A memória é algo indecifrável e
costuma guardar lembranças e pormenores que são ativados em certas
circunstâncias. Melodias ativam o hipocampo de maneira mais fácil e por isso
permanecem ativas por mais tempo, enquanto que outras informações são
“apagadas” por assim dizer, ao longo dos anos.
A presente Jaculatória me foi
ofertada pelo meu colega de trabalho José de Arimatéa Valentim, e recolhida
perante sua mãe D. Regina Maria de Melo de 96 anos de idade.
As jaculatórias fazem parte do
novenário católico. São pequenas orações ou invocações recitadas no início ou
final de cada uma das dezenas do rosário. A exaltação mariana também é cantada
em algumas ocasiões seguida da frase: “Rogai por nós”.
JACULATÓRIA
Oh
Jesus amabilíssimo,
Sejais
a minha luz
Dai-me
forças que em mim faltam
Para
levar a minha cruz.
Oh
Jesus amabilíssimo,
Sejais
o meu salvador
Defendei
a minha alma
Do
dragão enganador.
Oh
Jesus amabilíssimo,
Ouvi-me
em confissão
Perdoai
os meus pecados
Só
vos sabeis quantos são.
Oh
Jesus amabilíssimo,
Aqui
estou aos teus pés,
Fazei-me
conhecer quem sós vós,
E
que sou eu. AMEM!!!
Ao me entregar o manuscrito,
Arimatéa acrescentou a informação de que sua genitora, quando ainda mocinha,
costumava vir da zona rural, em especial nos sábados, acompanhando os
familiares para a feira. Esta ficava com as outras mulheres na matriz, enquanto
que os homens cumpriam seu mister.
Na então Capela do Bom Conselho
fazia-se preces para que o ano fosse bom de chuva, que tivessem uma colheita
proveitosa... O “Amabilíssimo Jesus” que ora apresentamos é um desses exemplos,
que se encontra no recôndito da memória de D. Regina e que pelos nossos
cálculos tem por lá seus 80 anos.
Rau Ferreira
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