O ciclo do algodão teve
uma grande importância em nosso Município. Aqui o apogeu fazia sentir-se em
vários setores, especialmente no agrícola e comercial. Este, chegou a competir
com a própria batatinha, considerada nossa cultura principal.
Nesse tempo havia quatro
vapores na cidade de descaroças algodão e prensas para enfardar o produto, de
onde seguiam para abastecer os armazéns de Campina Grande.
O Livro do Município
registra que: “Era constante o tráfego, com vários motores com significante
número de burros pelas ruas e estradas de Esperança”, até serem transportados
para Campina Grande para serem embarcados no trem para Pernambuco com destino
às fábricas.
O algodão era
acondicionado em unidades de 70 quilos cada, sendo que cada caminhão carregava
24 fardos.
O trem para o Recife
parte, alternadamente, num dia às 6:40 AM, e noutro às nove horas, afim de
combinar as correspondências com os combóios de Natal e João Pessoa.
Por ser um produto
perecível e altamente inflamável, havia certo cuidado no seu armazenamento.
Evitava-se que fumantes se aproximassem e até um pouco d´água era jogado sobre
os fardos em dias de calor. Todas essas precauções não foram suficientes para
evitar um grande incêndio que ocorreu em 1932, na estação de Campina. Muitos
produtores amargaram o prejuízo, enquanto outros tinha sua carga assegurada em
uma companhia de Londres.
Com a crise do algodão e
outros fatores, o cultivo desta planta perdeu terreno para outras culturas, e
hoje praticamente não há investimentos desta monocultura em nosso Município.
Rau
Ferreira
Referências:
- ESPERANÇA, Livro do
Município de. Ed. Unigraf. Esperança/PB: 1985.
- ALMEIDA, José Américo.
A Paraíba e seus problemas. Ed. União. Secretária do Estado da Paraíba. João
Pessoa/PB: 1980.
- FERREIRA, Rau. Silvino
Olavo. Epgraf. Esperança/PB: 2010.
- JOFFILY, Irineu. Notas
sobre a Paraíba. Edição fac-similar de 1892. Ed. Thesaurus: 1977.
- O COMMERCIO, Jornal. N.
3052. Edição de 09 de outubro. Parahyba do Norte: 1907.
- RIBEIRO, Hortênsio de
Souza. A imprensa em Campina Grande. R.IHGP, Vol. 11. João Pessoa/PB: 1948.
- SOCIEDADE DE
GEOGRAPHIA, Revista da. Tomo XXXV, 1º Semestre. Rio de Janeiro/RJ: 1932
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