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Crônicas Radiofônicas







Crônicas Radiofônicas: Cajazeiras dos anos 60 (Gráfica Nordeste, 2011) – Este é o mais recente título de Magna Celi Meira de Souza, esperancense que há muito tem trilhado o caminho das publicações.
Professora universitária, Mestra em Literatura Brasileira, poetisa, ensaísta, folclorista e pesquisadora. Estreou nas letras com o poético Caminhos e Descaminhos(Editel, 1983), e deu seqüência com Sangue e Luz (Santa Marta, 1985), Passeio no Varal (Funesc, 1992), Misticismo e Fanatismo na Literatura de Cordel –Pesquisa e análise (Universitária, 1998), Poemas Místicos (Ideia, 1994) e Amenidades Poéticas (Universitária, 2011).

O seu livroatual trás um pouco da atmosfera da cidade paraibana de Cajazeiras nos anos 60do Século XX, onde a escritora lecionou Língua Inglesa nos Colégios Diocesano eN. S. de Lourdes (1966-68).
São 34 crônicas que dizem respeito desde a importância do rádio como veículo de cultura, passando pela geografia regional e um enfoque sobre a igreja e à sociedade, na ótica da eminente professora, que nos brinda ainda com um belíssimo poema de abertura: Cajazeiras.
Chamo a atenção do leitor para as “Perspectivas de um rádio melhor”, onde naquele tempo a autora já possuía a antevisão da importância peculiar deste veículo de comunicação. Como bem frisou o professor Francelino Soares de Souza, em sua guisa de apresentação: “A rádio era a atração, pois ainda não havia televisão ou, pelo menos, as imagens não eram captadas em Cajazeiras” (fl. 09).
E na crônica “Uma consciência cinematográfica para Cajazeiras”, a poetisa condensa as demais artes e projeta o futuro daquele município.
A professora ainda envereda pelos campos sociais, mostrando-nos o contraste entre a Capital e o Interior, falando-nos da Seca – este fenômeno devorador, tão voraz quanto as guerras – e nos escreve sobre a bonança, o lazer e um tempo lúdico, trazendo-nos, ainda, uma importante iconografia como desfecho final.
Agradeço e externo sentimentos envaidecidos pela gentileza como que me foi ofertada esta obra. Certamente, os cajazeirenses têm neste compêndio o registro histórico e peculiar de sua terra. E parabenizo a ilustre mestra por mais esta vitória nas letras paraibanas.

Rau Ferreira


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