Em março de ’59
retornava à Campina o Esporte Clube Taubaté, agremiação paulista dirigida pelo
famoso Aymoré Moreira, depois de seis apresentações por gramados da Paraíba,
Rio Grande do Norte e Pernambuco, para participar de dois importantes
amistosos. A delegação bandeirante pousava em solo campinense às sete horas da
manhã pelo avião do Loide Aereo,
seguindo para o Majestic Hotel onde
ficaram hospedados.
O América de Esperança
despontava como uma das melhores times do interior, chamando a atenção de
dirigentes e equipes que buscavam um bom certame. Com elementos como
Manoelzinho, grande promessa do futebol paraibano, apontado como provável
titular da seleção estadual, o “Mequinha” enfrentaria pela primeira vez uma
equipe de grande envergadura.
A disputa foi registrada
pelos repórteres do Diário da Borborema com grande sensacionalismo. À época, o
presidente do clube esperancense concedeu entrevista, ressaltando que:
“dois grandes valores reforçarão o conjunto americano no importante amistoso
noturno de amanhã, um dos quais será Chico Preto, atualmente residindo em Nova
Cruz, no Rio Grande do Norte. Dessa forma, a equipe que empatou recentemente
com o Treze e venceu o Paulistano, poderá fazer boa figura no noturno de amanhã”.
A equipe alvirrubro
dispunha diversos locais de venda na cidade para atender a grande demanda de
esperancenses que acorreriam à Campina para prestigiar a partida.
Os americanos
permaneceram concentrados em seu estádio desde a tarde que antecedia o
enfrentamento, dia 13 de março. Embora submetidos a um duro treinamento, com
vistas ao preparo físico dos jogadores para o grande jogo, não houveram
contusões. Depois do treino oficial, foram oferecidos aos componentes uma
alimentação especial.
Com muito entusiasmo,
José Ramalho motivava os seus jogadores:
“Venceremos o Taubaté! Conheço perfeitamente a fibra dos meus jogadores
e estou certo de que na partida de sábado, o América marcará a maior vitória de
sua carreira esportiva, em gramados campinenses, contra o esquadrão do famoso
Aymoré Moreira.
Diante da responsabilidade do compromisso
interestadual (primeira vez que o América enfrenta uma equipe do Sul), os
jogadores esperancenses lutarão do começo ao fim da partida, como numa batalha
de vida ou morte, pondo em prática, entretanto, um futebol vistoso e leal”.
Josusmá Viana, em
crônica desportiva para o DB, ressaltava que a equipe do sul jamais sofrera uma
derrota em campos nordestinos e que “o
América é um quadro lutador e que contra grandes adversários apresenta sempre
um futebol vistoso e objetivo”.
Os Americanos chegaram
por volta das 18:30 horas ao Estádio Presidente Vargas, onde se realizava a
preliminar entre Almirante e Ferroviário.
O jogo principal
iniciou logo em seguida, mostrando a equipe paraibana melhor futebol do que seu
rival bandeirante, “com sua linha
ofensiva realizando incursões à meta de Rossi até marcar um ‘goal’, anulado
pelo juiz Antonio Hermogenes, que confirmou impedimento assinalado pelo
bandeirinha”.
Aos 18 minutos o
“Mequinha” foi surpreendido com um tento contra de Chico Preto. Com isso uma
nuvem negra caiu sobre os esperancenses e o mando de campo passou para o
Taubaté, que marcou aos vinte e um com Vasconcelos.
Na etapa complementar,
os visitantes marcaram aos onze minutos por intermédio do meia-esquerda
Vasconcelos.
A súmula da partida
registrou a participação do árbitro Antônio Hermogenes e os auxiliares Antônio
Augusto e José Absalão, com renda de 27 mil cruzeiro e as seguintes escalações:
Taubaté: Rossi,
Orlando Maia e Rubens; Renatinho, Mário Gardel e Berto, Vasconcelos (Teck) e
Walter Prado (Evaldo).
América: Manoelzinho,
Chico Preto (Pindaro) e Petita; Dico, Marcelino e Quincas; Jurinha (Biu),
Arnaldo, Celedino, Vadinho e Teixeirinha.
Rau
Ferreira
Referências:
- DIÁRIO DA BORBOREMA, Jornal. Edição de 13 a
15 de março, gentilmente cedidas por Jônatas Rodrigues do blog de Cuité.
Campina Grande/PB: 1959.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.