Reportagem
Especial
Com a emancipação do município de Esperança, o Coronel Elysio Sobreira,
Comandante da Polícia do Estado, foi alçado pelo Dr. Solon de Lucena à condição
de Chefe Político do novo município. Assim é que indicado pelo Partido
Republicano foi aceito seu nome para este cargo tão importante.
Vindo então a esta cidade, recebeu diversas manifestações de carinho e
solidariedade.
Um correspondente especial d’A União foi enviado a esta cidade para
colher as impressões do seu povo. “Parecia-nos
que naquele momento um sopro novo de energia vinha animando a vida
esperancense. E todos confraternizados, faziam questão de estreitar
cordialmente a figura varonil do novo chefe político deste município”,
escreveu para o jornal em janeiro de 1926.
O Coronel Sobreira chegou a esta cidade às trezes horas, sendo recebido
por uma girândola de fogos de artifícios, acompanhadas por vivas e aclamações.
“(...) tudo denunciava o calor que se
apoderava da alma deste povo, grande e heróico na sua dor, sublime e altivo na
sua vitória”.
Severino Diniz apresentou-lhe os cumprimentos de boas vindas a quem
agradeceu comovido o comandante. À noite, no paço do Conselho Municipal, a
mocidade ofertou-lhe um baile que transcorreu na mais íntima cordialidade.
Em seguida ficou hospedado na vivenda do Sr. Manuel Rodrigues de
Oliveira, onde a noite proporcionava um aspecto deslumbrante e encantador
daquela vila.
Pela manhã foram os convivas foram surpreendidos com um telegrama do dr.
Solon de Lucena, dirigido ao novo chefe político daquela comuna. À noite desse
mesmo dia, na vivenda do Sr. Manuel Rodrigues de Oiveira,
A sociedade organizada compareceu para prestar-lhe as homenagens,
destsacando-se a dos Empregados do Comércio e a do Círculo Operário São José.
Fizeram uso da palavra nesta ocasião Theotônio Rocha e Bartholomeu de Barros,
representando os comerciários, enquanto o pároco José Borges falou em nome da
entidade religiosa. A essas saudações agradeceu Severino Diniz em nome do
homenageado.
Em seguida, foram conduzidos ao “Ideal Cinema”, onde o povo esperancense
ofertou-lhe um baile festivo. Disso nos dá conta o repórter, nos seguintes
termos: “Ao transpor os umbrais daquela
casa de diversões o Cel. Sobreira, foi alvo da mais significativa prova de consideração
que lhe tributava a família esperancense. Foram aclamados os nomes dos drs.
Solon de Lucena, João Suassuna, Carlos Pessoa e Cel. Elysio Sobreira, como
inconfundíveis benfeitores da nossa causa.”
Uma nova salva de foguetões.ganhou o céu de Esperança, alongando-se pela
madrugada a animadíssima dança.
Amanhecido o dia aparelhava-se o militar comandante quando é novamente
surpreendido com a banda de música de Alagoinha e seu amigo Alfredo Moura, que
“com palavras cheias de harmonia e
encanto” brindava o visitante esperancense. Severino Diniz fez as honras e
agradeceu os elogios.
À noite no “Ideal Cinema” houve nova danças oferecidas ao Cel. Sobreira.
As famílias se congratularam com o honradíssimo chefe político, das quais
destacavam-se a família Leitão, Cerqueira Rocha, Henriques [dr. João Henriques],
Diniz, Rodrigues, Protázio, e muitas outras.
Por fim, depois de tanto alarde e confraternizações, partiu o comandante
agradecido por todas as manifestações carinhosas devotadas a sua pessoa, às dez
horas do sábado com destino à Capital, “deixando
Esperança saudosa, num verdadeiro ambiente de paz, harmonia e solidariedade”.
Rau Ferreira
Fonte:
- Jornal “A União”, órgão oficial do governo da
Paraíba. Quarta-feira, 27 de janeiro de 1926.
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