OS PRIMEIROS HABITANTES DO
BREJO
O professor Leon Clerot escreve em sua obra
corográfica [1] que “os índios Cariris
(ou ‘os tristonhos’), pertencem, segundo os etnógrafos, a um ramo diferente da
família dos Tabajaras e Potiguaras”. Denominados pelos desbravadores pelo
epíteto de “Gentios Bravos”, estes
seriam os originários habitantes do brejo paraibano.
Em Esperança, receberam o
nome de Banabuiés em razão da data de sesmarias destas terras e,
segundo Reinaldo de Oliveira Sobrinho
[2] é bem provável que fizessem parte de uma única comuna que povoou toda a
Paraíba.
Sucederam-lhe os
marinheiros portugueses. Há notícia desta presença desses viajantes em Alagoa
Nova, Areia e Esperança, que vieram colonizar essas terras expulsando-os
silvícolas.
Contudo, segundo pesquisas
de Irineu Joffily [3] “os primeiros
habitantes do brejo deviam ter sido os agregados dos fazendeiros do sertão, que
ali faziam plantar lavouras para mais fácil abastecimento de todo o pessoal das
fazendas e dos aventureiros que o acompanhavam como soldado. Os sítios não
começaram com a fixação ou residência dos seus proprietários; eram simples
‘queimadas’, formando olarias nessas grandes matas, onde se fazia a plantação
de mandioca, milho ou feijão, havendo ao lado ou no centro a casa de aviamentos,
coberta de pindoba, catolé ou sapé. É por isso que as primeiras sesmarias foram
por eles requeridas no brejo ‘para plantar suas lavouras a fim de suprirem suas
fazendas’ ou ‘para terem mantimento para guerra do gentio brabo’.”
Esta tese se coaduna com a
levantada por Tarcísio Dinoá de Medeiros,
quando diz que Esperança foi um entreposto de gado tendo surgido nestas
paragens em 1860 a Fazenda Banabuyé através de uma ramificação dos descendentes
dos Oliveira Ledo da Fazenda de Santa Roza. E com os relatos do historiador
esperancense João de Deus Melo,
quando diz que o Marinheiro Barbosa tomou posse das terras nas proximidades do
Tanque do Araçá, onde os índios possuíam um tanque. Vindo posteriormente os
irmãos Diniz, que construíram suas residências nas proximidades da capela.
Rau Ferreira
Referências:
- [1] CLEROT, Leon Francisco R. 30 [i. e. Trinta] anos na Paraíba: memórias corográficas e outras
memórias. Editora Pongetti: 1969;
- [2] SOBRINHO, Reinaldo de Oliveira. Esboço de monografia do Município de Areia.
Coleção Arquivos Paraibanos. Imp. Official. João Pessoa/PB: 1958;
- [3] JOFFILY, Irineu. Notas
sobre a Parahyba. Ed. Typographia do "Jornal do
Commercio": 1892;
- SOARES, Francisco de Assis. Boa Vista de Sancta Roza: de fazenda à municipalidade. Ed. Unigraf,
Campina Grande: 2003;
- MEDEIRO, Tarcízio Dinoá. Freguesia do Cariri de Fora. São Paulo/SP: 1990.
- MELO, João de Deus. Esperança e seus primórdios. Jornal “Novo Tempo”. Edição Especial.
Ano IV, nº 23. Esperança/PB: 1995.
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