Cadeiras
Isoladas. Essa era a denominação que se dava no final do Século XVIII e início do
Século IX para as classes avulsas de professores.
A Lei provincial nº 339 de 27 de novembro de 1869, criou
uma cadeira de instrução primária “na povoação de Banabuyé do termo de
Alagoa Nova”. Esta era mantida pelo município de Alagoa Nova, tendo a
professora Rosa de Mattos Dourado ocupado uma cadeira mista em 1918 (Almanach
da Parahyba: 1910, p. 195 e 210).
Idêntica informação encontra-se num
documento do IHGP, noticiando a criação de uma cadeira isolada na povoação de
Esperança (PINHEIROS: p. 102).
O
número de alunos na época era relativamente pequeno ou quase insignificante, o
que se explica pelo isolamento das famílias; separadas por duas, três ou mais
léguas de distância, entregues aos labores da criação extensiva e à agricultura
rudimentar, no regime patriarcal de pais pouco habituados ao ensino.
Vale
ressaltar que o professor Juviniano Sobreira e sua esposa mantiveram por muito
tempo um externato em Esperança, sendo eles os progenitores do Coronel Elísio
Sobreira, patrono da PMPB, onde estudaram, entre outros, o escritor Epaminondas
Câmara e o poeta Silvino Olavo.
Em
1926, o ensino local ainda era representado por uma única cadeira isolada,
freqüentada por 30 alunos (PINHEIRO,
p. 135).
No ano seguinte era
inaugurado em Esperança o Instituto Pedagógico, sob a direção da Professora
Correia de Araújo.
O
município havia recém conquistado sua emancipação política e destinava, agora,
parte de suas rendas à educação pública. Eis o quadro dos percentuais da
Receita Geral: 1928:
3,49% - 1929: 7,28% - 1930: 5,08%. Observa-se que o investimento
público evoluía a cada ano.
Em
1932 era inaugurado o Grupo Escolar “Irineu
Joffily”, que reuniu uma série de pequenas escolas e cadeiras municipais
num único edifício (Almanach
da Paraíba: 1933). Este apareceu no Censo de 1949.
A
partir da década de 40 surgiram diversos grupos e escolas públicas no
município, com acentuado número de alunos. Nesse aspecto a igreja local assumiu
um papel importante através das chamadas “Escolas
Paroquiais”, cuja direção foi confiada a algumas irmãs religiosas.
Rau Ferreira
Referências:
-
PINHEIROS, Antonio Carlos Ferreira. Da Era das Cadeiras Isoladas à Era dos
Grupos Escolares na Paraíba. Ed. Autores Associados. Campinas/SP: 2002, p.
132, 53, 135, 183
-
LEAL, Walfredo. Mensagem
à Assembleia Legislativa do Estado da Parahyba: 1907;
-
SUASSUNA, João. Mensagem
à Assembleia Legislativa do Estado da Parahyba: 1926;
-
ESPERNANÇA, Livro do Município
de. Ed. Unigraf: 1985, p. 43/44;
-
PINHEIRO,
Carlos Antonio Ferreira. CURY, Cláudia Engler (Org). Leis e Regulamentos da Instrução Primária da Paraíba no Período
Imperial. INEP, Brasília-DF:2004, p. 151;
– NORTE, Parahyba do. Collecção das Leis Provinciaes de 1869. Typografia dos herdeiros de
J.R. da Costa, Rua
Direita nº 20: 1869;
- PARAHYBA, Almanach
do Estado da, Vol. ?: 1918, p. 210;
- PARAHYBA, Almanach
do Estado da, Vol. 8: 1910, p. 195;
- PARAHYBA, Almanach
do Estado da, Vol. 16: 1933, p. 183 e 187;
- A UNIÃO, Jornal. Órgão
do Estado da Paraíba. Edição de 05/04/1927.
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