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Sol: o primeiro amor

Segundo João de Deus Maurício, historiador e autor do livro “A Vida Dramática de Silvino Olavo” (1992), Silvino Olavo teve uma infância normal e igual ao das outras crianças de sua idade. Participava dos jogos pueris à sombra do castanheiro, próximo a sua casa.
Também sabemos que era um aluno aplicado, destacando-se como um dos primeiros da turma. Aqui, na Vila de Esperança, Joviniano e Maria Augusta Sobreira foram seus primeiros professores.
Não fosse um golpe do destino: um amor proibido. Na sua juventude ele se apaixonou por uma bela moça de nome Severina Lima, filha do comerciante Antonio Cambeba. Sua mãe, dona Josefa Martins Costa, não queria aquele romance sob a alegação de que ela era da família “Cambeba”, chegando a declarar: “Antes quero ver você doido na corrente, do que casado com Severina”. Por outro lado, seu pai queria que ele fosse comerciante.
A conjugação dessas duas vontades não poderia resultar notra coisa, a fuga de casa. Foi então que Silvino foi morar em João Pessoa, na casa de sua tia Henriqueta de Souza Maribondo, se matriculando na Escola Pio XI.
Daí por diante, concluiu os estudos. Foi para o Rio de Janeiro. Formou-se bacharel e retornou em 1925, com um livro publicado: Cysnes. Nesse mesmo ano ele eternizava nos versos do soneto Retorno: “minha menina – a que mais bem me quis”.

Rau Ferreira


Fonte:
-         A vida dramática de Silvino Olavo, autoria de João de Deus Maurício, João Pessoa/PB, Unigraf, 1992;
-         Pequena Biografia do Poeta Silvino Olavo, por Roberto Cardoso - Jornalista. Cisnes/ Sombra Iluminada – 2a Edição, 1985 – p. 3/5;

-         Badiva: poesias inéditas de Silvino Olavo, Marinaldo Francisco de Oliveira (Org.), Espeança/PB, Secretaria Municipal de Educação e Cultura, 1997.

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