo principal

Salathiel Coelho

Foto: Blog Revivendo Esperança
Quem escuta hoje as trilhas sonoras das novelas brasileiras não faz a menor ideia de que o som que embala atores e coadjuvantes passa pelas mãos brilhantes de um esperancense. Pois bem. O sonoplasta Salathiel Coelho não só criou essa forma espetacular de dar vida às cenas e personagens, como também escreveu vários temas para a televisão.
Salathiel nasceu em Esperança, aos 17 de dezembro de 1931. Iniciou ainda adolescente como locutor, quando foi descoberto por Assis Chateaubriand casualmente, na cidade de Campina Grande. Na ocasião, o magnata das comunicações havia perdido um documento e pediu-lhe que anunciasse o fato nos auto-falantes. Satisfeito com a sua apresentação, o velho Chatô percebeu logo o grande potencial do jovem.
Transferiu-se para o eixo Rio-São Paulo no ano de 1948, onde a sua atuação se fez mais presente. Mas o primeiro álbum só veio em 1964/65, quando inovou registrando em LP a trilha sonora das novelas exibidas pela extinta TV Tupi (“O Sorriso de Helena”, “Tereza”, “O Direito de Nascer”, “Se o Mar Contasse”, “O Cara Suja”, “Quando o Amor é Mais Forte” e “Alma Cigana”).
No sul do país trabalhou ainda em rádio (Tamoio, Piratininga, Tupi e Cultura), TV (Tupi, Cultura, Globo e Bandeirantes), e gravadoras (RCA Victor, Philips, Odeon, Copacabana e Continental).
Foi ainda consultor do Projeto SACI (Satélice Avançado de Comunicação Interdisciplinar), produtor musical da Tupperware do Brasil, e gerente artístico e de repertório da Chantecler e RGE.
Produziu dublagens e argumento cinematográfico; escreveu peças teatrais (O Homem que veio do Céu e Macação) e uma novela (Ama de Sangue).
No período de 1988 à 1999, esteve fora do Brasil. Por essa época, dirigiu musicais de novelas da Marte Television, de Caracas; da italiana Telelíbera Rete A, de Milão; e da portuguesa NBP, de Lisboa.
Em sua carreira foi agraciado com vários prêmios, com destaque para os troféus Imprensa, Roquete Pinto e Chico Viola.
Muitos artistas devem o seu ingresso televisivo ao criativo Salathiel, que hoje reside no interior mineiro e tem uma vida pacata longe dos holofotes.

Rau Ferreira

Referência:
- NetSaber, Biografias*. Disponível em <http://www.netsaber.com.br/>
- InterFilmes, Site*. Disponível em <http://www.interfilmes.com/>
- Museu da TV, site*. Disponível em <htto://museudatv.com.br/>

Sites acessados em 02/09/2013.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

O Mastodonte de Esperança

  Leon Clerot – em sua obra “30 Anos na Paraíba” – nos dá notícia de um mastodonte encontrado na Lagoa de Pedra, zona rural de Esperança (PB). Narra o historiador paraibano que em todo o Nordeste existem depressões nos grandes lajeados que afloram nos terrenos, conhecidas pelo nome de “tanques”, muitas vezes obstruídos pelo material aluvionar. Estes são utilizados para o abastecimento d’água na região aplacada pelas secas, servindo de reservatório para a população local. Não raras as vezes, quando se executa a limpeza, nos explica Clerot, aparecem “ restos fossilizados dos vertebrados gigantes da fauna do pleistoceno que povoou, abundante, a região do Nordeste e, aliás, todo o Brasil ”. Esqueletos de espécimes extintas foram encontradas em vários municípios, soterrados nessas condições, dentre os quais se destaca o de Esperança. A desobstrução dos tanques, necessária para a sobrevivência do rurícola, por vezes provocava a destruição do fóssil, como anota o professor Clerot: “ esf

Barragem de Vaca Brava

Açude Vaca Brava, Canalização do Guari (Voz da Borborema: 1939) Tratamos deste assunto no tópico sobre a Cagepa, mais especificamente, sobre o problema d’água em Esperança, seus mananciais, os tanques do Governo e do Araçá, e sua importância. Pois bem, quanto ao abastecimento em nosso Município, é preciso igualmente mencionar a barragem de “Vaca Brava”, em Areia, de cujo líquido precioso somos tão dependentes. O regime de seca, em certos períodos do ano, justifica a construção de açudagem, para garantir o volume necessário de água potável. Nesse aspecto, a região do Brejo é favorecida não apenas pela hidrografia, mas também pela topografia que, no município de Areia, apresenta relevos que propiciam a acumulação das chuvas. O riacho “Vaca Brava”, embora torrencial, quase desaparece no verão. Para resolver o problema, o Governador Argemiro de Figueiredo (1935/1940) adquiriu, nos anos 30, dois terrenos de cinco engenhos, e mais alguns de pequenas propriedades, na bacia do açude,

Versos da feira

Há algum tempo escrevi sobre os “Gritos da feira”, que podem ser acessadas no link a seguir ( https://historiaesperancense.blogspot.com/2017/10/gritos-da-feira.html ) e que diz respeito aqueles sons que frequentemente escutamos aos sábados. Hoje me deparei com os versos produzidos pelos feirantes, que igualmente me chamou a atenção por sua beleza e criatividade. Ávidos por venderem seus produtos, os comerciantes fazem de um tudo para chamar a tenção dos fregueses. Assim, coletei alguns destes versos que fazem o cancioneiro popular, neste sábado pós-carnaval (09/03) e início de Quaresma: Chega, chega... Bolacha “Suíça” é uma delícia! Ela é boa demais, Não engorda e satisfaz. ....................................................... Olha a verdura, freguesa. É só um real... Boa, enxuta e novinha; Na feira não tem igual. ....................................................... Boldo, cravo, sena... Matruz e alfazema!! ........................................