As terras que se
constituem hoje parte do município de Esperança, “era ocupado pelos currais
de uma fazenda chamada Banabuié” (MEDEIROS: 1950, p. 91), que “perdurou
até 1860” (MELO: 1995, p. 03).
O nome, de origem
indígena, significa: Bana (borboleta) e Buy ou Puyú (brejo), cuja junção nos
vem “Brejo das Borboletas”. A sua grafia apresenta alterações de acordo
com a época em que se insere, podendo variar de Banabuyé, Banabugê, Banabuhe,
Banaboê, Banabuié, Banaboié ou Banabuiú, por exemplo.
Narra a história
que o casal Marinha Pereira de Araújo e João da Rocha Pinto, descendentes dos
Oliveira Ledo, “estabeleceram-se em Lagoa Verde (Banabuê - no brejo), cerca de oitenta
quilômetros da fazenda Santa Rosa” (SOARES: 2003, p. 52).
Acerca de sua existência, podemos verificar que a Sesmaria nº
569, concedida em 1762, entestava “pelo poente com terras da fazenda Banaboé
Cariá”, que faziam “peão no sitio S. Thomé onde fizeram cazas de palha”
(TAVARES: 1910, p. 302).
O Capitão-mor
Clemente de Amorim e Souza, em um documento de 1757, menciona: “o sítio
chamado Banabué situado a beira de um açude”.
Por sua vez, a
Data de nº 930, de 16 de outubro de 1789, cita igualmente o “Riachão de
Bonaboié” em toda a sua extensão, assim como a Lei Provincial N° 651, de 04
de outubro de 1877, refere-se a Banabuyé.
Irineu Joffily nos
informa que:
“Banabugê ou Esperança (...), era simplesmente uma fazenda de criação,
(...). As gameleiras com que a rua principal está arborizada foram estacas dos
currais da fazenda” (JOFFYLI: 1892, p. 10).
Aliás, a sua
família costumava passar “os invernos em um pequeno sítio à
sombra de imensa rocha, que guarda um pouco de umidade para os terrenos do
nascente. O local era conhecido por Banabuié”.
A propriedade se
apresentava como entreposto de criação de gado, sob os domínios do Juizado de
Paz do Cariry de Fora (1776), da jurisdição de Campina Grande.
Nela encontrava-se
o maior e mais importante manancial da região, que era “a alagoa do
Banaboié, com uma milha de círculo” (R.IHGP: 1911). E diversos tanques de
pedra, a exemplo do velho Araçá. O lugar havia sido primitiva morada dos
índios, que foram expulsos pelos colonos.
No entorno de suas
terras foi que surgiu, por volta de 1860, uma feira semanal bastante
freqüentada e uma capela sob a invocação de N. S. do Bom Conselho, dando início
a nossa povoação.
Rau Ferreira
Referência:
- CÂMARA,
Epaminondas. Datas Campinenses. Departamento de Publicidade.
Campina Grande/PB: 1947.
- IHGP, Revista
do. Volumes 3-4. Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba: 1911.
- JOFFILY, Irineu. Notas sobre a Parahyba, Editora Typographia do "Jornal do
Commercio": 1892.
- MEDEIROS,
Coriolando de. Dictionário Corográfico do Estado da Paraíba.
Imprensa Nacional: 1950.
- MEDEIROS,
Tarcízio Dinoá. Freguesia do Cariri de Fora, Tarcízio Gráfica Editora Camargo Soares. São Paulo: 1990
- MELO, João de
Deus. Esperança e seus primórdios. Jornal Novo Tempo, Edição
Comemorativa. Ano IV, nº 23. Novembro. Esperança/PB: 1995.
- NACIONAL, Anais
da Biblioteca. Vol. 111. Imprensa Nacional: 1991.
- NORTE, Parahyba
do. Collecção das Leis Provinciaes de 1869. Typografia dos
herdeiros de J.R. da Costa, Rua Direita nº 20: 1869.
- PARAHYBA, A.
Vol. 2. Imprensa Official. Parahyba do Norte: 1909.
- SERAFIM,
Péricles Vitório. Remígio, Brejos e Carrascais. Ed. Universitária.
UFPB: 1992.
- SOARES, Francisco de Assis Ouriques. Bôa Vista de Sancta Roza:
de fazenda à municipalidade. Campina Grande/PB. Epgraf: 2003.
- TAVARES, João de
Lyra. Apontamentos para a História Territorial da Paraíba, Vol. I,
Imp. Of., Pb., 1910;
ALMEIDA, Epídio
de. História de Campina Grande. Edições da Livraria Pedrosa: 1962.
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