Por
Júlio César (*)
Esperança e
seus causos
Na década de 80, minha família migrou de
Alagoas para a Paraíba onde residíamos em Campina Grande até meados de 1982. Um
dia, meu pai decidiu fazer um passeio por cidades circunvizinhas comigo e
acabamos chegando via São José a cidade de Esperança. Lembro-me que ele ficou
tão empolgado com a cidade que acabou convencendo minha mãe a vir morar no
Lírio verde da Borborema, na época famosíssima pela boa produção de Batata
Inglesa e pelo plantio de chás, o principal deles era o erva doce. Assim,
finquei meus pés na cidade e convivi alguns anos fazendo parte de sua história.
Até hoje, sinto ter uma espécie de divida com
Esperança, pois caminhei muito por suas terras e ouvi muitas histórias de seus
velhos, isto, até meu retorno definitivo a Campina Grande em 1987. Sempre que
vou de súbito à cidade realizar alguma pesquisa em seus acervos recordo do dia
que meu pai me pegou pela mão e entrou naquele ônibus da São José. Gostaria
hoje de abrir minha colaboração ao blog do professor Rau Ferreira contando
quatro histórias de outro mundo e que muito ouvi, entre os amigos, nas calçadas
da Rua Antenor Navarro.
Ufologia: O
caso Riacho Amarelo
Em idos de 1982 uma história assustadora
motivou os comentários das pessoas nas praças e calçadas esperancenses, era um
assunto intrigante ao ponto de não mais se saber, o que realmente era fato, e o
que apenas passava de mito. Trata-se do avistamento de um suposto Disco Voador
sobre a ponte do Riacho Amarelo, na divisa Lagoa de Roça/Esperança, ocorrido
numa madrugada e testemunhado pelos senhores Leovegildo e Antônio Alves.
Segundo comentário, os dois haviam observado um estranho objeto que de longe
parecia ter quatro faróis e varias luzes de sinalização, além das cabines
acessas. A impressão que se tinha, era que se tratava de um caminhão sobre o
outro, mas, ambos com tudo ligado. Os faróis tinham uma intensidade tão forte
que às vezes parecia ofuscar a luminosidade das cabines internas.
Na narrativa, contava-se que eles precisaram
fazer uma manobra brusca para tentar evitar que aquele veículo viesse a colidir
com o carro e causar suas mortes, já que parecia ocupar toda a entrada.
Enquanto desciam a ladeira em direção a ponte do riacho ficaram surpresos, pois
subitamente, o estranho objeto acabou não vindo ao encontro do carro, mas, incrivelmente
decolou na vertical em alta velocidade até sumir no céu. Lembro-me que este
caso era muito comentado e que muita gente satirizava a visão das testemunhas,
alguns até mesmo citavam que eles estavam bêbados, outros mais religiosos, que
eles haviam visto o satanás.
Bem, o
curioso é que recentemente, verificando arquivos do jornal A Gazeta do Sertão acabei
topando com a noticia sobre este caso. Na época achava que tudo apenas passava
de “histórias de trancoso”
transmitido oralmente. Mas, se o fato foi verídico, ou não, necessitava de uma
investigação cientifica para esclarecê-lo.
No entanto, o que aprendi nos meus anos de
jornalismo é o fato de que ninguém com histórico de vida simples e ensinamentos
modestos costuma levar a cara a “bofete”
e se expor na mídia descrevendo uma história fantástica, sem que tenha tido uma
experiência com ela. Mesmo que possa ser fruto de uma impressão, ou mal
entendido, ou mesmo quem sabe, falha de conhecimento sobre algo.
O importante é que o fato ocorreu restando apenas
saber até onde a veracidade e o mito decidiram se encontrar. Com o passar dos
anos este caso acabou esquecido, mas outros mais surpreendentes também
aconteceram.
Por
Júlio César (*)
(*)
Cartunista e pesquisador, atualmente desenvolve um projeto que finalizará em
2014 com a publicação de um livro sobre o futebol paraibano.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.