ParteV
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lendaa seguir foi-me narrada por um amigo em franca colaboração. Estou repassando apreço de custo.
Dizem que o cangaceiro AntonioSilvino percorria a região polarizada por Campina Grande, chegando àsfronteiras de Alagoa Nova e Esperança, onde comparecia para angariar fundospara e abastecer o bando.
Certa feita, passando por umapropriedade pediu ao sitiante de comer e este se desfez das poucas galinhas quepossuía para alimentar o grupo faminto. Após se satisfazerem seguiram viagem,mas o capitão em um ato de remorso - devido ao estado de pobreza daquelafamília -, pediu para um de seus homens para voltar e entregar uma pataca a umacriança que brincava no terreiro, esta com pouco mais de ano de nascido. E assimfoi feito.
Contudo, o ajudante eradesonesto e, arrependido, voltou do caminho colocando a moeda no seu alforje.Ao chegar, Antonio Silvino lhe perguntou o que o infante teria feito e esterespondeu “nada”.
- Então, disse o capitão, vocênão entregou! Volte e faça como mandei.
Na volta, o cangaceiro lhe fez amesma pergunta e a resposta foi:
- o bebê colocou a prata na boca.E o capitão percebeu que a sua ordem havia sido cumprida, pois este ato eraesperado para a sua idade.
Coincidência ou não em Esperançaexiste um lugar chamado “Meia pataca” onde registros imemoriais dão conta deque ali fora encontrada uma moeda de alto valor (Livro do Município: 1985). Ecomentando a esse respeito o jornalista Evaldo Brasil, disse:
- Talvez o pau-mandado não fossetão leal e, mesmo cumprindo as ordens do capitão, não o fez a contento, poisretornou e trocou uma pataca por metade daquele valor, entregando em seguida aoinocente.
Quem conta um conto....
Rau Ferreira
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