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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Prado Esperancense

Em nosso município, alguns criadores, imbuídos pelo desejo de propiciar o engrandecimento da raça cavalar , organizaram um “prado”. As corridas era organizadas por Alfredo Régis e tinham lugar na avenida que dava saída para o sítio Timbaúba. O local era plano e de relevo suave. As disputas se davam em torno das argolinhas, em que os cavaleiros procuravam acertar com seus bastões, e as famosas corridas de cavalos. O “prado” ao mesmo tempo animava o comércio desses animais servia ao propósito de animar o público. E apesar de não ter uma organização regular, registrava muitos freqüentadores que ariscavam seus palpites e realizavam apostas, e também proprietários rurais a ofertar vantajosos prêmios, desejosos ainda por adquirir os melhores cavalos da cidade. Os cavalos tinham nomes curiosos, como “sabiá”, “gavião”, “mimoso”, e em geral ressaltavam uma qualidade do animal ou homenageavam figuras da natureza. Outro detalhe é que, no local onde se realizavam tais eventos, acorriam al

A Casa Paroquial

Estabelecida na rua Monsenhor Severiano, próximo a Igreja Matriz, a Casa Paroquial é a residência oficial dos padres de nossa Paróquia. Verdadeiro patrimônio histórico, é uma das construções mais antigas do município e, apear de algumas reformas, mantém a sua fachada original em estilo colonial, com cinco janelões e um circulo no alto que registra a sua data inaugural (1916). Sua construção teve início em 1914, por iniciativa do pároco José Vital Ribeiro Bessa (1913/1922) e demorou cerca de dois anos para ser concluída. Durante muitos anos abrigou seminaristas que depois partiram para seguir sua vocação sacerdotal em outras paróquias. Em 1939, o Padre João Honório de Melo realizou grandes melhoramentos na estrutura da residência oficial: “ No presente ano, voltei, também, as minhas vistas para a Casa Paroquial, que estava a carecer de grandes melhoramentos, dado o seu estado de má conservação. Removi todo o piso interno, calçadas da frente e lateral, forrei em grande parte e p

José Cândido Coelho

José Cândido Coelho nasceu por volta de 1861 no Sitio Lagoa de Pedra, e faleceu em 01 de abril de 1945. Louro, olhos azuis, com cerca de 1,80 metros de altura, rosto afilado e de bigode. Sabia ler e escrever. Viveu a infância e adolescência no Município de Esperança, e na idade adulta, foi residir na localidade de Lagoa de Roça casando-se com a Sra. Cândida Carlos de Carvalho – d. Candinha – com quem teve quatro filhos: Joventino, Inácia, Porfírio e Francisco. Grande proprietário de terras, possuía as fazendas: Baixa grande e Amaro (Esperança), Taboleiro (Lagoa de Roça), Barriguda e Frei Jorge (Pocinhos), além da Fazenda Muqúem, em Areia. Em razão disso, Antônio Silvino e outros cangaceiros perturbavam-lhe o sossego, exigindo dinheiro para não invadirem as suas terras, no que sempre atendida. Esse fato lhe valeu a suspeita de conluio com os bandidos, sendo investigado e até surrado pela milícia, recebendo depois a patente de “Capitão” que lhe garantia proteção e direito a prisão e

Examinai os vossos olhos, poema de Rau Ferreira

Examinai os vossos olhos Vede que eles estão cheios  de tristeza e de dor... Não há mais meios, Não há mais o pudor! Para regrar os anseios Para acalentar o amor! Examinai os vossos olhos Que precisam de arreios... Vede que eles estão cheios de carências e de temor A procura dos teus seios A procura do teu calor! Examinai os vossos olhos Como faz o catador. Sim, examinai-os!... Examinai os olhos sem freios Como faz o sofredor Remoendo os próprios meios A procura de “Dasdô” Mas Das Dores não veio... Não veio também o amor. Examinai, enquanto se pode! Esperança, 30 de janeiro de 15. Rau Ferreira

Luz na lua cheia, poema de Rau Ferreira

O que do ar o céu gorjeia A tua luz na lua cheia Não dissimula, não titubeia O calor que apela, a pela anseia. No mar da luz o céu passeia E a tua luz, na lua cheia Vai vagar na rua d’Areia O que das mãos, a tua mão tateia. Assim a quimera incendeia Eu de volta, e volta e meia A cair nos braços de sereia Com o teu canto, que me bruxeia. E quando à meia-luz da lua cheia Uma nuvem a nós permeia Envolver-nos na luz sombreia Vou roubar-lhe queira ou não queiras. Rau Ferreira

Esperança: primeiro processo criminal

O primeiro processo criminal da Comarca tramitou em maio de 1926. A denúncia estava ancorada em inquérito policial instaurado pelo Delegado Inácio Rodrigues de Oliveira. Consta da acusação que a vítima estando na casa paterna, no Sítio Corredor de Areial, retornava à sua residência, no Sítio Mucuim daquele mesmo Distrito, quando fora emboscada à traição pelo acusado. O fato aconteceu pelas 08:00 horas do dia 13 de maio de 1926, sendo esta agredida por objeto perfurocortante. A peça acusatória foi formulada pelo Promotor de Justiça José Bezerra Santos, incurso o réu nas penas do art. 304 do Código Penal de sua época, a seguir reproduzido: DECRETO N. 847, DE 11 DE OUTUBRO DE 1890. Art. 304. Si da lesão corporal resultar mutilação ou amputação, deformidade ou privação permanente do uso de um orgão ou membro, ou qualquer enfermidade incuravel e que prive para sempre o offendido de poder exercer o seu trabalho: Pena de prisão cellular por dous a seis annos. Paragrapho unico. Si pro

Exéquias ilustres

A recém criada Paróquia de Esperança engatinhava os seus primeiros passos, erigida que fora por Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques no dia 08 de maio de 1908. O seu templo era considerado um dos melhores e mais belos da região. Para dirigir-lhes os trabalhos paroquiais havia sido nomeado o Padre Francisco Gonçalves de Almeida, que foi empossado no dia 08 de junho daquele ano pelo Padre Jeronymo César, vigário de Alagoa Nova auxiliado por Ignácio Ibiapina Sobral – O Padre Ibiapina. O Padre Almeida era natural de Alagoa Nova/PB, nascido no ano de 1871, filho de Delfino Gonçalves de Almeida e Adelaide Irinéia de Vasconcelos Monteiro, tendo sido ordenado presbítero em 14 de novembro de 1897. Assim que chegou à freguesia de Esperança, alugou uma casa que lhe servia de residência onde também abrigara seu pai, o Capitão Delfino que padecia de uma moléstia agravada pelos seus 82 anos de idade. O seu genitor convalesceu durante 27 dias em Esperança. Durante este período, deixou reg

Escola "Irineu Jóffily"

80 ANOS DE FUNADAÇÃO Parte II INAUGURAÇÃO SOLENE A  Escola “Irineu Joffily” foi criada por força do Decreto nº 288, de 09 de junho de 1932, com a denominação de “Grupo Escolar”. A primeira professora nomeada foi à senhora Maria Emília Cristo da Silva, filha de um importante comerciante da vila. Sucederam-lhe: Lídia Fernandes, Silvia Sobreira Coelho, Esdras Urbano, Adília Urbano, Cila Souto, Maria Emilia Virgolino e Oneide de Luna Freire. Na direção tivemos por muito tempo Luiz Alexandrino e dona Lidia Fernandes. A inauguração solenemente aconteceu em 12 de junho de 1932. O prefeito Theotônio Tertuliano da Costa fez questão de instalar solenemente e inspecionar as obras. Este era um dos 22 institutos construídos no Estado pelo interventor Antenor Navarro. A ata registrou a presença do Ministro José Américo de Almeida; Comandante Elysio Sobreira, representando o interventor estadual; Dr. Severino Patrício, inspetor médico escolar; o professor José

Pedro Anísio

Escritor Pedro Anísio Pedro Evangelista dos Santos é o pseudônimo de Pedro Anísio, um ícone da rádio brasileira e autor de mais de 17 novelas. Nascido em Esperança em 03 de abril d 1918, seu primeiro trabalho foi “Destino roubado” (1942), sendo a obra “Um fantasma de mulher” aquela que lhe rendeu grande fama; entre outros títulos de sua autoria, destacam-se: “Ciúme” e “Libertação”. Seus textos eram datilografados e novelista fumava para se inspirar. A ideia surgia a qualquer hora do dia ou da noite. Chegou a trabalhar como ator, cometendo a seguinte gafe: “ Eu estava no início de minha carreira quando tive que trabalhar numa peça de rádio-teatro e responder por miados, porque era um gato, às perguntas de minha dona. Quando a estrela perguntou: ‘gatinho, você quer leite?...’ Nervoso, declarei: Quero sim, senhora !...”. Na rádio foi locutor de um programa sobre cinema e passou pelas rádios Globo (A mulher que ri); Cruzeiro do Sul, chegando a receber um cachê de 15 mil réis

Brilha o Sol na Rua

Silvino Olavo da Costa, poeta, jornalista e escritor com diversas participações na imprensa da Parahyba, Pernambuco e Rio de Janeiro. A Rua - revista editada no Recife que veio substituir o periódico “O Fogo”. Dirigida por Sá Leal e tendo por Secretário Oswaldo Santiago (que depois se tornou diretor-proprietário), estreou em 1923 ao custo de 500rs. Destacavam-se entre o seu corpo de colaboradores: Antônio Fasanaro, Austro-Costa (sob o pseudônimo de João-da-Rua-Nova), Bastos Portella, Bouanger Uchôa, Dustan Miranda, Esdras Farias, Eneas Alves, José Mindelo, Leduar de Assis Rocha, Mário Sette, Perillo D’Oliveir, Silvino Lopes, Sylvestre Agrippa, Valdemar de Oliveira e Zé do Norte. A sua capa era ilustrada com figuras ou charges políticas e o seu corpo recheado por matérias e artigos de arte, literatura, crônicas, moda, página infantil, notícias sociais e poesias (muita poesia!). Silvino Olavo que à época dirigia “O Jornal” contribuiu para a revista com alguns trabalhos originais (

Cordel: Banho de Cuia, de Rau Ferreira

Literatura de Cordel BANHO DE BACIA Quando menino mãe dizia: Bota água na bacia Pra tomar banho de cuia A água era tão fria Que só no bater ardia Eu gritava, ela corria; Para o que se assucedia “Nada não!” - mãe sorria - É só medo de água fria! E a água sobre mim caia. Na minha geografia A invernada conhecia Era doce a alegria A primeira chuva acontecia Descendo um chuá fazia E nem sabão havia Tão pouco se possuía Vergonha das minhas tias Mas o que mais queria Era aposentar aquela bacia. Dava gosto quando vovó dizia Que tinha furado a bacia E o banho anoitecia Para acordar um outro dia Com o grude que se via Só pra não cair na bacia E tomar banho de água fria Pois o frio que fazia Até na alma doía E o fôlego de mim fugia. Inda hoje minhas gurias Não conhecem banho de cuia Digo para minhas fia No tempo, chuveiro não existia; Agente tomava banho de bacia Com uma cabaça que havia Era aquela agonia Que b

Escola Irineu Jóffily: 80 Anos

Parte I DOAÇÃO DO TERRENO E LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL Em março de 1927, de passagem por Esperança, o Coronel Elysio Sobreira, recém nomeado chefe político do nosso município, consegui a doação de um terreno destinado ao agrupamento das três cadeiras elementares existentes na cidade. O terreno localizava-se na rua Joviniano Sobreira e media 60 metros de frente por 100 metros de fundos, tendo sido avaliado em três contos de réis. O doador, Sr. João Coêlho de Lemos, fez a entrega movido pelo interesse de ver dotado a sua terra de melhoramentos educacionais. O ato em apreço mereceu aplausos do Diretor Geral da Instrução Primária, Monsenhor João Milanez, e do Dr. José Gomes Coêlho, esperancense que dirigia a Escola Normal em João Pessoa. Ambos fizeram questão de visitar o local onde iria ser construída a escola, sob a responsabilidade do arquiteto Clodoaldo Gouveia. O lançamento da pedra fundamental se deu no dia 02 de julho de 1931. As obras eram supervisiona

Rotary Clube Esperança (2a Parte)

O Rotary Clube de Esperança é uma entidade sem fins lucrativos que trabalha em prol da paz e compreensão mundial. Nesse contexto, realizam ações contra a fome, analfabetismo, doenças endêmicas e epidêmicas, proporcionando ainda intercâmbio internacional de jovens (estudantes do 2º grau) e de grupos de estudos (jovens profissionais), além de cursos de inclusão social e outras ações que objetivam a melhoria da comunidade local e mundial. O clube rotário de Esperança foi reconhecido de utilidade pública em 06 de novembro de 2000 (Lei Municipal nº. 967), obtendo da prefeitura uma concessão de uso de terreno urbano para a construção de sua sede através da Lei Municipal nº. 1.126, de 09 de maio de 2007. Desde 2009, os rotarianos vêm se empenhando na aquisição de fundos para a edificação e sua sede administrativa e social. Para tanto, tem promovido festas (carnaval, destaque empresarial e S. João) que permitiram até agora a edificação dos alicerces, muro e algumas paredes. Após concluí

Inauguração do CSU

O Centro Social Urbano – CSU “João Paulo I” foi construído nos governos de Ivan Bichara Sobreira e Dorgival Terceiro Neto, pela SUPLAN em convênio com as seguintes instituições: PNCSU, CEF e FAS. Sua função primordial era aumentar a participação popular no processo de desenvolvimento urbano do município. O local escolhido foi uma grande área disposta na rua General Osório, onde foi edificada a sua sede, uma quadra de futebol e um campo para prática desportiva.     Multidão na frente do CSU     A inauguração aconteceu no dia 18 de fevereiro de 1979, com a presença de autoridades e do povo em geral. Estiveram presentes o prefeito Odaildo Taveira, Deputado Assis Camelo, Zeca Torres, Severino Torres e os padres João Honório e Monsenhor Palmeira. A locução ficou a cargo de Pedro Barbosa (Pedoca).     Dep. Assis Camelo, Pe. João Honório, Pe.Palmeira, Odailso e Pedro Barboa O edifício foi recuperado em março de 1994, no governo de Ronaldo Cunha Lima. E reformado em no

Sombras e sobras, poema de Rau Ferreira

Sombras O que distingue o homem das sombras Lhe distingue também dos animais: A ânsia de querer mais e mais Fazendo das suas manobras. O menino, quer ser rapaz Destruindo as maniçobas. Como um malfeitor, o capataz, - realizando de si as obras – Ufanando um mundo de ideais; E antes que o tempo faça suas dobras Vai ao encontro do nunca mais! Sobras O que distingue o homem dos animais A arte de querer mais e mais E não se contentar com as sobras Isto é o que lhe satisfaz! Banabuyé, 16 de janeiro de 2015, 20h49. Rau Ferreira

Verme humano, poema de Rau Ferreira

Gloriosa vida humana que emerge do pó e às cinzas retorna... A toda soberba ufana sujeita debaixo do sol que o pecado adorna. Ei-la toda profana deitada sob o arrebol de imundícies engorda. Desconhece a trama emaranhado cachecol desfiado em sua borda. S’a soberba derrama em si, simancol... Serve-a própria corda. Qu’alma inflama - Cantiga pió-a-pió - um guiné de viola. Num grito proclama “ deixa de ser bocó ” e logo, ao pó retorna! Esperança, 14 de janeiro de 2015. Rau Ferreira

José Bolivar Régis

Natural de Esperança, filho de Alfredo Régis e Maria Régis, nascido no ano de 1927, bacharelou-se em Ciências Jurídicas (Direito) e foi nomeado Juiz Auditor pelo Presidente Costa e Silva no ano de 1968, assumindo uma a 7ª Circunscrição Judiciária Militar do Recife, onde permaneceu até sua aposentadoria em 1981. Durante sua carreira jurídica atuou em casos polêmicos, a exemplo da tentativa de seqüestro do Presidente da Bolsa de Valores do Recife em ‘78. Em 1988 resolve ingressar na política para disputar uma vaga na Câmara de Vereadores de Esperança. Filia-se ao PSB que, coligado com o PT, apóia a candidatura de José Lêdo Vieira Nóbrega para prefeito. “ Sou um homem de centro, no interior não há ideologia e não foi difícil a filiação. São todos meus amigos ”, afirmava. A chapa majoritária foi vitoriosa naquela eleição, mas Régis não logrou êxito. Juiz severo em suas decisões, algumas de suas sentenças foram reproduzidas por jornais europeus e americanos, sobretudo aquelas da ép

Por que Sol, porque sim

Rau Ferreira * Por que Sol? - Poderia dizer que este foi o representante da delegação paraibana de futebol, nos anos 20; - que era amigo de turma de Adamastor de Oliveira Lima, Oswaldo Duarte do Rego Monteiro, Pedro Calmon (que cita-o em várias passagens quando escreve as suas MEMÓRIAS), Oscar Saraiva etc; - poderia até publicar trechos de seu discurso de formatura, que tratava da SOCIALIZAÇÃO E ESTÉTICA DO DIREITO; - que participou da Academia de Letras e Ciências no Rio; que escreveu para A Época, jornal da Faculdade de Direito; - que escreveu para a revista O Mundo Literário; - que deu asas à poetiza Alzira Tacques, fundadora da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul; - que era íntimo de Oswaldo de Andrade, que inclusive cita-o em uma de suas crônicas; - que publicou no Fon-fon e na Nação Brasileira; - que era o orador preferido de João Pessoa; - que foi O PRIMEIRO a receber, em mãos, a obra "A Bagaceira" e comentá-la n'A União, e t