Pular para o conteúdo principal

A Boneca Esperança

O Programa Artesanato Solidário teve origem em 1998, com o objetivo de criar programas eficazes e combater os efeitos da seca, com atuação em 53 localidades e trezes Estados brasileiros. Um dos seus principais projetos é o do “Brinquedo do Agreste Paraíbano”.
E foi em Riacho Fundo que uma boneca de pano ganhou “status” de produto internacional.
A tradição das bonecas começou com as irmãs Maria do Socorro e Aderita da Conceição, que aprenderam com a tia Maria Vicença a arte de fazer bonecas a partir de retalhos de pano.
No início as bonecas eram confeccionadas e intermediadas por uma senhora de Areal, que revendia nas feiras e cidades onde havia exposição artesanal. Com isso, as irmãs bonequeiras recebiam por escambo um pouco de alimento e a algum dinheiro, mas desconheciam totalmente o sucesso de sua arte.
Somente em 1999, através de Macao Gomes, Consultora da Comunidade Solidária de Brasília, é que essa história tomou outro rumo. Ela veio de Brasília para conhecer em Riacho Fundo as artesãs, acompanhada do artista popular Geo de Oliveira e Ednalva Oliveira, proprietários da loja “Banguê”, de João Pessoa.
Com o desenvolvimento do “Projeto Brinquedos do Agreste Paraibano” na comunidade, uma parceria da Comunidade Solidária, do SEBRAE e da SUDENE, é que as técnicas de criação da boneca foram aprimoradas e repassadas para outras pessoas, ganhando um visual mais atraente e conquistando seu espaço mercadológico.
Foram realizadas oficinas de melhoria da qualidade e eles aprenderam como compor o preço do produto.
Os artesões receberam também o incentivo da Prefeitura Municipal de Esperança, que construiu e instalou a “Casa da Boneca Esperança”, localizada na Comunidade de Riacho Fundo, onde também ficam expostos seus trabalhos.
Elas formaram ainda uma associação, garantindo emprego e renda para vários moradores com a comercialização das bonecas de pano, que tanto nos orgulham.
A partir daí começaram a participar de diversas exposições pelo Brasil afora, ganhando destaque nacional através do programa de televisão da apresentadora Silvia Popovic.
Em 2003 as bonecas começaram a aparecer nas galerias de artes internacionais pela composição da “Cadeira Multidão”, fruto dos designers brasileiros Fernando e Humberto Campana, que fizeram em edição limitada trinta e cinco cadeiras, assinadas e numeradas pelos artistas.
E em 2008 uma delas foi parar no Festival Internacional de Cinema, em Cannes. Na oportunidade, os convivas sentavam-se nas cadeiras enfeitadas de bonecas e faziam seus comentários diante das câmeras.
Atualmente a “Boneca Esperança” conta com uma produção de mil unidade, que são vendidas para hotéis de Campina Grande, João Pessoa, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, tendo sido expostas mundialmente nas feiras de Hannover, na Alemanhã, e  na “Loggia dei Mercanti”, evento de design em Milão, além de serem comercializadas nos Estados Unidos e Austrália.
Convidamos você também a conhecer esta encantadora Comunidade e seu artesanato, distante cerca de 3 Km da sede do município de Esperança, na estrada que segue para Areal.

Rau Ferreira

Fonte:
-         Livro “Conheça Riacho Fundo”, de Edileuza Emídio Gonçalves e Lucilene Balbino Apolinário, Esperança/PB, 2000;
-         “Cannes 2008: MULTITUDE CHAIR”, texto de Pedro Cabral disponível em:

-         acesso em: 06/06/09.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

Barragem de Vaca Brava

Açude Vaca Brava, Canalização do Guari (Voz da Borborema: 1939) Tratamos deste assunto no tópico sobre a Cagepa, mais especificamente, sobre o problema d’água em Esperança, seus mananciais, os tanques do Governo e do Araçá, e sua importância. Pois bem, quanto ao abastecimento em nosso Município, é preciso igualmente mencionar a barragem de “Vaca Brava”, em Areia, de cujo líquido precioso somos tão dependentes. O regime de seca, em certos períodos do ano, justifica a construção de açudagem, para garantir o volume necessário de água potável. Nesse aspecto, a região do Brejo é favorecida não apenas pela hidrografia, mas também pela topografia que, no município de Areia, apresenta relevos que propiciam a acumulação das chuvas. O riacho “Vaca Brava”, embora torrencial, quase desaparece no verão. Para resolver o problema, o Governador Argemiro de Figueiredo (1935/1940) adquiriu, nos anos 30, dois terrenos de cinco engenhos, e mais alguns de pequenas propriedades, na bacia do açude,

História de Massabielle

Capela de Massabiele Massabielle fica a cerca de 12 Km do centro de Esperança, sendo uma das comunidades mais afastadas da nossa zona urbana. Na sua história há duas pessoas de suma importância: José Vieira e Padre Palmeira. José Vieira foi um dos primeiros moradores a residir na localidade e durante muitos anos constituiu a força política da região. Vereador por seis legislaturas (1963, 1968, 1972, 1976, 1982 e 1988) e duas suplências, foi ele quem cedeu um terreno para a construção da Capela de Nossa Senhora de Lourdes. Padre Palmeira dispensa qualquer apresentação. Foi o vigário que administrou por mais tempo a nossa paróquia (1951-1980), sendo responsável pela construção de escolas, capelas, conclusão dos trabalhos do Ginásio Diocesano e fundação da Maternidade, além de diversas obras sociais. Conta a tradição que Monsenhor Palmeira celebrou uma missa campal no Sítio Benefício, com a colaboração de seu Zé Vieira, que era Irmão do Santíssimo. O encontro religioso reuniu muitas

Uma noite de estrelas

  No último dia 03 de março foi à óbito Antônio de Pádua Torres. Compadre de dois de meus filhos, contraparente casado com minha tia Marizé. Ela falecida no dia 27 de setembro de 2019. Primeiro esperancense a ocupar o mais alto posto do Ministério Público, com assento na Câmara Criminal. Filho do agente fiscal Severino de Alcântara Torres e dona Corina Coêlho. Faria 81 anos no próximo dia 15 deste mês. Votos de pesar foram registrados pela prefeitura local, Câmara Municipal de Campina Grande, Academia de Letras de Campina Grande e a Ordem dos Advogados seccional campinense. Era um grande conhecedor da nossa história, mesmo porque dela participou ativamente. Em nossa cidade, trabalhou na antiga concessionária Chevrollet, que funcionava na rua do Sertão; foi Secretário de Administração na primeira gestão de seu Luiz Martins e, imaginem, ex-aluno do Seminário Propedêutico “Nossa Senhora das Graças”, organizado por Padre Palmeira (1957). Uma noite amanhecemos o dia ouvindo música e