O Açúde Banabuyé, certamente,
foi o local mais conhecido da antiga vila. Nas proximidades os índios
construiram um reservatório d'água e o seu manacial abasteceu a Paróquia e a
população esperancense que retirava água para o gasto e uso rotineiros.
Segundo a Revista do IHGP,
publicada em 1911, a “alagoa do Banaboié” media “uma milha de
circuito”.
Alguém ainda lembra dos
entregadores de água e de pessoas que lavavam roupa nos seus lagedos. Com o
tempo, este açúde foi encampado e construído em seus arredores diversas casas.
Uma ponte também foi colocada, dando travessias as pessoas que vinham da rua de
Baixo (atual Silvino Olavo) para a Beleza dos Campos.
Em 1938 a “Academia Brasileira
de Sciencias” registrava a importância deste reservatório situado na “village
of Esperança – Parahyba”, colocando-o em 7º lugar.
Entre as realizações do Governo
Vargas no Nordeste registram-se a conclusão do Açúde Banabuyé nos idos de 1940.
Em 1º de dezembro de 1968, na
gestão do governo Pedro Moreno Gondim, foi reconstruído e inaugurado incluindo
a sua iluminação pública.
Durante a construção da BR-104,
este reservatório forneceu água e serviu para lavar os caminhões da empreitera
contrada. Outro fator que contribuiu para a sua morte foi o fato deste receber
o esgotamento sanitário da cidade, levando ao apodrecimento das suas águas.
Por fim, restava apenas a lama
daquele que fora um dia o belo “Banabuyé” e que no início da nossa colonização
chamou a atenção dos indígenas.
E em outubro de 2008, por
ocasião do calçadão que circundou o campo da rodoviária, a placa do seu
tombamento finalmente tombou, descerrando anos de história. E o que necessitava
ser preservado foi retirado sem qualquer hesitação ou reverência à memória
daqueles tempos.
Rau Ferreira
Fonte:
-
Revista
IHGP, Volumes 3-4. Instituto Histórico e Geográfico Paraibano: 1911, p. 189;
-
Annaes
da Academia Brasileira de Sciencias. Volumes 10-11. Ed. A Academia: 1938, p.
30;
-
GUIMARÃES,
Osias. Amor à terra: realizações do decênio Getulio Vargas no Nordeste Brasileiro
-
Decenal
da revolução brasileira. Departamento
de Imprensa e Propaganda: 1941, p. 64.
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