Monsenhor Palmeira |
Nascido
aos 02 de março de 1919, filho de Luiz José da Rocha e Ana Palmeira da Rocha, o
padre Manuel Palmeira da Rocha assumiu a Paróquia de Esperança em 25 de
fevereiro de 1951, em substituição ao Monsenhor João Honório de Melo, e permaneceu
até julho de 1980, totalizando 29 anos a serviço da comunidade esperancense.
“Aos
25 de fevereiro de 1951 assumi a paróquia de Esperança, na qualidade de
Vigário. Nenhuma solenidade houve. Apenas, nas duas missas dominicais, eu me
apresentei à Paróquia, como o novo substituto do Rev. João Honório de Melo, com
uma palavra breve de saudação aos meus novos paroquianos e algumas normas para
o meu governo paroquial”, escreveu o pároco [1].
A
sua administração paroquial foi marcada por uma intensa atividade, com especial
enfoque para a educação e a saúde. Quanto à política, como ele mesmo asseverou
em 1951: “não haveria de dispor de tempo para assuntos e negócios alheios ao
meu sagrado Ministério, como também para visitas inúteis" [2]. E ainda
segundo José Lira, ele evitava ao máximo tocar nestes assuntos.
Construiu
as capelas de São Sebastião, no povoado de São Tomé; Nossa Senhora de Lourdes,
no distrito de Massabielle; São Francisco de Assis, no Sítio Umbu; Nossa
Senhora de Lourdes, na fazenda Julião [3]; Nossa Senhora da Conceição, no atual
distrito do Pintado; Nossa Senhora das Graças, no Sítio Velho; São Sebastião,
no Riachão e Nossa Senhora da Conceição, no Sítio Boa Vista.
Edificou
ainda a Capela Santo Antônio, anexo à Maternidade São Francisco de Assis, nesta
Cidade, e as capelas das comunidades Santa Clara e Nossa Senhora Aparecida.
Instituiu
as congregações religiosas “Irmãs Paroquiais” e “Mariana”, esta última para
rapazes, e o pré-seminário, com o nome de Nossa Senhora das Graças, além do
Centro do Apostolado da Oração.
Instalou
o serviço de som paroquial e adquiriu um Jeep, veículo que servia para encurtar
as distâncias dos serviços religiosos.
Não
obstante a sua missão pastoral, empreendeu esforços para dar continuidade à
construção do Colégio Diocesano de Esperança, iniciado em 1945 pelo Monsenhor
João Honório, e concluído em 1953.
Em
10 de dezembro de 1961, a escola diocesana formava a sua primeira turma, com 52
concluintes. Na solenidade estavam presentes o Governador e o Vice-governador,
sendo o Dr. Pedro Gondim o paraninfo. “Foi um acontecimento de grande dimensão
social. A cidade viveu momentos de justo orgulho”, disse Padre Palmeira [4].
O
Monsenhor Palmeira esteve à frente do Ginásio Diocesano por 21 anos.
Registre-se ainda o fato dele ter lecionado Religião naquela escola, e ensinado
Educação Moral e Cívica no Colégio de Esperança [5].
Fundou
ainda outras 18 escolas paroquiais, sendo três em Esperança, duas em Areal, e
as demais na zona rural, assim distribuídas: Riacho Amarelo (Escola Dom
Otávio), Caldeirão (Escola Padre Bosco), São Tomé (Escola São Sebastião),
Capeba (Escola Nossa Senhora de Lourdes), e ainda as de Riacho Fundo, Lages,
Massabielle, Junco, Cinzas, Umbu, Logradouro e Carrasco.
Foram
iniciativas suas a criação da Escola Doméstica de Pintura, Bordado e
Arte-culinária, e do Jardim de Infância Paroquial, que funcionou no
pré-seminário [6]. E ainda, da Escola de Aprendizes Alfaiates e de Corte e
Costura, além dos Clubes de Mães [7] e da Biblioteca Paroquial.
Ao
lado de Sebastião Firmino dos Santos e outros, a exemplo do Sr. Antonio Pereira
da Silva [8], sócio nº 05, fundou o Sindicato Rural de Esperança, vizinho à
Igreja Matriz, inaugurado no dia 02 de maio de 1963.
No
campo da saúde, criou os Ambulatórios de Esperança, São Tomé, Massabielle e
Areial.
Já
a Casa de Saúde e Maternidade São Francisco de Assis, teve sua pedra inaugural
lançada em 19 de julho de 1959, e foi oficialmente aberta em 17 de janeiro de
1965.
Em
1954, substituiu o nome de Caeiras para Massabielle.
Em
30 de novembro de 1963, recebeu o título de “Cidadão Esperancense”.
A
sua administração foi interrompida uma única vez, entre 1975 e 1976, quando
participou de um curso de atualização teológica em Roma, ministrado pela
Universidade Pontifícia Salesiana “Per Vivere - II Concílio”. Durante este
período, a administração paroquial coube ao Diácono José Lira, enquanto que as
missas e confissões ficaram a cargo do Frei Arthur.
O
Grêmio Cultural do antigo Colégio de Esperança, recebeu o nome de Padre
Palmeira em sua homenagem.
Atualmente,
o antigo Ginásio Diocesano, a Escola Paroquial, no centro desta cidade,
denomina-se Escola Municipal “Dom Manuel Palmeira da Rocha.
Na
minha opinião, o Monsenhor Manuel Palmeira da Rocha foi o maior político e
benfeitor de Esperança.
Rau
Ferreira
[1] Padre Palmeira, Livro Tombo 1, p. 130. Esperança,
10 de março de 1951.
[2] Padre Palmeira, Livro Tombo 1, p. 130. Esperança,
10 de março de 1951.
[3] Esta, embora pertencente a Pocinhos, cabia ao
Padre Palmeira a assistência religiosa.
[4] Padre Palmeira, Livro Tombo 1, p. 130. Esperança,
10 de março de 1951.
[5]Atual Escola Estadual “Mons. José da Silva
Coutinho”.
[6] Sito à Rua Monsenhor Severiano, ao lado da Casa
Paroquial.
[7] Dois em Esperança e um em Areal.
[8] Pedreiro e agrimensor, que inclusive ajudou a
construir o edifício sede do sindicato.
FONTE:
-
Livro do Município de Esperança; Ed. UNIGRAF, 1985, p. 70/71;
-
Revista Esperança 82 anos; Editor: Jacinto Barbosa, novembro de2007;
-
Revista Centenário da Paróquia de Esperança, 30 de maio de 2008.
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