Cultura & Arte: síntese de uma
estória sem começo nem fim
Por Evaldo
Brasil
“Esperança foi grande
quando pequena”. Esta afirmação atribuída a Silvino Olavo pelo professor Nino
Pereira vem a calhar para falar dos aspectos culturais de Esperança. Como a
grande maioria das cidades brasileiras, não tem e nunca teve um plano de ação
cultural. Portanto, circularemos entre o
pouco que temos e o que já tivemos, passeando nos campos da história e da
saudade.
O teatro mantém uma relação
íntima com a escola, onde participar de um “drama” organizado pela professora
foi motivo de orgulho, principalmente se for em grupo de catequese, montando peças bíblicas, caso em que
preconceitos não vêm à tona. Por isso, hoje, a “Paixão de Cristo”. Mas, a professora areiense Donatila Lemos de Melo, por volta de
1953, deu os primeiros passos na dramaturgia local. Ela selecionava entre alunos os mais desenvoltos, de melhor dicção e
expressividade para, com eles, montar textos dela. Normalmente de caráter didático-instrutivo,
prezava pela evocação dos tipos brasileiros. A exemplo das peças “Os Livros”,
“A Princesa Herdeira” e “As Estações do Ano”, cujo principal palco foi o Cine
São Francisco, o cinema de Seu Titico. Hoje, a paixão é no Campestre.
Outra professora, Hosana Lopes Martins, foi responsável
por momentos marcantes e apresentações nas cidades vizinhas. Suas peças, quase sempre, tinham como pano
de fundo passagens bíblicas, quando mais distantes ainda tratavam na temática
religiosa, como a “Aparição de Na. Sra. de Fátima”, trabalhando mensagens
altruístas. Das diversas turmas de “pequenas estrelas de Dona Hosana”
podemos citar: Ângela Souto, Benigna Consolato, Dalvina Ferreira, Elba, Magna e
Norma Coelho, Fátima e Paula Fracinete Meira, Herbert Spencer, José R. F. Filho
(Zezito), Lourdinha Mateus, Lúcia Luna, Moema Nóbrega, Rosany Araes, Socorro
Acioli e Socorro Pequeno.
Entre 75 e 83 a
professora Doracy Araújo realizava
esquetes em sala de aula, o que virou moda, permitindo o surgimento de pelo menos
dois grupos na cidade: SHAFMAC e Grutames,
Grupo de Teatro Amador de Esperança. Deste,
a primeira montagem foi “A Prostituta”, de Jacinto Barbosa. Composto por Gorete Delgado José Wanderlei e outros
estudantes do Colégio Estadual. Eles assumiram a responsabilidade de tocar
adiante a dramaturgia local, conquistando prêmios, por oito anos. O grupo
montou “Elvira Deixou Lembrança” e “Agouro de um Retirante”, também de
Jacintão; “A Cena Está Pronta”, de Clóvis Batista; e “O Grito”, de Adjalmir
Alves Rocha.
Em 1977 “Agouro de um
Retirante” foi premiada pela Sec. de Estado da Edu. e Cultura. Seis anos
depois, se apresenta na gincana “Descubra a Paraíba”, conquistando primeiros
lugares nas fases eliminatórias, vencendo a final em João Pessoa. A peça era
“Agouro…”, revista e renomeada “Cinco Anos de Seca e Uma Paixão”, cuja
remontagem tinha no elenco Ritalice T. Ribeiro, Zélia Pessoa, Roberto Cardoso e
Manoel Freire.
Evaldo Brasil
Referência:
-
Revista
Comercial de Esperança, Ano V. Esperança/Pb, dezembro de 2008. Editor Fernando
Rocha;
-
Manuscrito:
Evaldo Brasil, que foi ator neste cenário (Panela
de Barro, Tupiniquim, Semap etc.) e hoje tem a sala de aula como palco no
teatro da vida.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.