Encontramos o seguinte texto
falando do município de Esperança n’A Folha do Sertão:
“Ter esperança é muito bom. Esperar que venha dias melhores, que as
coisas se ajeitem da melhor maneira. Sempre querendo mais, sonhando com o impossível,
planejando as possibilidades, realizando o possível. E, como diz o poeta:
“amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada.” Ter sempre esperança que um dia a
humanidade evolua mais em sentimentos que em produção de armamentos. É assim
que devemos viver, o resto é bobagem. Viver tendo sempre esperança.
Esperança, prima caçula.
Bonitinha, naquele vestido de chita, toda arrebitada, nos quinze
“incompleto”. E ele com quase treze, vez
enquanto tava por perto da Esperança tão esperada. Esperança que nos ensaios de
quadrilha de São João, dançaria com Esperança, com ela fazendo par. Quando, sem
jeito, olha nos olhos dela derrete-se naqueles azuis, feito mel se espalhando
no fubá.
Mas, nem bem terminou maio, Esperança improvisou um desmaio e caiu nos
braços dele. Também não contou conversa, tampouco pensou mais que alguns
segundos e pegou no peito dela. Pra quê? Esperança mais que depressa,
sapecou-lhe entre os olhos os cinco mandamentos. Parou o camaleão, atrapalhou o
“anarriê” e no meio do “alavantú” trocou de par, deixando-o para sempre a
sonhar com aquele toque pontudo.
Esperança que morreu, que nem era mãe mas tinha idade de ser avó. Foi
uma Esperança moça velha, sempre fora solteira, nunca esteve em bandalheira,
sabia pilar no pilão. A filha dos “Andrade” que, numa noite de São João, foi
beijada “meia boca” pelo seu primo Afrânio. Ficou toda encabulada, cresceu-lhe
uma palpitação. Nunca perdeu a esperança de beijar Afrânio por inteiro, sentir
como era seu fogo. Mas, o tempo foi ingrato e Afrânio nunca mais beijou
Esperança que ficou encalhada por trás de forno e fogão, lata d’água na cabeça
e lençol de lado, nas capoeiras, na cata de algodão.
Esperança cidade da Parahyba. Suave, de clima muito agradável, que nos
enche de esperança. Esperança renovada no projeto de construir novas
realidades, realizar nossas utopias, reconstruir o discurso, aprender com a
diversidade.
Esperança é múltipla. A cidade convive com o contemporâneo das
parafernálias eletrônicas e a feira livre do século passado. Esperança onde se
acha o poeta Benedito, fazendo rimas, vendendo fogão, fazendo rezas e lendo
mão. De gente que mantém tradição, muito de índio “nas feição”, misturado com o
que há de tudo, todo tipo de gente. Tem gente com traço cigano e... cada loira!
...tem também caucasiano.
A esperança é bem diversa. Aparece em meio a qualquer conversa, é um
sonho material, uma casinha com grande quintal. É uma confissão, pra quem é
confiança. Esperança é coletiva e individual. Tão diversa como este texto. Que
tenho esperança que você tenha lido até o final”
Autor:
Geraldo Bernardo
Mantivemos contato com aquela
folha no sentido de obter maiores informações sobre os assuntos mencionados no
texto, já que o autor demonstra um bom conhecimento nos assuntos do nosso
município.
Estamos aguardando e
publicaremos se surgirem outras novidades!
Rau Ferreira
Fonte:
- Folha do Sertão, texto de Geraldo
Bernardo: http://www.folhadosertao.com.br/;
em 23/05/2011.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.