Esta é uma passagem de nossa história memorável. Há
dias a cidade se preparava para receber o Frei Damião de Bozano. As beatas
comentavam a todo instante. Pessoas compravam terços, velas e imagens que
seriam bentas pelo frade.
O comercio aquecia as suas vendas.
Nos nosocômios os doentes faziam prece na esperança
de receberem a cura de seus males.
Em casa papai e mamãe comentavam a todo instante.
Diziam da sua importância e santidade; falavam da sua pregação e da multidão
que acorria em todo canto por onde passava.
Lembro-me que era pequeno, tinha perto de 8 anos.
Meu pai me colocou nas costas e fomos ver o missionário capuchinho. Na época,
não entendia o que se passara; uma multidão de pessoas aglomeradas em frente a
Igreja. Papai me disse que era um "santo" e o povo todo assim o
tinha.
Chegamos o mais próximo possível, uns cinco metros,
e o que me impressionou foram as vestes e de como aquele religioso, já gasto
pelo tempo, abarcava multidões. Não entendia a homilia, mas rezei o pai nosso
como todos os que estavam assistindo a pregação. Foi um momento de muita fé e
devoção para todos.
Olhei a redor e percebi que todos prestavam a
atenção. O calçadão estava repleto, a rua Manuel Rodrigues parecia um mar de
gente. Havia pessoas nas calçadas, nos postes e nas varandas das casas.
Fiz meu pedido em silêncio. Naquele instante tive a
certeza de que a fé remove montanhas.
Rau Ferreira
Referências:
- ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed. Unigraf. Esperança/PB: 1985.
- PADRE PALMEIRA, Livro Tombo da Paróquia de Esperança, 1956, p. 183
(citado na Revista Centenário da Paróquia de Esperança, 30 de maio de 2008, Ed.
Jacinto Barbosa).
- ESPERANÇA DE OURO, Blog. Disponível em http://www.esperancadeouro.com.
- REVIVENDO ESPERANÇA, Blog. Disponível em http://revivendoesperancapb.blogspot.com.br/
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