O serviço de iluminação
pública no início do Século XIX era bastante precário. A princípio a luz era
produzida a partir de óleos e azeites, depois a base de gás. As dificuldades
para a sua instalação eram muitas, oscilando em sua luminosidade. Na Parahyba,
a luz elétrica surgiu nos idos de 1912.
Esperança era
iluminada por lampiões que ficavam dependurados nas esquinas. Eram quadrados,
feitos a partir de ferro e envidraçados. Queimavam o querosene e permaneciam
acesos até às 22 horas, quando então Alfredo Leite (funcionário da
subprefeitura) apagava as chamas.
O comércio - desejoso
de funcionar até mais tarde - ressentia a falta de luz, enquanto os enamorados
aproveitavam a escuridão latente. A penumbra também favorecia os boêmios, e
fomentavam as estórias de “porcas” e lobisomens.
Narra João
Thomaz Pereira, que por iniciativa de Manoel Rodrigues de Oliveira, a
florescente vila de Banabuyé resolveu aderir a modernidade:
“Os
homens contratados para tratar do posteamento, já estavam em plena atividade. E
a criançada da época, desesperava-se para sair logo da escola, almoçar às
pressas e acompanhar os trabalhos. Essa curiosidade infantil preocupava os
encarregados da obra” (Memórias de uma infância nordestina. Assis/SP:
2000).
Demorou sete
anos para que o projeto fosse realizado, incluindo a compra de um gerador e
instalação de postes. O motor funcionava a óleo, e Tranquilino fora o
eletricista responsável por estender os fios e isoladores, além das ligações
domiciliares.
No dia 22 de
maio de 1925, ao ser inaugurado o serviço de Luz elétrica em Esperança, o
presidente Suassuna, que estava presente àquela solenidade, em declaração
pública prometeu ao povo de Esperança que a futurosa povoação de seu Banabuyé
seria elevada à dignidade municipal dentro do seu governo.
Informa-nos
José de Cerqueira Rocha, em seu texto para o Anuário da Parahyba (1934), que a
cidade com a chegada da energia experimentou um grande avanço:
“Há uma
visível transformação. Os postes de illuminação pública são retirados porque
afeiam as ruas, e os fios ficam embutidos nas platibandas das residências”.
A luz elétrica
deu novo impulso a essas paragens, fomentando ainda mais o seu comércio, e
propiciando o progresso. Em pouco tempo, era instalado o Cine Ideal de Ignácio
Rodrigues e outros empreendimentos tinham lugar.
Rau
Ferreira
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