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Mostrando postagens de maio, 2014

1949: América 4 x 2 Maguari

“ Festivamente Recebida em Esperança a embaixada do Maguari ” Reportagem Especial O título da matéria noticiava a vitória do time local pelo score de 4 x 2 sobre a equipe do Maguari. Na época, o América de Esperança era o temível do brejo e contava com um plantel de primeira linha. Segundo a crônica esportiva, este foi um “ um acontecimento de destaque na sociedade e nos meios esportivos da cidade de Esperança” . Foram prestadas homenagens a equipe visitante, que chegou aqui de ônibus às 9 horas da manhã sendo recebido pelo grêmio futebolístico e numeroso grupo de pessoas. A delegação do Maguari foi “ hospede de honra das famílias José Vital Sobrinho, Antonio Coêlho e Antonio Carolino Delgado, enquanto que os demais ficaram hospedados nas dependências do ‘Clube São Cristóvão’, dotados do maior conforto” . A partida de futebol envolvendo as duas agremiações aconteceu à tarde, na presença de cerca de três mil pessoas. Disse o repórter: “ O jogo decorreu com grande movime

Esperança: Antigos cinemas

Esperança viveu o auge dos cinemas. Esta arte, que está um pouco esquecida hoje em dia, já lotou salas de projeção por todo o país e fez a alegria de muita gente. Conheça os principais cinemas da cidade e sua história. A nossa primeira experiência se deu com o Cine Ideal, uma iniciativa do Sr. Inácio Rodrigues de Oliveira. Passados alguns anos, ele encerrou as atividades e repassou todo o equipamento, dedicando-se exclusivamente ao seu ofício de Delegado de Polícia. O Cine São Francisco, pertencente a seu Titico Celestino, sucedeu o Cine Ideal na Rua Manuel Rodrigues, vizinho ao Comercial Santa Terezinha, de seu Lita. Inaugurado em 13 de maio de 1945 com a película “Sargento York”, contava com um sistema de som (que irradiava música para toda a cidade, especialmente música clássica) e de luz próprios. Mas exibia filmes em salas separadas, onde a segunda assistia as imagens invertidas, a preços populares. E assim permaneceu durante mais de duas décadas. Na época as peças do equi

Esperança: Educação Municipal

Escola "Irineu Jóffily". Foto da inauguração (1932) Segundo o historiador esperancense João de Deus Melo, o primeiro professor da povoação de Banabuyé, foi o Sr. José de Morais Magalhães, nos idos de 1872. Já em 1885, a Sra. Aurora Maria Albuquerque Lima era nomeada professora interina da cadeira de instrução primária do ensino misto, ambos recebiam seus proventos da Tesouraria Provincial. O professor Juviniano Augusto de Araújo Sobreira, filho do também educador Manuel Gomes de Araújo Sobreira [1], nasceu em 1855, na Fazenda Cabeça de Boi, e foi proprietário de um externato na cidade de Esperança. Sua esposa, prestou igualmente relevantes serviços à educação esperancense. Consta ainda que em 1889 Maria Augusta Sobreira de Carvalho, recebia do Tesouro Provincial o aluguel de uma casa para funcionamento do Ensino Misto de Instrução Primária, onde também lecionava. Em 1915 a família de Silvino Olavo decide morar em Esperança, tendo o nosso poeta as suas primeiras lições c

Esperança: Ginásio Diocesano

Ginásio Diocesano de Esperança (PB) O Ginásio Diocesano de Esperança, pertencente à Paróquia, teve sua pedra inaugural lançada em 1945 na administração do Padre João Honório, mas somente foi concluído em 1953 pelo então pároco Manuel Palmeira da Rocha. Os estatutos da nova escola que funcionaria no sistema de semi-internato, foram publicados no Diário Oficial de junho de 1952, passando a funcionar efetivamente em 1957. O curso ginasial seria de quatro classes e o ensino particular. As aulas iniciaram no ano letivo de 1958, com os Cursos Primário e Ginasial. E a primeira turma, com 52 alunos, formou-se no dia dia 10 de dezembro de 1961 . Padre Palmeira dirigiu a escola paroquial ao longo de duas décadas, auxiliado por João de Deus Melo, José Nivaldo e o professor Manuel Vieira, que foram vice-diretores. A austera professora Hosana Lopes também participou da direção e ministrou aulas naquela unidade durante muito tempo. A Escola Dom Palmeira é um patrimônio histórico. No passado

Cultura em Esperança, parte I*

Cultura & Arte: síntese de uma estória sem começo nem fim Por Evaldo Brasil “Esperança foi grande quando pequena”. Esta afirmação atribuída a Silvino Olavo pelo professor Nino Pereira vem a calhar para falar dos aspectos culturais de Esperança. Como a grande maioria das cidades brasileiras, não tem e nunca teve um plano de ação cultural. Portanto, circularemos entre o pouco que temos e o que já tivemos, passeando nos campos da história e da saudade . O teatro mantém uma relação íntima com a escola, onde participar de um “drama” organizado pela professora foi motivo de orgulho, principalmente se for em grupo de catequese, montando peças bíblicas, caso em que preconceitos não vêm à tona. Por isso, hoje, a “ Paixão de Cristo ”. Mas, a professora areiense Donatila Lemos de Melo , por volta de 1953, deu os primeiros passos na dramaturgia local. Ela selecionava entre alunos os mais desenvoltos, de melhor dicção e expressividade para, com eles, montar textos dela. Normalmente de

Esperança: Praça do calçadão

Praça Joaquim Pereira (Calçadão) Pouca gente sabe, mas o “Calçadão de Esperança” é uma praça e tem nome!  Inaugurado em 19 de julho de 1981, na administração do Prefeito Severino Ramos Pereira (1980/1982), nas proximidades da Igreja Matriz, denomina-se “Calçadão Joaquim Pereira da Silva” e foi uma “homenagem da municipalidade e dos esperancenses ao homem que foi um padrão de trabalho e honradez”. A praça ocupa um amplo espaço no centro da cidade e é bastante frequentada pelos municipes. Ali se encontram lavadores de carro, mototaxistas e comerciantes, a exemplo dos barraqueiros seu Toinho e Cibito. O local é bastante arborizado com castanheiros e possui alguns bancos. Nas suas imediações funcionam o Banco Bradesco e a agência local do INSS. A curiosidade fica por conta de alguns animais silvestres, como saguis e camaleões, que vivem nas árvores das praças e são alimentados por populares. O Calcadão além de ser o centro das atividades rotineiras dos esperancense é o termôme

Esperança: Poetas e Repentistas

Cordel de Dedé da Mulatinha Esperança é mesmo um celeiro de vocações, como apregoava José Torres. E a cada nova visitação encontramos novas referências a nossa vasta cultura. Destacamos aqui os principais poetas populares e repentistas conhecidos. Consta que viveu em Esperança um mulato conhecido por João Benedito (1860-1943). Seus versos irreverentes mereceram estudo do folclorista Camara Cascudo, que lhe citou o mote: “O Homem e o Tempo”. Igualmente natural destas paragens é o escritor e cordelista Egídio de Oliveira Lima (1904-1965), cuja obra - “Os Folhetos de Cordel” - faz parte do acervo da Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Os mais conhecidos, porém, foram TOINHA e DEDÉ DA MULATINHA. Os irmãos Antonio Patrício de Souza (Toinho) e José Patrício de Souza (Dedé), deixaram como legado uma vasta lista de cordeis, levando o nome de Esperança inclusive fora do Estado. O próprio Toinho chegou a lançar um disco de emboladas, em parceria com Chico Sena no ano de xx. En

Selo em homenagem a José Ramalho

Selo em homenagem a José Ramalho O Clube Filatélico Maçônico de Brasília lançou, no ano de 2004, uma peça comemorativa de extrema importância para a nossa história. Trata-se do selo em homenagem aos 86 anos de nascimento do comerciante e desportista José Ramalho da Costa . Este cidadão esperancense foi um dos homens mais importantes e influentes de nossa Cidade, e como grande incentivador do esporte local, presidiu o América Futebol Club de Esperança por vários anos. Francisco Cláudio de Lima, com muita propriedade, registrou em seu livro (50 Anos de  Futebol e etc) que a história do América se divide em duas fases: antes e depois de José Ramalho. Ele foi o responsável por implantar o profissionalismo no clube, que na época contou com mais de quinze atletas em seu departamento esportivo, além de haver contribuído para a construção do Estádio que hoje leva o seu nome, inaugurado em 22 de janeiro de 1956. A peça filatélica obedece as normas do DPFIL, da Empresa Brasileira d

Esperança: Poder Judiciário

Em 1891 a justiça paraibana ainda engatinhava e sua divisão espacial ainda não estava definida. Naquele tempo Esperança pertencia a Alagoa Nova e era apenas uma pequena povoação. A Comarca mais próxima da nossa “Banabuyé” era a da cidade de Areia, para onde eram encaminhadas todas as querelas judiciais. O desenvolvimento da vila motivou a criação do 2º Juizado de Paz em 1896. O Juízo Municipal foi instalado em 1925, coincidindo com a sua emancipação do Município. E o Termo Judiciário, em 25 de novembro de 1929. A elevação à categoria de Comarca ocorreu em 1940, constituindo-se de Vara Única. Já a 2ª Vara, por sua vez, foi instalada em em 20 de março de 1987. Em 1992 a Comarca foi elevada de 1ª para 2ª Entrância, a única no Brasil com duas Varas. Enquanto que o edifício sede do Forum atual foi inaugurado em 04 de abril de 1998, com as presenças de diversas autoridades e do pároco local, que concedeu as bênçãos eclesiais. Primeiros componentes do judiciário local: - José Per

Dom Manuel Palmeira da Rocha

Dom Palmeira. Foto: Esperança de Ouro Dom Manuel Palmeira da Rocha foi o padre que mais tempo permaneceu em nossa paróquia (29 anos). Um homem dinâmico e inquieto, preocupado com as questões sociais. Como grande empreendedor que era, sua administração não se resumiu as questões meramente paroquianas, excedendo em muito as suas tarefas espirituais para atender os mais pobres de nossa terra. Dono de uma personalidade forte e marcante, comenta-se que era uma pessoa bastante fechada. Nesta foto ao lado, uma rara oportunidade de vê-lo sorrindo. “Fiz ciente a paróquia que vim a serviço da obediência” (Padre Palmeira, Livro Tombo I, p. 130), enfatizou ele em seu discurso de posse. Nascido aos 02 de março de 1919, filho de Luiz José da Rocha e Ana Palmeira da Rocha, o padre Manuel Palmeira da Rocha assumiu a Paróquia em 25 de fevereiro de 1951, em substituição ao Monsenhor João Honório de Melo, e permaneceu até julho de 1980. A sua administração paroquial foi marcada por uma intensa at

Esperança: Patrimônio Ecológico

A cidade de Esperança, no agreste paraibano, possui inúmeras riquezas naturais; um patrimônio ainda inexplorado e que merece nossa especial atenção. Listamos aqui os principais sítios ecológicos: o “Cruzeiro” de Lagoa de Pedra, com suas inscrições rupestres e orquídeas raras; os “Caldeirões” e sua “Itacoatiara”; e o “Serrote dos Cocos”. O problema é que esses tais terrenos pertencem a agricultores e portanto são propriedades privadas, fechadas à visitação. Em Lagoa de Pedra, distante cerca de 5 km da sede do município, existem um painel medindo 1,28 x 1,29 cm com formas esquemáticas de possíveis zoomorfos e um tanque onde havia fósseis pleistocênicos. E as orquídeas que florescem na sexta-feira da paixão dão o tom místico ao local. Nos “Caldeirões”, um local privilegiado pela natureza, encontram-se gravuras sob a técnica da meia-cana que se assemelham as da Pedra do Ingá, além de uma cachoeira e um riacho afluente do Rio Mamanguape. O “Serrote dos Cocos” mantém preservada a ma

Esperança: registro do S. João

O São João é a festa de maior expressividade nordestina. Comidas e danças típicas são ensaiadas e preparadas com antecedência, e durante todo o mês de junho as pessoas brincam e se divertem em torno da fogueira. Esperança manteve acesa esta tradição através de suas quadrilhas de ruas e festejos promovidos por populares. No passado tínhamos as quadrilhas marcadas por Benício Nóbrega, Antônio Coêlho, Theotônio Rocha, Matias Virgolino e Ascendino Portela, o mais conhecido de todos e que faleceu recentemente. Na “Chã da Bala” (rua Manoel Rodrigues), a quadrilha mais famosa era organizada pelos familiares de Inácio Pereira (Goteira). O “Casamento Matuto” também marcou época em nossa cidade. Carroças de boi eram efeitadas e percorriam as ruas da cidade com os noivos em seus trajes típicos. Segundo consta do Livro de Esperança, o cortejo saia da residência do Sr. Dogival Costa. E danças como xote, xaxado, baião e muito forró podiam ser ouvidos por toda a cidade. O Santo Antônio e

Esperança: passagem do cangaço

O Cangaço foi um movimento alimentado por questões sociais e que perdurou no Nordeste brasileiro até início do Século XX. Virgolino Ferreira – o “Lampião” - foi o seu maior representante. Suas ações eram violentas como também foram violentas as repreensões aos cangagaceiros. Invadiam propriedades, saqueavam armazéns e perambulavam pelos sertões, na maioria da vezes fugindo da força policial que diligentemente perseguia esses grupos. E em Esperança não podia ser diferente. No dia 28 de maio de 1910, na localidade de Lagoa de Pedra, houve uma acirrada luta entre a polícia e os cangaceiros, tendo caído morto o Alferes Antônio Pereira de Melo. Um outro registro da época vem do “Capitão” Antonio Silvino, cujo nome verdadeiro era Manoel Batista de Morais, e que aterrorizava a região. Ele e seus “cabras” aprontaram também em Lagoa de Remígio e Lagoa de Roça. Porém, a história nos dá conta que o Silvino sempre respeitou esta comunidade e nunca invadiu esta povoação pois a antiga Vil